POV: LAURENTorci as mãos nervosa, sentindo minha garganta apertar. Me virei lentamente para ele, meus olhos marejados encontraram os dele. Sua expressão, antes carregada de autoridade, suavizou levemente. Ele esticou a mão na minha direção.— Vem aqui. — Henry falou firme, não era um pedido, era uma ordem.Meu corpo reagiu antes que minha mente processasse, e, sem pensar, me aproximei, colocando minha mão na sua. Henry me puxou para perto demais, sua mão quente pousando firme no meu quadril. A outra deslizou devagar pelo meu braço, subindo até alcançar meu queixo, segurando-o com delicadeza, mas sem me dar espaço para recuar.— Apenas fale, Becker. — Ele disse baixo e rouco, carregada de algo que eu não conseguia nomear.Meu peito subiu e desceu rápido. Meu coração batia forte, confuso, perdido naquele olhar penetrante.— Por que me protegeu daquele jeito, Henry? — Minha voz saiu trêmula. A lembrança da cena voltou com força, o medo, o som do disparo, o sangue... Meu corpo reagiu, um
POV: HENRYDesde o beijo, Lauren não apareceu mais no meu quarto. Eu sabia que ela já havia recebido alta porque Theodor me contou quando chegou com Lucian para me visitar.— Você assustou sua babá? — Lucian provocou com um sorriso divertido, se recostando na cadeira ao lado da cama.Eu bufei, irritado com a ausência de Lauren.— Foi ela quem me beijou. — Eu respondi secamente.Lucian arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.— Ah, então agora as mulheres fogem depois de te beijar? Interessante. — Ele riu, balançando a cabeça. — Deve ser porque você beija mal.Lancei um olhar afiado em sua direção.— Eu não beijo mal. — Eu respondi com mau-humor.— Se tem tanta certeza, por que ela fugiu? — Lucian provocou fingindo conter o riso preso na garganta.Minha mandíbula travou. Eu sabia que Lucian estava apenas se divertindo às minhas custas, mas a verdade era que essa situação me incomodava mais do que deveria.— Lauren ainda está se recuperando. — Theo interveio, segurando um estetoscóp
POV: HENRYIsso não fazia parte do plano.Saí do banho sentindo-me renovado, mas ainda frustrado com meus próprios pensamentos. Parei em frente ao espelho e deslizei os dedos pela lateral do ferimento no abdômen.Os pontos estavam bem fechados.— Poderia ter sido pior. — Eu murmurei, soltando um longo suspiro.A verdade era que eu quase morri naquela noite.E o que mais me incomodava era o fato de que o medo que senti não foi por mim, mas por ela.A situação estava saindo do controle. Quantos outros clientes lesados pelo pai de Lauren poderiam aparecer exigindo vingança?Instruí Lucian a entrar em contato com o banco e investigar a fundo a situação da empresa Becker, incluindo todos os débitos. A resposta veio rápido.— O sistema da empresa foi hackeado. — Lucian informou, a expressão séria. — O dinheiro foi desviado. Seu pai não apenas sofreu um golpe financeiro, como também teve informações confidenciais vazadas.Eu franzi o cenho, absorvendo aquilo.— Isso não foi um ataque aleatór
POV: LAURENMe joguei na cama, sentindo meu peito subir e descer rapidamente. Meu coração ainda batia acelerado.— Isso não pode estar acontecendo. — Eu murmurei para mim mesma, apertando os olhos.Minha pele ainda formigava do toque de Henry. O jeito como ele me segurou, como seu corpo pressionou o meu... Meu corpo reagiu de uma forma que eu não queria admitir.Respirei fundo, tentando me acalmar.— Deve ser os hormônios da gravidez. — Eu repeti, como se isso fosse suficiente para justificar a bagunça dentro de mim.Mas não era apenas isso.Eu sabia que não era.Desde que conheci Henry Carter, ele tem me desestabilizado. Ele me provoca, me desafia, me envolve de um jeito que ninguém nunca fez antes. O problema era que isso não poderia acontecer. Esse casamento era um contrato. Um acordo. Nada mais.Então, por que eu cedia tão facilmente?Me virei na cama, abraçando o travesseiro.— Preciso manter distância. — Eu sussurrei para mim mesma. — Preciso manter o controle.Mas como manter o
POV: LAUREN— Já sabemos de quem o Theodor herdou essa teimosia, não é? — Eu cruzei os braços, arqueando uma sobrancelha.— Tio Henry vai tomar bronca. — Theo apontou para ele e começou a rir, se divertindo.— Ei, Theo, você devia ficar do meu lado. — Henry lançou um olhar divertido para o sobrinho.Suspirei, massageando as têmporas. Os Carters eram um problema.— Ok, alguém precisa colocar vocês dois na linha. — Eu murmurei, repetindo a frase que minha mãe dizia quando meu pai se recusava a se cuidar.Quando olhei para os dois, ambos me encaravam, confusos.— Theo, você tem cinco minutos para se arrumar. O motorista já está esperando para te levar à escola.— Mas, fada... — Ele tentou contestar, mas minha expressão fechada o fez desistir. — Tudo bem, mas cumpra o nosso acordo.— Tem a minha palavra. — Eu cruzei os dedos e levei até os lábios, fazendo-o rir.Theo saiu correndo para se arrumar, e então voltei minha atenção para Henry.— E você, Sr. Carter, de volta para a cama.— Você
POV: HENRYEla corou.Eu deveria fingir que não percebi, mas a satisfação tomou conta de mim. Lauren tentava manter a compostura, mas eu conhecia cada sinal de sua hesitação. O jeito que desviava o olhar, como mordia o lábio ao tentar esconder a reação… Tudo nela gritava que, por mais que tentasse se afastar, já estava envolvida.Inclinei levemente a cabeça, observando-a com diversão.— Calma, Sra. Becker. Só estou te convidando a ficar e descansar. — Eu provoquei, deixando meu tom mais baixo, arrastado. — Contenha essa mente maliciosa.Lauren arregalou os olhos, a boca abrindo como se quisesse protestar.— Eu não... — Eu engoliu em seco, os ombros tensionados. Quando finalmente me encarou, sua pele estava tingida de vermelho, a respiração um pouco irregular. — Sr. Carter, isso está ficando íntimo demais.O nervosismo em sua voz só me instigou mais.— E qual o problema nisso? — Eu retruquei, firme, sentando-me na cama e ajustando os travesseiros atrás das costas.Meus olhos percorrera
POV: HENRYLauren mastigou devagar, me estudando com aquele olhar desconfiado que ela sempre me lançava quando eu me mostrava mais atencioso do que deveria.— Se o médico disse que você precisa descansar, descanse. — Eu mantive minha expressão firme, sem dar espaço para argumentos. — As empregadas podem cuidar de Theodor, já fizeram isso antes.Ela me olhou por alguns segundos, e então algo brilhou em seus olhos. Um desafio. Um resquício de emoção que eu ainda não conseguia decifrar completamente.— Você sempre tem que comandar tudo? — Lauren suspirou hesitante, quase frustrado.Sorri de canto, gostando da provocação sutil por trás da pergunta.— Eu gosto quando as coisas seguem o meu ritmo. — Eu respondi rouco com sinceridade.Lauren desviou o olhar por um breve instante, mexendo as mãos sobre o próprio colo, claramente ponderando o que diria em seguida.— Mas você… — Eu continuei inclinando-me levemente para frente. — Você me desafia o tempo todo. Acho isso… intrigante.Ela engoliu
POV: HENRYAjustei-me na cama, puxando-a para mais perto até que sua cabeça descansasse sobre meu peito.Lauren deslizou a mão suavemente pelo meu tórax. O toque foi leve, mas suficiente para me fazer estremecer. Mordi a parte interna da boca, controlando minha reação.— Becker? — Eu chamei seu nome, a voz mais rouca do que pretendia.— Sim? — Ela respondeu baixo, em um bocejo quase preguiçoso, como se o cansaço estivesse finalmente tomando conta.Desci os olhos para sua mão, que continuava traçando caminhos lentos pela minha pele.— Se continuar me acariciando assim, vai ter que me dar muito mais do que apenas bons beijos. — Eu comentei rouco e grave.Lauren congelou por um instante antes de erguer os olhos para mim, surpresa. Sua mão parou no mesmo segundo, hesitante.Um riso baixo escapou do meu peito.Capturei sua mão antes que ela pudesse afastá-la completamente, levando-a até meus lábios. Beijei suavemente o dorso antes de pousá-la de volta em meu tórax.— Assim está melhor. — E