POV: LAUREN
— Nossa, você continua um desastre desde a última vez que te vi. — A voz de Violet pingava veneno, e seu sorriso frio fez meu estômago revirar.
Meu corpo enrijeceu no mesmo instante. Fechei os olhos por um segundo, tentando manter a compostura antes de me virar para encará-la. O ar ao meu redor parecia mais pesado, carregado de rancor e tensão.
— Violet. — Minha voz saiu firme, mas meu coração martelava contra as costelas. — Eu já terminei aqui. Com licença. — Dei um passo decidido em direção à porta, querendo escapar daquela presença sufocante o mais rápido possível.
Mas ela se moveu com rapidez e bloqueou minha passagem. O olhar dela faiscava puro ódio, e sua presença emanava uma agressividade que fazia minha pele se arrepiar.
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POV: LAUREN— Ninguém virá te ajudar! — Ela riu, uma risada cortante e cruel. — Você é lixo! Nunca deveria estar neste evento! Nunca deveria ter nascido!A pressão aumentou, meu peito arfava, minha cabeça latejava com a privação de ar. O desespero se transformou em um fogo crescente dentro de mim. Meus braços se debatiam freneticamente, as unhas arranhando a superfície escorregadia da pia, tentando encontrar um ponto de apoio, qualquer coisa para me salvar daquela louca.Então, em um ímpeto desesperado, agarrei o braço dela com força, meus dedos cravando em sua pele como garras. Girei o pulso dela com toda a força que consegui reunir. Um grito de dor rasgou seus lábios e, por um instante, sua força cedeu. Aproveitei a brecha e a empurrei com tudo, usando o peso do meu próprio corpo.&nbs
POV: LAUREN— Você me entendeu? — A voz de Ethan era baixa, mas carregada de ameaça. A mão dele se apertou ainda mais contra minha garganta, e eu assenti com dificuldade, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto quente e trêmulo.Ele sorriu satisfeito e, com um movimento calculado, deslizou a mão para longe, deixando meu corpo fragilizado pelo choque. Mas não me deu espaço para respirar. Encostou o braço na parede ao lado da minha cabeça, bloqueando qualquer tentativa de fuga, colando seu corpo contra o meu. O escuro do cômodo nos envolvia, e ele se inclinou, sua respiração quente e repugnante roçando minha pele.— Agora me diga, querida… — Ele sibilou, os dedos deslizando pelo meu rosto até alcançar meus lábios. Cravou as unhas levemente, apertando, machucando. Seu toque era um insul
POV: HENRYLauren demorava para retornar do banheiro, e uma inquietação crescente tomou conta de mim. Será que ela estava passando mal? A rodei demais durante a nossa dança? Mas algo me dizia que não era apenas isso. Uma sensação incômoda se instalou no meu peito quando meus olhos captaram Ethan se movimentando pelo salão, cumprimentando os convidados com aquele ar cínico e superior. Ele estava sozinho.Um frio percorreu minha espinha. Algo estava errado.Levantei-me de imediato, decidido a encontrá-la. Caminhei a passos firmes em direção aos toaletes, mas antes que pudesse chegar, uma barreira surgiu diante de mim.James.— Carter, que surpresa agradável ver você prestigiando o evento de caridade da minha família — disse ele, com um sorriso forçado, estudando minha expressão.Minha paciência já estava no limite. Bufei, desviando para o lado, mas James se moveu rapidamente, bloqueando meu caminho de novo. Franzi o cenho, a irritação crescendo dentro de mim.— Vim por respeito aos seus
POV: HENRYJames continuou, alheio, focado no próximo lance do jogo.— Deve estar emperrada. — Ele murmurou, finalmente se dignando a olhar para mim com a testa levemente franzida.Meu coração acelerou ligeiramente. Alguma coisa não estava certa.— O quê? — Eu perguntei, franzindo o cenho. Forçando novamente a porta tentando girar a maçaneta mais uma vez. Nada. — A porta não quer abrir. Está trancada! — Cocei as têmporas, respirando fundo antes de agarrar o colarinho da camisa de James. — Abra a porta, James!— Ei, calma aí. Eu não tenho nada a ver com isso. — Ele ergueu as mãos em uma atitude defensiva, mas o brilho de diversão em seus olhos me irritou ainda mais.— O que você está aprontando? — Eu apertei ainda mais o tecido entre os dedos, minha paciência se esgotando rapidamente. — Você nunca se desculpa, nem mesmo quando é um completo babaca idiota. Me atraiu aqui para cima para me prender. Por quê?James apenas sorriu, erguendo a cerveja e virando mais um gole antes de me encara
POV: HENRYEla desmoronou, soluçando contra meu peito, seus dedos se agarrando ao meu corpo como se tivesse medo de me soltar. Cada tremor que percorria seu corpo me enchia de revolta e impotência. O medo, o pavor, a dor... tudo estava ali, misturado em cada soluço e fungada.Eu jurei para mim mesmo: Ethan Walker não sairia impune. Isso estava longe de acabar.— Venha, vamos para casa. — Minha voz saiu baixa, mas firme. Ergui Lauren nos braços, seu corpo leve e frágil contra o meu. Ela afundou o rosto em meu ombro, ignorando completamente os olhares chocados dos convidados. As risadas e conversas cessaram, substituídas por sussurros e murmúrios assustados ao nos verem naquele estado.— Minha nossa, o que houve? — A voz de Margareth, a mãe de James, soou aguda e horrorizada. Ela levou as mãos à boca ao nos ver &agrav
POV: LAURENNojo.Era a única palavra capaz de traduzir o que eu sentia. Nojo, repulsa, desprezo, raiva, ódio… Uma enxurrada de sentimentos amargos se revirava dentro de mim, me envenenando. Meu estômago se contorcia com a lembrança do toque dele, da sua respiração, do cheiro enjoativo daquele perfume forte e invasivo que Ethan sempre usava. Eu queria arrancar minha própria pele, esfregar cada centímetro do meu corpo até apagar qualquer vestígio dele.Como eu pude? Como um dia me entreguei a alguém tão sujo, tão desprezível? Como pude permitir que ele fizesse parte da minha história?Olhei para as minhas mãos, trêmulas, frias, frágeis. Meu filho não merecia um pai como aquele. Meu filho. Meu pequeno e inocente bebê. A simples ideia de que o sangue de Ethan corria em suas veias fazia meu
POV: LAURENMeus dedos se fecharam contra o tecido da camisa dele. Meu peito subia e descia em um ritmo descompassado. Ele não entendia. Ele não sabia o que estava dizendo.— Você só pode ser louco, Carter! — Minha voz saiu carregada de frustração. Fechei os olhos com força e pressionei minha testa latejante contra seu ombro. O contato com sua pele quente fez meu corpo inteiro reagir. — Por que quer tanto uma mulher quebrada como eu?Houve um momento de silêncio, mas eu sentia sua respiração contra minha orelha, lenta e controlada. Então, suas mãos se moveram.Uma delas subiu até minha nuca, os dedos deslizando entre meus cabelos e massageando a região com precisão, arrancando um suspiro involuntário dos meus lábios. Meu corpo inteiro estremeceu sob aquele toque, me odiando por ced
POV: HENRYNada, nenhuma reação.A respiração dela era rasa, quase imperceptível. Ela não chorava. E isso era o que mais doía. Porque quando nem o choro vem, é porque o estrago já é profundo demais.Mordi o interior da bochecha. As palavras de Theodor ecoaram na minha mente."Nosso amor vai curá-la."Tom pretensioso. Ingênuo até. Mas era nisso que eu queria acreditar.— Eu vou cuidar de você — Eu falei com a voz baixa, firme. — Você não precisa dizer nada agora. Só fica aqui... comigo. Deixa que eu cuido de tudo.Ela piscou. Lenta. Uma única lágrima escorreu, discreta, quase invisível.Sim, eu faria isso. Amar, cuidar e proteger. Não era promessa vazia, era decisão.