Sophia Martins Passar pelo rigoroso processo de segurança da prisão sempre me causava uma sensação de desconforto, já que passei um tempo naquele lugar. O ambiente sombrio e as expressões endurecidas dos guardas nunca me deixavam esquecer o quanto eu odiava estar ali. Mas hoje, apesar do ambiente opressivo, havia uma chama de esperança em meu coração. Letícia precisava de boas notícias, e eu estava determinada a trazê-las.Quando finalmente cheguei à sala de visitas, lá estava Letícia, sentada à mesa, esperando. Seu rosto mostrava uma mistura de ansiedade e cansaço, mas seus olhos se iluminaram ao me ver. — Letícia, como você está? — Perguntei, sentando-me em frente a ela e segurando suas mãos. O toque familiar de sua pele me fez sentir um calor reconfortante, algo que eu sabia que ela precisava mais do que nunca.— Sophia, estou tentando me manter forte, mas está sendo difícil. — Ela respondeu, apertando minhas mãos com força. — Alguma notícia sobre o meu julgamento?Respirei fundo
Houve um murmúrio de choque entre os convidados. Luciana me olhou incrédula, seu rosto passando de confusão para raiva em questão de segundos.— Você não pode me fazer passar essa vergonha, Phillippo! — Ela exclamou, sua voz tremendo.— Não é vergonha, Luciana. — Respondi, mantendo a calma. — Estou apenas desmascarando uma falsa mentirosa. Você não está grávida.O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Luciana tentou manter a compostura, mas suas mãos tremiam visivelmente.— Eu estou grávida sim! — Ela insistiu, sua voz agora desesperada.— Pare de mentir, Luciana. Eu já sei a verdade. Não adianta continuar fingindo. — Disse, olhando diretamente em seus olhos.Finalmente, a máscara caiu. Luciana começou a chorar, seus soluços ecoando pelo jardim.— Eu... eu fiz isso porque te amo, Phillippo. Fiz tudo isso por amor!Balancei a cabeça, desapontado.— Isso não é amor, Luciana. Você fez tudo isso por posse, porque não sabe o que é amor verdadeiro. Nem a si mesma você ama.Ela saiu corre
— É ela. — Disse Vanessa, apontando para mim.Um dos homens se aproximou, sua expressão ameaçadora.— Vocês agora têm uma dívida conosco. Assumimos os negócios de Mauro. Se não pagarem o que devem, sua amiga pode não sobreviver da próxima vez. E você, Sophia, será jogada em um lugar que não vai gostar. — Ele disse, a voz fria como gelo.Senti um arrepio percorrer minha espinha. Olhei para João, que estava ao meu lado, visivelmente tenso.— Vou dar um jeito. — Respondi, tentando manter a voz firme.— É bom mesmo. — O homem respondeu, recuando um passo.Vanessa deu um passo à frente, seus olhos brilhando de satisfação maliciosa.— Eu sempre venço, Sophia. E ainda vou ver você se foder em um puteiro de quinta. — Ela disse, com um sorriso venenoso.Ela e os homens se afastaram, deixando-nos ali paralisados por um momento. Respirei fundo, tentando processar o que havia acabado de acontecer. João colocou a mão no meu ombro, tentando me reconfortar.— O que foi aquilo? — Ele perguntou, ainda
Um mês havia se passado desde o dia fatídico em que Letícia foi esfaqueada na prisão. Após um longo período de recuperação no hospital, ela estava finalmente pronta para enfrentar seu julgamento. O dia tão aguardado havia chegado, e a tensão no ar era palpável. Todos estavam presentes no tribunal, aguardando ansiosamente o início do julgamento.Eu estava sentada na primeira fileira, com Phillippo ao meu lado, segurando minha mão para me dar força. Beatriz e Lara também estavam ali, seus rostos sombrios refletindo a gravidade da situação. O juiz entrou na sala, e todos se levantaram em respeito.— Podem se sentar. — Disse o juiz, a voz firme ecoando pela sala.O advogado de defesa de Letícia se levantou, e o julgamento começou. A promotoria apresentou seu caso, descrevendo Letícia como uma criminosa perigosa. A primeira testemunha de acusação foi chamada, e meu coração disparou quando vi Vanessa entrar na sala, um sorriso frio em seus lábios.Ela prestou juramento e começou a testemunh
Um ano havia se passado desde o julgamento de Letícia. Muita coisa havia mudado em nossas vidas, e enquanto nos preparávamos para enfrentar o futuro, o passado finalmente parecia estar ficando para trás. O último ano foi cheio de desafios, mas também de redenção e novos começos.Estava uma manhã ensolarada, e eu estava sentada na varanda de nossa casa, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Letícia finalmente estava se recuperando, tanto física quanto emocionalmente. Ela havia decidido buscar ajuda profissional para lidar com seus problemas com as drogas. João e ela tinham reatado o relacionamento, e era visível a mudança positiva em ambos.— Sabe, tudo de ruim ficou naquele ano. — Disse Letícia, sentando-se ao meu lado com uma xícara de café. — Hoje, me sinto mais leve, mais pronta para enfrentar o mundo.Sorri para minha amiga, sentindo uma onda de gratidão por vê-la tão bem.— Fico tão feliz por você, Letícia. Você merece toda a felicidade do mundo. — Respondi.Phillippo apa
Dois dias se passaram desde que voltamos de Minas Gerais com Rosamaria. Hoje é o meu aniversário de 20 anos, e todos estamos reunidos para celebrar. A casa está cheia de alegria e risos, um contraste tão grande com tudo o que vivemos no último ano. Decidi usar um vestido azul claro, presente de Phillippo, que acentuava a simplicidade e a felicidade que sentia naquele momento.A festa estava em pleno andamento quando os pais de Phillippo, Henrique e Roberta, chegaram. Eles foram muito calorosos comigo desde o início, e hoje não foi diferente.— Parabéns, Sophia! — Disse seu Henrique, me dando um abraço apertado.— Estamos tão felizes por você, querida. — Acrescentou dona Roberta, sorrindo carinhosamente. — Que este novo ano seja cheio de bênçãos.— Muito obrigada. Vocês são maravilhosos. — Respondi, sentindo o calor de sua acolhida.Logo depois, Alissa, Maxim e Lykke, chegaram me abraçando. — Parabéns, Sophia! — Gritou Alissa, me abraçando com força. — Você está linda!— Obrigada, A
Phillippo Constantinova Acordei no meio da noite, o quarto ainda envolto na penumbra suave das velas que tinham queimado até o fim. A luz da lua filtrava-se pelas cortinas, lançando um brilho prateado sobre a cama onde Sophia dormia serenamente ao meu lado. Fiquei ali, por um momento, apenas observando-a.Seu rosto estava tranquilo, os lábios ligeiramente curvados em um sorriso sonhador. O cabelo escuro espalhado pelo travesseiro, criando uma moldura perfeita para sua beleza. Senti uma onda de amor e gratidão inundar meu peito. Nunca imaginei que pudesse amar alguém novamente depois da morte de Fabi. Ela foi meu primeiro amor, e sua perda deixou um buraco em meu coração que pensei nunca ser preenchido.Mas então Sophia apareceu, como um raio de luz em uma noite escura. Ela mudou tudo, transformou minha dor em esperança e trouxe de volta a alegria para minha vida. Seu amor me fez querer ser um homem melhor, um pai melhor para Beatriz e Lara. Ela não só curou meu coração, mas também tr
Passeamos pelo parque, parando para ver os lagos e as esculturas. As crianças estavam fascinadas por tudo, e Rosamaria e Maria Alice olhavam ao redor com olhos arregalados, absorvendo cada nova visão e som.— Olha só isso, mamãe! — Gritou Lara, apontando para um grupo de patos nadando no lago.— Eles são lindos, não são? — Respondi, sorrindo.Lara passou a me chamar de mamãe e não me importo com isso. — Posso alimentá-los? — Perguntou ela, cheia de expectativa.— Claro, vamos ver se encontramos algum pão velho. — Disse Phillippo, já se dirigindo a uma barraca próxima.Enquanto Phillippo e Lara iam comprar pão, eu me sentei com Beatriz e as menores perto do lago. Beatriz estava começando a se animar, sua expressão mal-humorada finalmente se dissolvendo.— Viu, não é tão ruim sair cedo no domingo. — Disse, cutucando-a de leve.— Tá, tá, você venceu. — Respondeu ela, rindo.Phillippo e Lara voltaram com o pão, e todos nós nos divertimos alimentando os patos. Era um momento simples, mas