— Liam. Desviou os olhos de Mia e Natalie, e fitou a esposa do primo de uma delas. — Sua mãe está perguntando sobre o parabéns. — Vou chamar os gêmeos. Ela balançou a cabeça com um sorriso e saiu, avisando que falaria sobre com Ivy; quando ao Kavanagh, ele se afastou dos amigos e seguiu em direção á rosada, que continuava com Natalie em seus braços. — Essa é a melhor festa do mundo! Liam não pode deixar de sorrir — ladino — ao escutar a voz entusiasmada de sua garotinha. Era impossível não perceber o quanto ela estava feliz. Ou seu irmão, na verdade. Era a primeira festinha que eles convidavam crianças que não eram os amigos do condomínio ou os primos. Haviam muito mais crianças naquele ano. E a decoração, havia ficado realmente incrível. E sua filha estava encantadora com aquela roupa de sua heroína — que no começo, era uma vilã — preferida. Ela havia até mesmo colocado perucas brancas para ficar ainda mais parecida com a Killer Frost. — Eu fico feliz por ter gostado, amor.
Mia preparava tudo para que quando os gêmeos chegassem, estivesse tudo em seu devido lugar; arrumou o quarto de ambos, a sala, o lugar onde eles brincavam quando chovia, limpou o pó de tudo que era necessário e então seguiu para a cozinha para poder preparar o almoço. Havia decidido por macarrão de panela de pressão; colocou bastante frango e pedacinhos de bacon como eles gostavam. Não haveria salada, mas faria eles comerem algo mais saudável a noite, ainda que soubesse que eles provavelmente tentariam convencer ao pai de comerem uma pizza ou um hambúrguer. Naquele dia ela sentia-se um tanto temerosa com algo. Seu coração estava apertado, e apesar de ela não fazer ideia do motivo, ela sabia que algo ruim acabaria por acontecer. Ela sentia aquelas coisas. Sempre havia sido sensitiva. Aconteceu no dia em que perdeu sua mãe, aconteceu no dia em perdeu Aime, aconteceu no dia em que Samuel a abandonou, aconteceu tantas vezes que ela não conseguia contar nos dedos. E por isso havia passad
— Não se atreva a tocar nela. A rosada abriu os olhos, fitando ao moreno de olhos negros, assim como o ruivo a sua frente, que tinha uma impressão impassível no rosto. — O marido, acredito eu. Liam franziu o cenho, mas mesmo curioso, não questionou. — Não sei quem é você, mas se não der o fora daqui agora... – Se aproximou, se colocando a frente da babá de seus filhos. – Eu vou chamar a polícia. Samuel Callahan respirou fundo para então fitar a antiga parceira. — Isso não acabou, Mia. Não acabou. E então ele deixou a casa, andando a passos firmes até a saída. **--** **--** Liam não questionou, ainda que estivesse extremamente preocupado e curioso; apenas seguiu até a cozinha após acompanhá-la até o sofá de sua sala de TV e pegou um copo d’água, lhe entregando ao voltar, sentando-se a frente dela, na poltrona. Ele a esperaria se recuperar de tudo, em especial do choro; ainda que ela não estivesse fazendo som algum. As lágrimas continuavam a descer por seu rosto, como enxurr
— Sua filha, não é? Ela balançou a cabeça, deixando mais lágrimas descerem. — Minha filha. – Passou a mão no rosto novamente. – Eu descobri estar grávida no mesmo dia em que ele me deixou. E três meses depois... eu a perdi. Ele não se sentiu tão surpreso com aquelas palavras, já que havia desconfiado, mas ainda assim, sentiu seu peito apertar por imaginar a dor dela. — Ela era tudo que eu tinha. — Eu sinto muito. — Ele me culpa. – Contou, chorosa. – Me culpa por ela ter... Me culpa pelo que houve. Como posso ser a culpada? Eu cuidei dela com todo meu amor, eu fiz tudo para que ela fosse saudável. — Ele é um babaca. – Tocou o rosto dela, limpando as lágrimas que desciam. – Você não é culpada por nada. Tenho certeza de que fez tudo que pode por ela. E ele foi um canalha por te culpar pelo que aconteceu. Ele não tem direito algum, principalmente quando te abandonou, então não acredite nessas palavras. Nem por um segundo. Mia tremeu e fungou e quando deu por si, estava abraçand
Mia se encontrava tão pensativa durante o trajeto até a mansão onde os gêmeos se encontravam, que Liam começava a se preocupar. Ela não havia dito uma palavra depois que saíram da delegacia. Haviam feito a queixa, contado o que havia acontecido nos mínimos detalhes e então deixaram aquele lugar juntos. E desde então ele não escutou a voz dela. Ele podia imaginar em que estavam seus pensamentos. Ele mesmo não conseguia parar de pensar no que houve, mas mais que nisso, no que ela havia contado. Ela havia tido uma filha. E esse era o motivo de há alguns dias ela ter içado tão mal. Só podia ser esse o motivo. Ela mesma havia dito que não havia superado ainda o que aconteceu. E ele novamente a compreendia. Como superar? Havia sido algo muito chocante para ela, principalmente quando ela esperava por aquela criança tão ansiosamente. Mia suspirou longamente enquanto olhava para o lado de fora. Apesar de ver tudo que passava por ela — ou que ela passava por eles —, não conseguia realmente “ve
Mia havia ido se deitar um pouquinho assim como Liam instruiu; ele sabia que ela precisava depois do que passou. Os gêmeos se preocuparam e por isso Liam contou mais ou menos o que havia acontecido. Ele não mentiria, principalmente porque poderiam descobrir a verdade em algum momento já que o tal Callahan não parecia que iria deixar a rosada em paz. E então os pequeninos decidiram fazer companhia a ela, mesmo que ela estivesse dormindo, como haviam feito há alguns dias atrás, antes do aniversário deles, quando ela ficou muito triste. Eles não haviam se esquecido daquele dia, e jamais se esqueceriam. O Kavanagh fez um caldo, levou para os três, desceu, trabalhou um pouquinho, subiu novamente para pegar a bandeja com os pratos, descobrindo que a rosada havia comido muito pouco, o que o preocupou. Viu um fraco em cima da mesa de cabeceira e leu. Ela havia tomado um remédio para relaxar, só esperava que não fizesse mal a ela. Não sabia como ajudar mais, não sabia nem mesmo o que poderia
O dia havia sido um tanto cansativo para o Kavanagh. Não que ele tivesse reclamado em algum momento, mas o cansaço chegou, claro. Ele havia conseguido fazer Mia comer um pouquinho — seus filhos, na verdade, que insistiram tanto que a rosada não conseguiu deixar de aceitar —, fez ela sair um pouco daquele quarto, e já à noite, quando estava preparando o jantar, ela o ajudou junto aos gêmeos. Diferente de como acontecia quase sempre quando se reuniam os quatro na cozinha, não houve guerra de comida ou nada parecido; mas houveram brincadeiras da parte dos gêmeos, principalmente porque ambos queriam ver a mulher que eles já viam como mãe sorrir. Eles desejaram ver aquele lindo sorriso ou aquela risada divertida durante todo um dia, e quando finalmente conseguiram tirar ambos dos lábios dela, finalmente se sentiram bem. Mia sentiu-se um pouco cansada, mas era natural, já que o emocional dela não estava dos melhores; ainda assim, durante o jantar, tentou não demonstrar, por suas crianças a
Liam não conseguia se mexer. Ele queria, mas não conseguia. Estava em choque. Haviam se passado quase cinco anos. Quase cinco longos anos. E ali estava ela, depois de tanto tempo, em sua porta, como se nada tivesse acontecido. Chamando-o de marido. Marido. Quem ela pensava que é para chamá-lo de marido depois de abandoná-lo e aos filhos deles, que tinham menos de dois anos na época? Quem ela pensava que era aparecendo em sua porta, como se não tivesse sumido por tantos anos? Era demais para a cabeça dele. A raiva só crescia em seu interior. Sentia uma vontade tão grandiosa de pegá-la pelos cabelos e fazê-la pagar por todo o sofrimento que ela causou em Thomas e Natalie, fazê-la pagar por tudo que passou naquela época, sozinho, tendo que estudar e cuidar de duas crianças tão pequenas. Sim, teve ajuda dos pais, mas ainda assim, havia sido uma barra. E ela era a culpada. Ela havia sido egoísta, havia pensado apenas nela e em seu sonho mesquinho, nem por um momento pensou nele ou nos próp