POV: LAURENO barulho das sirenes ecoava dentro do restaurante vindo de fora, as luzes do local, pareciam mais intensas refletindo na poças de sangue de Henry que estava espalhada pelo chão.O pânico era visível nas poucas pessoas que ainda permaneciam ali. Funcionários observavam de longe, chocados e paralisados pelo medo.Eu estava ajoelhada no chão, minhas mãos trêmulas pressionando meu ventre, enquanto meu olhar estava preso ao corpo imóvel de Henry.— Afastem-se! — A voz do paramédico soou firme. — Deem espaço!O policial me puxou para cima, enquanto me segurava tentando me levar para trás, mas eu me debati, lutando com todas as minhas forças.— Não! Não posso sair daqui! Ele está sangrando! Ele está morrendo! — Minha voz saiu embargada, cortada pelo choro. — Eu não posso o deixar sozinho... Ele, ele me salvou, ele....— Senhorita, por favor, você precisa se acalmar e deixar os paramédicos fazerem o trabalho deles. — O policial insistiu, tentando me manter afastada enquanto os so
POV: LAUREN— Amiga, eu não vou deixar você sair dessa cama. — Kate cruzou os braços e ergueu o queixo, me olhando com firmeza. — Pelo amor de Deus, você quase perdeu seu bebê e a própria vida.A culpa pesou no meu peito.— Eu sei. — eu murmurei, abaixando a cabeça.Meus dedos apertaram o lençol enquanto minha mente voltava para aquele momento. O medo ainda estava em cada célula do meu corpo.— Aquele homem... — Minha voz saiu fraca. — O que aconteceu com ele? Quem ele era?Kate soltou um suspiro cansado e se aproximou.— A polícia o prendeu. O nome dele é William Bournes. Parece que ele foi um dos investidores da empresa do seu pai. — Ela explicou.— Ele queria me matar. — Meu estômago revirou.— Sim. E eu ainda não consigo acreditar que ele invadiu o restaurante daquele jeito. — Kate balançou a cabeça, claramente indignada. — Mas já passou. Ele está preso. Agora você precisa focar na sua recuperação.— Não acabou, Kate. — Eu engoli em seco.Meus lábios tremiam, meu peito apertava co
POV: HENRYO toque leve perto da minha ferida me despertou. Abri os olhos devagar e encontrei Lauren murmurando desculpas, os olhos cheios de culpa. O alívio de vê-la bem veio primeiro, mas antes que eu dissesse algo, ela se virou. Para minha surpresa, se lançou nos meus braços, o corpo tremendo contra o meu em um abraço apertado.Ela precisava sentir que eu estava ali.— Eu estou aqui, Lauren. — Sussurrei contra sua pele, perto do seu ouvido. — E estou bem.— Por quê? — A voz dela falhou entre soluços. — Por que fez aquilo? Por que se colocou em risco por mim?Meu maxilar tensionou. A resposta estava presa na garganta, mas menti:— Fiz o que qualquer homem faria.A verdade pesou dentro de mim. Eu não fiz isso porque qualquer homem faria. Fiz porque era ela.Lauren se afastou o suficiente para me encarar, os olhos ainda brilhando com lágrimas.— Não. Nós dois sabemos que isso não é verdade. — Ela se apertou contra mim, buscando mais proximidade, quase subindo na cama.O movimento me f
POV: HENRYArqueei uma sobrancelha ao pegar o jornal e ler a matéria com o mais novo escândalo fabricado pela mídia."O bilionário Henry Carter foi flagrado no luxuoso restaurante West Gourmet com ninguém menos que a “princesa falida” Lauren Becker. O encontro, que parecia mais um típico jantar discreto, se transformou em um espetáculo digno de um drama milionário quando um homem armado invadiu o local e ameaçou Lauren por uma dívida deixada por seu falecido pai.Como já circula na alta sociedade, o magnata Becker preferiu tirar a própria vida a pagar suas dívidas, deixando a filha como única responsável pelo caos financeiro da família. Mas o que chocou a todos não foi apenas o escândalo da dívida, e sim a forma como Henry Carter interveio.Segundo testemunhas, o poderoso CEO colocou-se entre a arma e a mulher, declarando para todos ouvirem que Lauren Becker era sua esposa. Sim, sua esposa. A doce e insignificante babá de seu filho agora carrega o título de Sra. Carter, provando que o
POV: HENRY— Eu... me arrependo, meu amor. — Mia avançou de repente, tentando me abraçar.Um gemido de dor escapou quando toquei meu abdômen.Antes que eu pudesse reagir, Lauren percebeu e agarrou o braço de Mia com força, suas unhas cravando na pele dela.— Ele está ferido, sua maldita! — Lauren gritou, empurrando-a com força.Mia cambaleou para o lado, surpresa, mas o olhar dela logo se transformou em puro ódio.— Henry, seu curativo... — A voz de Lauren tremeu ao notar o sangue se espalhando pela bandagem.Olhei para baixo e vi a mancha vermelha crescendo. Uma tontura me atingiu, e dei um passo instável para trás, apoiando-me na maca.Lauren se aproximou rapidamente, segurando meu braço e me ajudando a me ajeitar na cama. Mia tentou se aproximar, mas Kate entrou em sua frente como um escudo.— Se você der mais um passo, eu te arrasto daqui na base dos tapas! — Kate disparou friamente, avançando um passo para reforçar a ameaça.Mia hesitou, os punhos fechados ao lado do corpo. Seus
POV: LAUREN— Voltarei para o meu quarto, não se preocupe. — Eu respondi apressada ao médico, temendo que ele falasse demais. Meu peito estava pesado, minha mente sobrecarregada. Soltei um longo suspiro, tentando manter a calma. — Quanto tempo o Sr. Carter precisará ficar no hospital?O médico ajeitou os óculos, folheando o prontuário antes de responder.— Ele perdeu muito sangue. Precisamos monitorá-lo por mais alguns dias para garantir que não haja complicações. — Eu explicou com um tom profissional. — Quanto a você, manteremos em observação até amanhã. Se os exames estiverem estáveis, poderá receber alta.Henry se ajeitou na cama, franzindo a testa ao ouvir isso.— Então, Becker se feriu? — Seu tom soou carregado de preocupação. Seus olhos azuis escurecem enquanto Henry me analisava com intensidade. — O que aconteceu com ela?Engoli em seco, sentindo o olhar incisivo dele. Meu coração acelerou.— Ei? — Eu exclamei, me voltando para o médico. — Existe sigilo médico e paciente por um
POV: LAURENTorci as mãos nervosa, sentindo minha garganta apertar. Me virei lentamente para ele, meus olhos marejados encontraram os dele. Sua expressão, antes carregada de autoridade, suavizou levemente. Ele esticou a mão na minha direção.— Vem aqui. — Henry falou firme, não era um pedido, era uma ordem.Meu corpo reagiu antes que minha mente processasse, e, sem pensar, me aproximei, colocando minha mão na sua. Henry me puxou para perto demais, sua mão quente pousando firme no meu quadril. A outra deslizou devagar pelo meu braço, subindo até alcançar meu queixo, segurando-o com delicadeza, mas sem me dar espaço para recuar.— Apenas fale, Becker. — Ele disse baixo e rouco, carregada de algo que eu não conseguia nomear.Meu peito subiu e desceu rápido. Meu coração batia forte, confuso, perdido naquele olhar penetrante.— Por que me protegeu daquele jeito, Henry? — Minha voz saiu trêmula. A lembrança da cena voltou com força, o medo, o som do disparo, o sangue... Meu corpo reagiu, um
POV: HENRYDesde o beijo, Lauren não apareceu mais no meu quarto. Eu sabia que ela já havia recebido alta porque Theodor me contou quando chegou com Lucian para me visitar.— Você assustou sua babá? — Lucian provocou com um sorriso divertido, se recostando na cadeira ao lado da cama.Eu bufei, irritado com a ausência de Lauren.— Foi ela quem me beijou. — Eu respondi secamente.Lucian arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.— Ah, então agora as mulheres fogem depois de te beijar? Interessante. — Ele riu, balançando a cabeça. — Deve ser porque você beija mal.Lancei um olhar afiado em sua direção.— Eu não beijo mal. — Eu respondi com mau-humor.— Se tem tanta certeza, por que ela fugiu? — Lucian provocou fingindo conter o riso preso na garganta.Minha mandíbula travou. Eu sabia que Lucian estava apenas se divertindo às minhas custas, mas a verdade era que essa situação me incomodava mais do que deveria.— Lauren ainda está se recuperando. — Theo interveio, segurando um estetoscóp