— Mia, está chorando? O “quase” casou se virou, surpreendendo ao perceber a presença das crianças. — Por que está chorando? – Natalie insistiu, se aproximando, preocupada; tanto quanto seu irmão, que também havia se aproximado da rosada. — Eu... só me lembrei um pouco... da minha mãe. – Fitou o moreno mais velho por um momento antes de voltar-se para as crianças. – Mas nada para se preocuparem. — De verdade? — Sim, Thomy. – Se virou para os pães em cima da bancada. – Eu vou preparar outros pães assados. — Eu ajudo. – Liam se pôs ao seu lado. Natalie e Thomas trocaram um olhar preocupado; eles não haviam gostado nenhum pouco de ver a babá preferida deles tristonha, menos ainda de vê-la chorando. Era a primeira vez, e gostariam que fosse a última. — Sentem-se, vou colocar um pouco de suco para vocês. Um sorriso nos lábios dela, mas eles perceberam que não havia chegado a seus olhos; e isso os deixou mais preocupados, e um tanto entristecidos. A tristeza dela quase que podia
— Eu soube que... eles não têm mãe. Como a minha filha. — Sua filha pelo menos tem histórias boas sobre a mãe, e sabe que ela sempre a amou. Diferente dos gêmeos. — Eu também soube. Triste saber o que uma mãe é capaz de fazer aos próprios filhos. Mia soltou uma risada anasalada, cheia de deboche. — Eu sei bem o que é isso. Ele franziu o cenho. — Mas da parte do meu pai. – Molhou os lábios. – Mas não vamos falar de coisas ruins, não é mesmo? – Respirou fundo. – Você se mudou a pouco? Ou sempre morou aqui? — Eu me mudei no meio desse ano. Tive alguns... problemas com meus pais e decidi viver minha vida. Apenas eu e minha garotinha. — Entendo. — Precisei, sabe. Eles estavam se metendo muito na minha vida, me separou de uma namorada que eu gostava muito... e que... bem, ela não tinha o mesmo status que nós. — Me desculpe, mas ainda tem isso? Em que séculos estamos? — Eles são retrógrados. – Revirou os olhos. — Não procurou sua namorada? — Ela desapareceu. Nunca mais a v
Um pigarro foi escutado por ambos, que virou a cabeça e encontrou um Thomas nada feliz; ele tinha o olhar sério e os braços cruzados. — Você deve ser Thomas. – Sorriu para o menino. – Meu nome é... — Não quero saber. – O cortou. — Thomas Kavanagh. – Mia o repreendeu. – Peça desculpas. Levou um tempo, mas ele fez como a rosada ordenou. — Não seja grosseiro, querido. Você não é assim. Vai passar para o Mattew, que é um garotinho mal-educado, e você não é. – Fitou o ruivo a sua frente. – Ele está de mau humor. Não sei o motivo, mas posso adivinhar. – Se lembrou das palavras de alguns dias atrás, fitando-o novamente. — Vocês combinaram de se encontrar aqui? — Não. – Responderam juntos. — Eu vim trazer minha filha. Encontrei Mia aqui por acaso. Mia percebeu que ele continuava desconfiado. — Não seja tão ciumento. – O puxou para se sentar em seu colo, abraçando-o. – E desconfiado. Céus! Pensei que isso tinha passado. – Brincou. – Ele é muito desconfiado. De tudo e de todos. De
Natalie reclamou da presença de Belle e o pai o caminho inteiro até em casa. Ela estava realmente com implicância com a outra criança; pelo menos era o que Mia achava. Não havia motivos para a moreninha falar tanto mal da filha de seu mais novo amigo. A garotinha era um encanto, uma boneca de linda, e extremamente carinhosa, então por qual motivo sua pequena insistia em não gostar dela? Será que apenas ciúmes? Ou havia outro motivo que a fazia não gostar da menina? Mia até tentou saber, mas a menina só sabia reclamar e reclamar, tanto, que até mesmo seu irmão a chamou de exagerada. Surpreendentemente, Thomas havia cumprido com sua palavra sobre ajudar Belle na escola, pois ele havia contado a irmã sobre aquela ideia e se indignou. Mia tentou convencer sua garotinha de toda forma possível, teve a ajuda do irmão dela, falou que a menina poderia ser sua amiga, mas nada a fazia mudar de ideia. Nem mesmo por ela, a criança queria aceitar. E a rosada já não sabia mais o que fazer para que
Thomas tinha um sorriso nos lábios enquanto se vestia. Ele havia planejado algo incrível para se divertir. Aquele estava sendo um dia muito chato; não tinha nada para fazer, principalmente por estar chovendo muito e dando trovoadas. Era irritante não poder ir ao jardim e mais ainda não poder usar a piscina, algo que vinha fazendo muito quando aparecia aquele solzinho gostoso. Sua irmãzinha não tinha ideia de seu plano. Ele sabia que ela poderia dizer a sua babá preferida — vulgo, em breve mamãe — e por isso havia planejado tudo sozinho. Não era nada que pudesse machucá-la, claro, ou algo que a fizesse fugir dele e de sua família, afinal, era exatamente o contrário que ele desejava de agora em diante. Mas, ele não podia deixar de brincar com ela de vez enquando ou mesmo ser implicante, porque ele era Thomas Kavanagh. Pegou aquela máscara horripilante de cima de sua cama e colocou em seu rosto, dando uma risada só por imaginar o susto da Lafferty. Ele já havia planejado tudo certinho p
Liam e Mia estavam com uma lista em mãos e já dentro do carro afim de chegar a primeira parada do dia. Tudo havia sido organizado por Ivy. Ela apareceu com um sorriso enorme no rosto, e sem demoras, avisou que aquele seria o dia em que eles iriam começar a organização para a festa dos gêmeos. Claro que Liam foi pego totalmente de surpresa. Era seu dia de folga e não estava nos planos dele sair de casa — a não ser que as crianças desejassem muito. Ainda que tivesse tentado convencer a mãe de que iria outro dia — ainda naquela semana —, a mulher não aceitou. Teimosa como era, Liam não se surpreendeu com a insistência de sua amada mãe. Ela explicou tudo que precisariam fazer, deu números de telefones de buffet’s — alguns nos quais havia não só o bolo e os doces, como também os salgados e a decoração de mesa junto aos brinquedos que seriam espalhados pelo jardim da mansão naquele dia especial de seus netos. E ambos escutaram com atenção, ainda que estivessem tremendo na base por ter de pa
— Vai ligar para quem? — Minha cunhada. – Colocou no viva-voz, escutando chamar duas vezes. – Allison. — Olá, cunhado. Se divertindo? O outro franziu o cenho. — Por que eu acho que você sabe onde estou? — Porque eu sei. — Hum. Bom, o que quero saber... Nos aniversários anteriores, quem encheu aquelas caixinhas que ficavam em cima da mesa do bolo? — Sua mãe. Novamente franziu o cenho. — Oi? — Ela disse que distrai ela. – Diz rindo. – Por que? — Porque a Mia acabou de ver as regras aqui do pessoal da decoração... – A fitou, vendo-a balançar a cabeça. – E eles entregam tudo, mas quem preenche as caixinhas não são eles. Ou seja..., eu preciso de alguém que faça isso. — E você quer que eu pergunte para sua mãe se ela fará isso esse ano também? — Não mesmo. Eu quero um número de telefone de alguém que faça isso por nós. — Bom..., conheço uma pessoa que está precisando de trabalho. Acho que ela aceita fazer isso. Pagando bem, como ela mesmo diz. – Riu. — Ótimo. Fale com
— Eu fico feliz pelos gêmeos não passarem por nenhum problema na escola. Por não ter ninguém que implique com eles ou que os humilhe. — Até onde eu sei, eles se dão bem com a grande parte da turma deles. São amigos de quase todos, se enturmam fácil. Os professores dizem que são ótimas crianças. — Sim, me disseram o mesmo na reunião de pais. Disseram que são inteligentes demais e que deveriam pular um ano. — E o que você acha? — Fiquei pensativo sobre isso. Orgulhoso, mas pensativo. Eu não os quero separados dos amigos. Eu cresci com Ryan e Connor, você sabe. E eles me fizeram um bem danado na época da escola. — Bem, se é essa a sua opinião, então deixe como está. – Deu de ombros. – Eu também tive a oportunidade de pular uma turma. — Bom, me disseram que sempre foi muito inteligente. Mia ficou curiosa: quem havia contado a ele? — Mas por que não pulou? — Eu não queria ficar sem meus amigos. E Liam sorriu. — Minha mãe entendeu e deixou como estava. O silêncio reinou por