POV: LAURENFicar perto de Henry estava se tornando perigoso.Toquei meus lábios, ainda sentindo o gosto dele, a lembrança vívida de seu beijo queimando na minha pele. Meu corpo parecia marcado pelo toque firme de suas mãos, como se ele ainda estivesse ali, me segurando, me provocando.Mordi o lábio, tentando afastar as sensações. Passei as mãos pelo rosto, frustrada.— O que eu estou fazendo? — eu resmunguei, encarando meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam mais brilhantes do que o normal, minhas bochechas coradas. Eu não podia continuar assim. — Isso já está complicado o suficiente.Soltei um longo suspiro, tentando colocar meus pensamentos em ordem.— Mas por que ele veio aqui ontem à noite? — eu murmurei, lembrando do barulho na porta, da forma como seu olhar me consumiu, do beijo que ele tomou sem hesitar. — Droga!O pior era que eu gostei.Ninguém nunca me beijou daquela forma. Ninguém nunca me tocou com tanta intensidade, como se eu fosse algo precioso e proibido ao mesmo t
POV: LAURENUma batida suave na porta me tirou dos pensamentos. Ao abrir, a governanta estava parada ali, segurando uma caixa elegante estendida na minha direção.— Isto chegou para a senhorita. — Ela disse com um leve sorriso.Peguei a caixa hesitante, sentindo o peso do que aquilo significava.— Foi o Sr. Carter que enviou? — Eu perguntei desconfiada.— Sim, pediu que se preparasse para o jantar, e sem atrasos. — Ela confirmou antes de se retirar.Respirei fundo, levando a caixa até a cama. Desatei o laço e levantei a tampa devagar.Um vestido branco, delicado e sofisticado, estava dobrado ali dentro. Os detalhes em renda tornavam a peça ainda mais refinada, e, por um momento, engoli em seco.— Ele só pode estar brincando… — Eu murmurei.O vestido era absurdamente bonito, mas também levemente semelhante a um vestido de noiva. Meus dedos deslizaram pelo tecido, e a ideia do que Henry poderia estar planejando se instalou em minha mente.Isso era um encontro?Balancei a cabeça, afastan
POV: LAURENEntão, sem aviso, seus lábios capturaram os meus.O choque me atingiu primeiro.Mas foi a intensidade do beijo que me desarmou.Henry não estava apenas encenando. Seu toque era firme, exigente, como se quisesse me marcar, provar um ponto que só ele conhecia. Sua língua roçou meus lábios, me forçando a ceder, e quando percebi, eu estava correspondendo.O calor subiu pelo meu corpo, minhas mãos foram para o peito dele instintivamente, mas ao invés de empurrá-lo, meus dedos se fecharam no tecido da camisa. Meu coração disparava como se quisesse sair do peito.O que diabos eu estava fazendo?Antes que eu pudesse me afastar, um clarão seguido por um clique ecoou no ambiente.Flashes.O som de câmeras disparando me trouxe de volta à realidade.Arfei ao me afastar ligeiramente, encarando Henry, ambos ofegantes. Seus olhos brilhavam com algo que eu não conseguia decifrar, sua mão ainda pousava em meus cabelos em uma caricia natural.Eu entreabri os lábios, surpresa, tentando prote
POV: LAURENO homem ainda tremia, a respiração pesada e os olhos selvagens fixos em mim. O cano da arma oscilava entre Henry e eu, mas Carter manteve a postura firme, inabalável.— Não, com certeza não é justo. — Henry afirmou com calma, dando mais um passo à frente, sem hesitar, sem se importar com a arma apontada para sua cabeça. — Mas está cometendo a mesma injustiça com Lauren. As decisões foram do pai dela, não dela.O homem rosnou, a mandíbula travada de fúria.— Aquele desgraçado foi covarde! — Ele cuspiu as palavras, seu rosto se contorcendo de ódio. — Preferiu a morte a enfrentar as consequências do que fez! Mas alguém vai pagar por isso.Senti meu corpo paralisar quando ele voltou a arma para mim, mirando por cima do ombro de Henry.— Eu posso ir para o inferno por isso, mas vou levar a princesinha do magnata comigo! — Ele berrou, o som metálico da arma sendo destravada ecoando pelo salão.Meu coração disparou, um nó se formando em minha garganta. Meus olhos se arregalaram a
POV: LAURENMeu coração batia tão forte que parecia prestes a sair do peito.— Você podia ter ficado quieto, mas não. Agora vai morrer primeiro, e sua esposa logo depois! — Ele gritou, os olhos cheios de ódio enquanto destravava a arma.Minha mente congelou por um segundo, mas então, em um impulso, agarrei a cadeira mais próxima e, com todas as forças, bati contra as costas dele.O impacto o fez tombar para frente, atordoado, uma das mãos indo automaticamente para a cabeça.— Sua vadia! — Ele rosnou, virando-se furioso.O tapa veio rápido e brutal. Minha cabeça virou com o impacto, o gosto metálico de sangue tomou minha boca.Antes que eu pudesse reagir, senti seus dedos se enroscarem no meu cabelo, puxando com tanta força que um grito escapou dos meus lábios.— Você é uma imprestável, igual ao seu pai, Lauren Becker! — Ele cuspiu as palavras, sua voz carregada de desprezo.Lágrimas queimaram meus olhos.— Por favor, me solte. — Minha voz saiu em um fio, quebrada pelo pânico. — Não fa
POV: LAURENO barulho das sirenes ecoava dentro do restaurante vindo de fora, as luzes do local, pareciam mais intensas refletindo na poças de sangue de Henry que estava espalhada pelo chão.O pânico era visível nas poucas pessoas que ainda permaneciam ali. Funcionários observavam de longe, chocados e paralisados pelo medo.Eu estava ajoelhada no chão, minhas mãos trêmulas pressionando meu ventre, enquanto meu olhar estava preso ao corpo imóvel de Henry.— Afastem-se! — A voz do paramédico soou firme. — Deem espaço!O policial me puxou para cima, enquanto me segurava tentando me levar para trás, mas eu me debati, lutando com todas as minhas forças.— Não! Não posso sair daqui! Ele está sangrando! Ele está morrendo! — Minha voz saiu embargada, cortada pelo choro. — Eu não posso o deixar sozinho... Ele, ele me salvou, ele....— Senhorita, por favor, você precisa se acalmar e deixar os paramédicos fazerem o trabalho deles. — O policial insistiu, tentando me manter afastada enquanto os so
POV: LAUREN— Amiga, eu não vou deixar você sair dessa cama. — Kate cruzou os braços e ergueu o queixo, me olhando com firmeza. — Pelo amor de Deus, você quase perdeu seu bebê e a própria vida.A culpa pesou no meu peito.— Eu sei. — eu murmurei, abaixando a cabeça.Meus dedos apertaram o lençol enquanto minha mente voltava para aquele momento. O medo ainda estava em cada célula do meu corpo.— Aquele homem... — Minha voz saiu fraca. — O que aconteceu com ele? Quem ele era?Kate soltou um suspiro cansado e se aproximou.— A polícia o prendeu. O nome dele é William Bournes. Parece que ele foi um dos investidores da empresa do seu pai. — Ela explicou.— Ele queria me matar. — Meu estômago revirou.— Sim. E eu ainda não consigo acreditar que ele invadiu o restaurante daquele jeito. — Kate balançou a cabeça, claramente indignada. — Mas já passou. Ele está preso. Agora você precisa focar na sua recuperação.— Não acabou, Kate. — Eu engoli em seco.Meus lábios tremiam, meu peito apertava co
POV: HENRYO toque leve perto da minha ferida me despertou. Abri os olhos devagar e encontrei Lauren murmurando desculpas, os olhos cheios de culpa. O alívio de vê-la bem veio primeiro, mas antes que eu dissesse algo, ela se virou. Para minha surpresa, se lançou nos meus braços, o corpo tremendo contra o meu em um abraço apertado.Ela precisava sentir que eu estava ali.— Eu estou aqui, Lauren. — Sussurrei contra sua pele, perto do seu ouvido. — E estou bem.— Por quê? — A voz dela falhou entre soluços. — Por que fez aquilo? Por que se colocou em risco por mim?Meu maxilar tensionou. A resposta estava presa na garganta, mas menti:— Fiz o que qualquer homem faria.A verdade pesou dentro de mim. Eu não fiz isso porque qualquer homem faria. Fiz porque era ela.Lauren se afastou o suficiente para me encarar, os olhos ainda brilhando com lágrimas.— Não. Nós dois sabemos que isso não é verdade. — Ela se apertou contra mim, buscando mais proximidade, quase subindo na cama.O movimento me f