— Vai ter que prometer que vai fazer um jantar para o meu pai. — Eu já faço o jantar todos os dias. Os pequenos sorriram. — É diferente, porque vai ser só você e o papai, Mia. – Natalie explicou, fazendo Mia se sobressaltar, quase que pulando da cadeira. — O que?! – Chamou a atenção de algumas pessoas, e corou ainda mais, sentando-se. – Que história maluca é essa? — É só um jantar. – Natalie diz, de forma divertida. — É, parece até que está indo pra forca. – Thomas completou. É exatamente isso que parece ser, já que a cada dia meu coração parece saltar de mim cada vez que estou sozinha com o pai de vocês, pensou, desesperada. — Meus amores, isso é bobagem. – Tentou. – Eu fiquei só dois dias fora, não foi como se eu tivesse deixado o pai de vocês sozinho por um mês. Além disso, ele também saiu. — Sim, com a cobra. – Murmurou a moreninha. — Mesmo assim, se tivesse ficado, ele não teria saído. — Thomy... — É só um jantar, Mia, por que foge tanto? – Provocou, gostando muito
Mia adentrou seu quarto, encontrando Natalie sobre sua cama mexendo na caixa onde haviam os convites de seu aniversário. Claro que isso a deixou curiosa. Ela havia escolhido junto ao irmão, então sabia como era, então o que tanto queria com eles? — Querida? A menina a olhou. — O que está fazendo? Ela voltou a olhar para os vários convites nos quais já se encontravam em cima da cama, onde ela jogou para procurar por um em especial. — Eu quero saber se tem o nome dela. — Dela? Dela quem, Naty? – Se aproximou, sentando-se de forma que pudesse ver seu rostinho. — Da... Kearney. Era assim que sua pequena vinha chamando Belle. Kearney. Antes “aquela menina”, depois, “múmia” e agora, “Kearney”. Ela continuava não gostando da outra criança, e o sentimento era recíproco. Havia tentado de tudo. Estava preocupada com aquela rivalidade. Elas se fuzilavam quando se encontravam, não cumprimentavam uma à outra e desde que houve a primeira “briga”, elas vinham brigando mais. Retrucavam uma à
— Ei, casal. Ambos fitaram Killian, um mais constrangido que o outro, ainda que um deles fizesse de tudo para não demonstrar. — Foi mal, não... casal. Lucca riu. — Umas maquinas bem maneiras acabaram de chegar. – O primo de Liam contou. – Vocês sabem onde vai ficar cada uma, ou... — Eu... vou até lá. E a rosada praticamente correu para longe dos “inconvenientes” como Liam dizia sempre; e como ele sentiu vontade de dizer e realmente o fez depois de ficar sozinho com ambos os “irmãos”. — Inconvenientes. Os outros dois não se importaram com as palavras do irmão. — É muito difícil não constranger a Mia? — Ora, mas eu só disse casal. O que há de mal nisso, irmão? — Há, que não somos um casal. — Ainda. – Ambos dizem, e Liam os fuzilou com os olhos. — Eles parecem um casal de verdade, não é? Lucca concordou. — Eu acho que ela está apaixonada por ele. — Impossível não perceber esse fato. — Ela estava corada. — Parecia um pimentão. — Os olhos dela brilham também. — E só
— Liam. Desviou os olhos de Mia e Natalie, e fitou a esposa do primo de uma delas. — Sua mãe está perguntando sobre o parabéns. — Vou chamar os gêmeos. Ela balançou a cabeça com um sorriso e saiu, avisando que falaria sobre com Ivy; quando ao Kavanagh, ele se afastou dos amigos e seguiu em direção á rosada, que continuava com Natalie em seus braços. — Essa é a melhor festa do mundo! Liam não pode deixar de sorrir — ladino — ao escutar a voz entusiasmada de sua garotinha. Era impossível não perceber o quanto ela estava feliz. Ou seu irmão, na verdade. Era a primeira festinha que eles convidavam crianças que não eram os amigos do condomínio ou os primos. Haviam muito mais crianças naquele ano. E a decoração, havia ficado realmente incrível. E sua filha estava encantadora com aquela roupa de sua heroína — que no começo, era uma vilã — preferida. Ela havia até mesmo colocado perucas brancas para ficar ainda mais parecida com a Killer Frost. — Eu fico feliz por ter gostado, amor.
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
— Cara, eu estou morrendo de fome. — Isso não é nenhuma novidade. – Noah provocou o cunhado. — Vou te ignorar. — Ignore mesmo, temos que terminar isso. – Liam diz, apontando para os livros em cima da mesa. – Eu estou exausto e não estou reclamando. — Reclamou agora. Liam mostrou o dedo do meio rapidamente. — Lindo. – Shay debochou. – Quando vocês vão amadurecer? — Só porque é um ano mais velho que agente, e está namorando a irmã do Connor, não quer dizer que possa nos dar sermão. Os outros apoiaram o Kavanagh. — Mas não vamos falar sobre esse namoro, por favor, porque ainda não me acostumei. — Eu te entendo muito bem. – Noah diz após o ruivo, olhando para o amigo loiro. – Você não está dando suas escapadas, não, né? — Você sabe muito bem que eu nunca machucaria a Aurie. – Retrucou. — Não diga nunca, porque você já ficou com a Ruby uma vez, durante o namoro. — Eu estava bêbado! – Praticamente gritou. – Sacanagem, eu já expliquei isso, Noah. E eu nem tive culpa, aquela do
E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu por isso, pois não estava com cabeça para planejar um
Liam, eu tentei ser a mãe que os pivetes precisavam, juro que tentei, mas isso não é para mim. Nunca quis me casar e ser dona de casa. Meu sonho era ser modelo, e por culpa da maldita gravidez, eu perdi a oportunidade. Preciso refazer minha vida longe dos culpados da destruição do meu sonho, e por isso eu os deixo com você. Estarão muito melhores sem mim. Adeus. Lillie Kavanagh. E Liam não conteve a fúria e muito menos a vontade de jogar o porta-retrato da família que se encontrava em cima da mesinha ao lado do sofá, na parede, antes de se lembrar de que havia alguém mais importante na vida dele, duas pessoinhas, que precisavam dele inteiro, e só por esse motivo não se deixou levar pela vontade de encontrar a egoísta de sua mulher e lhe jogar algumas verdades em sua cara. Era o que ela merecia. A jovem, que se chamava Freya, explicou que tentou fazer a amiga mudar de ideia, mas que não conseguiu, e que por isso decidiu cuidar dos gêmeos até que ele chegasse. E ele não pode deixa