POV: LAURENMeu coração apertou, e eu soube que nada que eu dissesse agora faria com que essa dor desaparecesse completamente.— Theo, não foi isso que eu quis dizer. — Tentei explicar, mas ele já estava se afastando.Seu passo acelerado denunciava o peso do que havia ouvido.— Está tudo bem, Fada. — Sua voz saiu embargada, os ombros encolhidos. — Meus pais também não me quiseram… Nem o tio Henry.Senti um aperto no peito.— Garotão! — Henry chamou, a voz firme, mas Theo já havia disparado pelo corredor, batendo a porta do quarto com força.Um silêncio pesado tomou conta do ambiente.Henry passou as mãos pelo rosto, os músculos do maxilar travados. Então, sem aviso, virou-se e socou o balcão da cozinha, a madeira vibrando com o impacto.— Que droga! — Ele rosnou, a mandíbula travada.Mordi o lábio por dentro, sentindo um nó se formar na garganta. O ambiente parecia sufocante.Respirei fundo, forçando-me a manter a clareza. Passei as mãos pelos cabelos, tentando ignorar o olhar intenso
POV: HENRYO calor de seus lábios contra os meus era real, intenso. Sua respiração entrecortada misturava-se à minha, e bastava uma palavra para que eu a beijasse como ambos desejávamos. Mantive o toque leve, provocador, umedecendo os lábios e roçando suavemente a ponta da língua nos dela, testando sua reação.— Sr. Carter... — Lauren murmurou, a voz baixa e carregada de algo que não conseguia esconder.Seus braços deslizaram ao redor do meu pescoço, os dedos roçando na minha nuca. Ela se ergueu levemente na ponta dos pés, reduzindo o espaço entre nós. Meu olhar se fixou no dela, tentando decifrar até onde ela queria me levar.— Você não vai me seduzir para me fazer aceitar o contrato. — Ela sussurrou contra minha boca, um desafio disfarçado de provocação.Antes que eu pudesse reagir, Lauren me empurrou de leve e se virou de costas, encarando a vista. Respirei fundo, massageando a nuca, sentindo o rastro quente do toque dela ainda na minha pele. Um sorriso lento surgiu nos meus lábios
POV: LAURENOs dias seguintes passaram sem que eu visse Henry com tanta frequência. Ele estava imerso no trabalho, e sua presença na casa se tornou quase inexistente. Aproveitei as manhãs, enquanto Theodor estava na escola, para ir às consultas pré-natais. Para minha felicidade, meu bebê estava se desenvolvendo bem e saudável. Os enjoos diminuíram, e pela primeira vez em semanas, comecei a sentir que poderia respirar um pouco melhor.Visitei minha mãe e Kate, tentando encontrar algum conforto na presença delas. Mas a realidade logo me atingiu quando fui ao banco negociar a dívida deixada pelo meu pai.— Isso é um absurdo! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, mas não me importei. Encostei as mãos na mesa e encarei o gerente à minha frente. — Esses juros são abusivos! Como esperam que eu pague os credores se o banco está tentando me roubar desse jeito?O homem à minha frente usava um terno caro e um sorriso cínico. Ele sequer piscou diante da minha indignação.— Sra. Becker,
POV: HENRYEu havia esquecido uma pasta importante em casa e precisei voltar para buscá-la. Encontraria alguns clientes na nova boate, ideia de Lucian, que insistiu em levar os franceses para se divertir antes de fecharmos um novo acordo comercial. Estava prestes a sair da mansão quando um carro parou à frente.Fiquei observando enquanto um homem alto, de boa aparência, descia e caminhava até o lado do passageiro, abrindo a porta com um gesto cavalheiresco. Então, vi Lauren Becker saindo do carro.Meus olhos se estreitaram quando ele segurou sua mão e depositou um beijo no dorso. Cruzei os braços, sentindo meus dedos apertarem contra os bíceps, sem entender por que aquele gesto me irritou tanto.Quando Lauren se virou, seu corpo enrijeceu ao me ver ali, como se tivesse sido pega em flagrante. Então era por isso que evitava minhas investidas? Já estava se envolvendo com outro homem?— E então? — Eu reforcei, aguardando sua explicação.— Sr. Carter, não percebi que o senhor estava aí. —
POV: LAURENEle avançou em silêncio, seus olhos fixos em mim com uma intensidade que fez meu coração acelerar. Dei um passo para trás, mas não adiantou. Em um movimento ágil, Henry me puxou e me prendeu contra a parede.Suas mãos firmes seguraram meus pulsos acima da minha cabeça, me mantendo presa enquanto seu rosto se aproximava perigosamente. Seu olhar desceu para minha boca antes de capturá-la entre seus dentes, mordendo meu lábio inferior e sugando lentamente.Um gemido baixo escapou de mim.Ele não esperou por mais nada. Mergulhou em um beijo profundo, intenso e faminto, explorando minha boca sem pressa, mas com posse. Sua língua deslizava contra a minha, dominando o ritmo, enquanto suas mãos soltaram meus pulsos para percorrerem meu corpo.O toque firme subiu pela barra da minha camisola, traçando cada curva antes de agarrar minha perna e puxá-la contra seu quadril. Senti sua mão quente deslizar pela minha coxa, apertando forte, marcando sua presença.Meu corpo respondeu sem re
POV: HENRY— Droga… — Eu resmunguei ao abrir os olhos, levando a mão à testa, massageando a dor latejante. Minha boca estava seca, minha cabeça pesada. — Como diabos cheguei em casa?Tentei me mover, mas senti algo pressionando meu ombro. Franzi o cenho e olhei para o lado.Lauren.Ela estava deitada ao meu lado, sua mão pousada no meu peito, sua cabeça apoiada contra o meu braço. Seus cabelos se espalhavam sobre a cama, macios, cheirosos, sedosos. Meu olhar desceu pelo seu corpo parcialmente coberto, a camisola fina revelava suas curvas perfeitas. Uma de suas pernas estava jogada sobre meu quadril, a coxa à mostra, quase revelando mais do que deveria.Merda.Ela era linda.Engoli em seco, me mexendo com cautela para não a acordar. Minha mente foi preenchida por flashes da noite anterior. O gosto da sua boca, a forma como sua pele reagia ao meu toque, suas pernas se enroscando em meu quadril, a curva dos seus seios sob minha língua…Será que a gente…?Meus músculos tensionaram com a d
POV: HENRYMinha voz saiu firme, sem pressa. Meus olhos percorreram seu corpo, captando cada detalhe da camisola fina que abraçava suas curvas. Droga... por que ela tinha que estar tão irresistível?— Já terminamos. — Ela rebateu, a voz firme, mas o olhar relutante. Tentou puxar o braço, mas apertei levemente, mantendo-a ali. — Não houve nada.Ergui uma sobrancelha, avaliando sua expressão tensa.— Nada? — Eu repeti devagar, inclinando-me ligeiramente.— Nada. — Ela insistiu, desviando o olhar.— Então por que está fugindo de mim? — Eu me aproximei um pouco mais tocando seus cabelos tirando uma mexa de seu rosto, passando atrás da orelha. — Por que está me olhando assim se não houve nada?Becker abriu a boca, mas se calou. Seu peito subia e descia rápido, denunciando o nervosismo.— Preciso ir antes que Theodor volte. — Ela disse por fim, forçando um tom neutro. — Como vamos explicar que passamos a noite juntos?Inclinei um pouco a cabeça, estudando-a.— Somos adultos, Lauren, não pre
POV: LAURENFicar perto de Henry estava se tornando perigoso.Toquei meus lábios, ainda sentindo o gosto dele, a lembrança vívida de seu beijo queimando na minha pele. Meu corpo parecia marcado pelo toque firme de suas mãos, como se ele ainda estivesse ali, me segurando, me provocando.Mordi o lábio, tentando afastar as sensações. Passei as mãos pelo rosto, frustrada.— O que eu estou fazendo? — eu resmunguei, encarando meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam mais brilhantes do que o normal, minhas bochechas coradas. Eu não podia continuar assim. — Isso já está complicado o suficiente.Soltei um longo suspiro, tentando colocar meus pensamentos em ordem.— Mas por que ele veio aqui ontem à noite? — eu murmurei, lembrando do barulho na porta, da forma como seu olhar me consumiu, do beijo que ele tomou sem hesitar. — Droga!O pior era que eu gostei.Ninguém nunca me beijou daquela forma. Ninguém nunca me tocou com tanta intensidade, como se eu fosse algo precioso e proibido ao mesmo t