POV: HENRY
Ela desmoronou, soluçando contra meu peito, seus dedos se agarrando ao meu corpo como se tivesse medo de me soltar. Cada tremor que percorria seu corpo me enchia de revolta e impotência. O medo, o pavor, a dor... tudo estava ali, misturado em cada soluço e fungada.
Eu jurei para mim mesmo: Ethan Walker não sairia impune. Isso estava longe de acabar.
— Venha, vamos para casa. — Minha voz saiu baixa, mas firme. Ergui Lauren nos braços, seu corpo leve e frágil contra o meu. Ela afundou o rosto em meu ombro, ignorando completamente os olhares chocados dos convidados. As risadas e conversas cessaram, substituídas por sussurros e murmúrios assustados ao nos verem naquele estado.
— Minha nossa, o que houve? — A voz de Margareth, a mãe de James, soou aguda e horrorizada. Ela levou as mãos à boca ao nos ver &agrav
POV: LAURENNojo.Era a única palavra capaz de traduzir o que eu sentia. Nojo, repulsa, desprezo, raiva, ódio… Uma enxurrada de sentimentos amargos se revirava dentro de mim, me envenenando. Meu estômago se contorcia com a lembrança do toque dele, da sua respiração, do cheiro enjoativo daquele perfume forte e invasivo que Ethan sempre usava. Eu queria arrancar minha própria pele, esfregar cada centímetro do meu corpo até apagar qualquer vestígio dele.Como eu pude? Como um dia me entreguei a alguém tão sujo, tão desprezível? Como pude permitir que ele fizesse parte da minha história?Olhei para as minhas mãos, trêmulas, frias, frágeis. Meu filho não merecia um pai como aquele. Meu filho. Meu pequeno e inocente bebê. A simples ideia de que o sangue de Ethan corria em suas veias fazia meu
POV: LAURENMeus dedos se fecharam contra o tecido da camisa dele. Meu peito subia e descia em um ritmo descompassado. Ele não entendia. Ele não sabia o que estava dizendo.— Você só pode ser louco, Carter! — Minha voz saiu carregada de frustração. Fechei os olhos com força e pressionei minha testa latejante contra seu ombro. O contato com sua pele quente fez meu corpo inteiro reagir. — Por que quer tanto uma mulher quebrada como eu?Houve um momento de silêncio, mas eu sentia sua respiração contra minha orelha, lenta e controlada. Então, suas mãos se moveram.Uma delas subiu até minha nuca, os dedos deslizando entre meus cabelos e massageando a região com precisão, arrancando um suspiro involuntário dos meus lábios. Meu corpo inteiro estremeceu sob aquele toque, me odiando por ced
POV: HENRYNada, nenhuma reação.A respiração dela era rasa, quase imperceptível. Ela não chorava. E isso era o que mais doía. Porque quando nem o choro vem, é porque o estrago já é profundo demais.Mordi o interior da bochecha. As palavras de Theodor ecoaram na minha mente."Nosso amor vai curá-la."Tom pretensioso. Ingênuo até. Mas era nisso que eu queria acreditar.— Eu vou cuidar de você — Eu falei com a voz baixa, firme. — Você não precisa dizer nada agora. Só fica aqui... comigo. Deixa que eu cuido de tudo.Ela piscou. Lenta. Uma única lágrima escorreu, discreta, quase invisível.Sim, eu faria isso. Amar, cuidar e proteger. Não era promessa vazia, era decisão.
POV: LAURENHenry me ergueu com facilidade, como se eu pesasse nada. Seus braços eram firmes, mas seu toque… era tudo menos bruto. Ele me secou com calma, sem pressa, respeitando cada parte do meu corpo como se estivesse cuidando de algo precioso. Eu. Pela primeira vez em muito tempo, alguém me tratava como se eu tivesse valor.Ele ligou o secador e começou a passar o jato morno pelos meus fios. Os dedos dele se moviam com cuidado enquanto penteava meu cabelo devagar, desfazendo os nós sem puxar, como se cada toque dissesse: Você está segura agora. Eu estou aqui.Meus olhos ardiam, mas não por causa da água. Era o gesto. O cuidado. A delicadeza. A maneira como ele tentava, mesmo sem saber exatamente o que fazer, me mostrar que eu importava.Ele esticou meus braços com gentileza, passando por cima deles uma de suas camisas, enorme em mim, me vesti
POV: LAURENMeu estômago revirou. Parte de mim se sentia protegida com aquela promessa. A outra, assustada. Eu sabia o que ele queria fazer. E isso me apavorava.— Podemos... não falar disso hoje? — Eu pedi em voz baixa, buscando controlar minha ansiedade. Eu ainda precisava encontrar um jeito de convencê-lo a deixar essa sede de vingança. — Eu... só preciso de paz agora.Henry observou meu rosto por um instante e então sorriu de canto. Aquele sorriso torto, que me desmontava.— Você tem razão. — Ele murmurou, me puxando para um abraço. Senti seus lábios tocarem o topo da minha cabeça com um beijo calmo. — Descanse, Lauren. Estou aqui com vocês.Meus olhos arderam de novo. O cansaço físico era pouco comparado ao emocional. E ainda assim, dormir parecia impossí
POV: LAURENSegurei sua a mão com força, negando com a cabeça.— Por favor... só... fica aqui. — Eu implorei.Mas o enjoo veio de novo. Meu corpo se curvou, e tudo recomeçou.— Eu não posso te deixar assim! — ele explodiu, a voz baixa, mas carregada de frustração. Passou a mão nas têmporas, claramente tentando se conter. — Lauren... me deixa cuidar de você. Do meu jeito. Por favor.Olhei para ele, meus olhos marejados, as mãos trêmulas. E apenas assenti, sem conseguir dizer nada.Meu corpo tremia, uma mistura de exaustão e medo. Me inclinei para trás quando senti suas mãos firmes segurando meus ombros, me amparando com delicadeza e segurança. Henry me ajudou a me levantar, ele me guiou com paciência até a pia, segura
POV: HENRYAs lágrimas se acumulavam nos olhos dela, brilhando sob a luz suave do quarto. Era um pedido silencioso, um apelo desesperado para apagar qualquer vestígio do desgraçado do Ethan. Ela queria que minha presença a envolvesse, que minha pele, minhas mãos, minha voz fossem as únicas coisas que existissem naquele momento. Ela queria se sentir desejada, respeitada, amada.E eu faria isso. Eu mostraria a ela o que era ser tratada como algo precioso.Não precisei dizer nada. Apenas a beijei.Meus lábios tocaram os dela com suavidade, tomando cuidado para não ferir ainda mais sua boca machucada. O gosto salgado das lágrimas se misturava ao beijo, e senti um aperto sufocante no peito. Ela tremia, não de medo, mas de emoção contida, de algo que não conseguia colocar em palavras.Minha mão s
POV: HENRYAquela cena me atingiu como um soco no estômago.Quando foi que me tornei o porto seguro de uma mulher?Logo eu. Henry Carter. Um homem frio, impenetrável, que sempre acreditou que o amor era uma fraqueza. E agora… agora eu não conseguia mais imaginar minha vida sem Lauren e Theodor.Ajoelhei-me ao lado da cama, deslizando os dedos por sua bochecha machucada. O tom arroxeado sob minha pele fez algo feroz se acender dentro de mim. Ódio.Eu queria matá-lo.Respirei fundo, reprimindo a fúria que ameaçava me dominar.Peguei o celular e caminhei até a sacada, fechando a porta atrás de mim antes de discar para Lucian.Ele atendeu no primeiro toque.— Lucian, quero todas as provas sobre o acidente do meu irmão e cunhada. &mdas