O emprego

Chelsea 

Depois de cerca de trinta minutos, cheguei à agência. Eu tive que correr mais do que um maratonista para alcançar um táxi. Estava toda suada e… Merda! 

A minha bolsa havia sumido! 

— Não, não, não!  — Eu resmunguei, as lágrimas de frustração se formando nos meus olhos. 

Estava na recepção, e era inútil ficar sapateando igual a uma louca. 

Eu andei até a recepcionista e perguntei a ela sobre a vaga de babá que a agência havia me dito que estava aberta. Ela procurou algumas coisas no computador e mandou eu falar com Declan, o cara responsável pelas vagas e candidatas. 

Eu me arrastei até ele. 

Tive que pegar o elevador e ir até o andar superior, onde ficava o departamento de seleção. Declan me recebeu com um sorriso no rosto. Ele era o responsável pela procura e seleção. Na última vez que estive aqui, trabalhei por cerca de seis meses para uma família nos Hamptons. 

— Parece que o sr. Scott gostou do seu perfil. — Ele disse. — Mas você sabe… ele pediu descrição e não tolera… atrasos. Dois filhos; um garotinho de oito meses e uma garota de oito anos. Beatrice e Matty. Precisa que você durma lá. Paga muito bem, e por trabalhar muito, pediu para que não saia do quarto quando chegar em casa. — Eu assenti. 

Esse era mais um… 

Geralmente, eu não aceitaria esse emprego. Precisaria dormir em sua casa, ficar quase o dia todo e ainda obedecer as suas especificações. O cara não tolerava atrasos, não mostraria o rosto e pagaria um valor gigantesco… todos os meus neurônios apitavam. 

— Você é jovem, lida bem com crianças e tem um currículo perfeito — disse Declan. Ele se inclinou ma minha direção. — Não fico admirado por ele escolher você. As outras quinze candidatas foram escolhidas à dedo, mas o sr. Scott as descartou. 

— Como posso trabalhar para alguém que nunca vou conhecer? Parece estranho. — Eu disse, franzindo a testa. — E para ser honesta, tudo isso parece uma armadilha. 

Ele suspirou audivelmente, massageando a têmpora. 

— Srta. Hennessey , garantimos total segurança para ambos os lados. A senhorita não correrá nenhum perigo, assim como o sr. Scott não verá nenhum perigo em você. Para a sua segurança e a privacidade do sr. Scott, ele optou por não querer se mostrar. 

Eu me perguntava se era algum cara famoso. As  outras babás da agência me contaram certa vez que para se tornar uma babá de luxo é necessário se colocar numa série de especificações. Algumas vezes, a privacidade de quem as contrata é levada em conta, e é de total importância que as regras não sejam quebradas. 

Nos últimos tempos, eu me perguntava se isso valia mesmo a pena. 

Eu largara o curso de belas artes na faculdade. Vim para Nova York para estudar, mas depois que a mamãe ficou doente, se tornou praticamente impossível. Eu tinha que m****r dinheiro para ela todos os meses, e graças a isso, tive que procurar algum emprego bom o suficiente para pagar as suas despesas mensais e a parte do valor do apartamento que dividia com Valerie. Esse dinheiro iria acabar com tudo isso. Se eu conseguisse ser contratada pelo sr. Scott, todos os meus problemas teriam um fim.

A verdade é que eu estava encurralada. 

Há três meses terminei com Shawn, o irmão de Valerie, e agora ele não me deixava em paz. Eu sabia que era inútil simplesmente fugir, mas acontece que eu não aguentava mais. Eu prometi para mim mesma que não iria deixar que ele arruinasse tudo. 

— Amanhã poderá visitar a casa, conhecer as crianças, e terá duas semanas de teste. Caso cometa algum erro ou não goste de como as coisas estão indo, poderá pedir para sair. — Informou ele. 

Eu assenti silenciosamente. 

Eu tinha que decidir logo se iria aceitar ou não. 

O que eu poderia perder? 

Com certeza isso iria me ajudar muito. 

E o salário era muito bom. 

Valerie irá viajar em dois meses. Eu não poderia pagar o apartamento, e Shawn não me deixará em paz tão facilmente. Se eu aceitar o emprego, poderei ficar por algum tempo sem me preocupar com isso. Mamãe também precisava que eu pagasse o hospital. Seus exames e remédios ficavam mais caros a cada mês. Em pouco tempo, não teria o suficiente nem para mim. 

— Ok. Eu aceito. — Eu disse. Declan fez que sim. — É perfeito. 

— Fez uma boa escolha, srta. Hennessey . 

Eu esperava mesmo que sim. 

Sorrindo, estendi o braço e Declan apertou a minha mão. 

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