Estava no jardim com Maria Alice, Beatriz e Lara. As meninas estavam animadas, me contando sobre a escola, e eu estava feliz por estar de volta. Maria Alice brincava no meu colo, sorrindo como nunca. Foi então que ouvi passos decididos vindo em nossa direção. Levantei os olhos e vi Luciana se aproximando com uma expressão furiosa no rosto.— O que você está fazendo aqui? — Luciana perguntou, a voz fria e cheia de desprezo.As meninas se calaram imediatamente, sentindo a tensão no ar. Respirei fundo, tentando manter a calma.— Phillippo me recontratou. — Respondi, tentando soar confiante.Luciana soltou uma risada sarcástica.— Se você pensa que ganhou alguma coisa, está muito enganada. — Ela levantou a mão esquerda, exibindo um anel brilhante. — Eu vou me casar com Phillippo. Quem vai ganhar sou eu.Olhei para o anel por um momento e depois voltei meus olhos para ela. O brilho do anel não conseguia ofuscar a realidade de sua arrogância e insegurança.— Faça bom proveito, Luciana. Dese
Sophia Martins— Sophia? — Ele me chamou, e não sei por quanto tempo fiquei parada olhando sei lá o quê.— Claro. — Respondi, abrindo mais a porta para que ele entrasse.Phillippo entrou e se sentou em uma cadeira próxima à cama. Ficamos em silêncio por mais um momento, cada um imerso em seus próprios pensamentos.— Desculpe pela cena de hoje mais cedo. — Ele começou, olhando diretamente para mim. — Luciana pode ser... difícil.— Eu entendo, Phillippo. — Respondi, sentindo um peso no peito.Ele assentiu, parecendo considerar minhas palavras.— Não estou aqui para causar problemas, acho melhor eu ir.— Não vá! As meninas precisam de você, e... eu também.Ele me pegou completamente de surpresa ao dizer isso e fiquei muda sem saber o que dizer. Phillippo colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e depois sorriu.— É estranho ter sentido a sua falta?— Não, porque eu também senti.— Senti falta das nossas sessões de cinema. Você é divertida e consegue me tirar do limbo.— Fico feliz
Sophia Martins Depois que deixamos as crianças na escola, pedi a Sebastião que me levasse até o presídio onde minha amiga estava. Eu precisava conversar com ela. Como eu iria vir aqui, pedi a dona Helena que ficasse com Maria Alice. Quando consegui entrar, uma das carcereiras olhou para mim.— Está com saudades, Sophia? — Ela perguntou, e eu neguei.— Vim apenas visitar minha amiga e já estou indo, obrigada.— A que matou o cara no clube de stripper, né? Olha, manda sua amiga ter cuidado, porque tem gente querendo se vingar.Meu coração apertou. Minha amiga não está segura, ela precisa sair daqui o mais rápido possível. Encontrei Letícia na sala de visitas, o rosto dela iluminou-se ao me ver. Ela estava mais magra e com olheiras profundas, sinais claros de que a vida ali dentro não estava sendo nada fácil.— Sophia! — Ela exclamou, levantando-se e me abraçando.— Letícia, como você está? — Perguntei, tentando não deixar transparecer minha preocupação.— Sobrevivendo — respondeu ela,
Sophia MartinsSai do escritório de Phillippo com o coração acelerado. Aquela mulher me irritava de uma forma que eu não podia explicar. — Já te alertei sobre ficar grudada em Phillippo. — Luciana disse com a voz baixa e ameaçadora.— Eu só queria conversar com ele sobre algo importante. Nada mais. — Respondi tentando manter a compostura.— E por que não falou nada minha presença? — Você deveria confiar mais no seu taco. — A olhei com um tom desafiador.Luciana ficou furiosa dizendo que poderia acabar comigo e eu não me importei, não vou me deixar intimidar por uma mulher falsiane. Enquanto ia para a cozinha minha mente só conseguia pensar que eu precisava contar a verdade para ele, mas a presença de Luciana tornava tudo mais difícil. Quando cheguei Sebastião estava lá tomando café e conversando com dona Martina e nova ajudante da cozinha.— Como foi? — Perguntou ele, vendo a preocupação no meu rosto.— Não consegui contar. Luciana nos interrompeu e fez um escândalo. — Respondi, f
Phillippo ficou em silêncio, sua expressão passando de confusão a choque e, finalmente, para uma raiva contida. Ele piscou algumas vezes, tentando processar o que Sophia acabara de lhe dizer.— O que você está dizendo? — Ele perguntou, a voz tensa.— Luciana não está grávida. — Respondi novamente.Phillippo parecia atônito, os olhos fixos em mim como se procurassem uma explicação mais convincente. Ele se levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro, sua mente claramente trabalhando a mil por hora.— Isso é impossível. — Ele murmurou, a frustração evidente em sua voz. — Como você tem certeza?— Ouvi ela conversando com a mãe dela em seu quarto. Luciana mentiu para você, depois que se casarem ela dará um jeito de fingir que perdeu a criança. — Expliquei a ele que me encarou incrédulo. — Ela está apenas manipulando a situação para conseguir o que quer. Phillippo parou e olhou para mim, a tensão visível em seus ombros.— Conheço Luciana desde sempre, nunca imaginei que ela
Luciana TorresEntrei na loja de vestidos de noiva com minha mãe ao meu lado, sentindo uma onda de excitação percorrer meu corpo. Era o momento que eu sempre sonhei, e eu estava determinada a ser a noiva mais linda que alguém já viu. O ambiente era luxuoso, com araras cheias de vestidos deslumbrantes, e eu já podia imaginar os olhares de admiração que receberia no grande dia.— Ninguém nunca verá uma noiva tão linda quanto eu, mamãe. — Declarei, com um sorriso confiante.— Claro que não, querida. Será o casamento do século. — Minha mãe respondeu, com um brilho nos olhos.A atendente, uma jovem elegante, se aproximou com um sorriso profissional.— Bom dia, senhoras. Posso oferecer algo para beber? Temos champanhe e suco de laranja.— Para mim, champanhe, por favor. — Minha mãe pediu, ajeitando-se em uma cadeira confortável.— E para a senhora? — A atendente perguntou, se dirigindo a mim.— Champanhe também. — Respondi, sem hesitação.A atendente pareceu hesitar por um momento, olhando
Luciana estava sentada à mesa, tomando seu café e dando ordens a dona Martina sobre o que queria para o jantar. Observei em silêncio, deixando-a acreditar que estava no controle de tudo.— Pai, você não vai dizer nada? — Beatriz perguntou, me encarando. — Ela está mandando na tia Martina.— Beatriz, minha querida, ela não é sua tia, é uma serviçal. — Luciana disse, com um tom condescendente.— Sim, ela é minha tia e pronto! Você não manda em mim.— Em breve, serei a sua madrasta, você vai ter que me respeitar.— Só no dia em que os porcos voarem. Até lá, você é só uma oportunista que está dando um golpe no meu pai. Deve estar falida para ter que fazer isso.— Phillippo, você vai deixar ela falar assim comigo? — Luciana choramingou.— Se resolvam entre vocês. Luciana, vê se não inventa de faltar hoje, preciso daquele caso em que você está responsável. Te espero na empresa.Despeço-me das minhas filhas e olho para Sophia antes de sair. Antes de ir para a empresa, passei na casa dos meus
Sophia Martins Passar pelo rigoroso processo de segurança da prisão sempre me causava uma sensação de desconforto, já que passei um tempo naquele lugar. O ambiente sombrio e as expressões endurecidas dos guardas nunca me deixavam esquecer o quanto eu odiava estar ali. Mas hoje, apesar do ambiente opressivo, havia uma chama de esperança em meu coração. Letícia precisava de boas notícias, e eu estava determinada a trazê-las.Quando finalmente cheguei à sala de visitas, lá estava Letícia, sentada à mesa, esperando. Seu rosto mostrava uma mistura de ansiedade e cansaço, mas seus olhos se iluminaram ao me ver. — Letícia, como você está? — Perguntei, sentando-me em frente a ela e segurando suas mãos. O toque familiar de sua pele me fez sentir um calor reconfortante, algo que eu sabia que ela precisava mais do que nunca.— Sophia, estou tentando me manter forte, mas está sendo difícil. — Ela respondeu, apertando minhas mãos com força. — Alguma notícia sobre o meu julgamento?Respirei fundo