POV: HENRYAjustei-me na cama, puxando-a para mais perto até que sua cabeça descansasse sobre meu peito.Lauren deslizou a mão suavemente pelo meu tórax. O toque foi leve, mas suficiente para me fazer estremecer. Mordi a parte interna da boca, controlando minha reação.— Becker? — Eu chamei seu nome, a voz mais rouca do que pretendia.— Sim? — Ela respondeu baixo, em um bocejo quase preguiçoso, como se o cansaço estivesse finalmente tomando conta.Desci os olhos para sua mão, que continuava traçando caminhos lentos pela minha pele.— Se continuar me acariciando assim, vai ter que me dar muito mais do que apenas bons beijos. — Eu comentei rouco e grave.Lauren congelou por um instante antes de erguer os olhos para mim, surpresa. Sua mão parou no mesmo segundo, hesitante.Um riso baixo escapou do meu peito.Capturei sua mão antes que ela pudesse afastá-la completamente, levando-a até meus lábios. Beijei suavemente o dorso antes de pousá-la de volta em meu tórax.— Assim está melhor. — E
POV: HENRYA camisola ainda era provocante, mas bem mais comportada do que a última que vi.Seus olhos pousaram em minhas mãos.A expressão dela mudou na hora.— Sério que está fumando? — Ela cruzou os braços, seu olhar fixo no cigarro entre meus dedos.Um canto da minha boca se ergueu em um meio sorriso.— Eu preferia um uísque, mas acho que meu médico não aprovaria álcool com os remédios. — Eu levei o cigarro aos lábios, mas antes que pudesse tragar, Lauren surgiu diante de mim, arrancando-o da minha mão. Sem hesitar, jogou no chão e pisou sobre ele, esmagando com força.— Ei, eu ainda não tinha terminado. — Eu resmunguei, erguendo uma sobrancelha.— Qual é o seu problema, Carter? — Ela se virou para mim, os olhos faiscando de raiva. — Você foi esfaqueado, quase morreu, e agora acha uma boa ideia fumar?— Becker, se acalme… — Eu segurei seus ombros, sentindo seu corpo tenso, os músculos rígidos sob meus dedos. Ela tremia.— Não, você não está entendendo! — Sua voz falhou, e então, e
POV: LAURENHenry permaneceu em silêncio, me fitando. Seus olhos escuros me estudavam de forma intensa, como se procurassem algo em mim. Ele limpou a garganta e soltou um longo suspiro antes de finalmente se virar por completo para mim.— Já estive nessa posição antes. — A voz de Henry saiu baixa, fria, carregada de algo que não consegui identificar de imediato.Arrepios percorreram minha pele. Ergui os olhos, franzindo a testa diante da expressão fechada dele.— Com Mia? — Minha própria voz soou hesitante. Uma sensação incômoda se instalou no meu peito, como um aperto difícil de ignorar.— Não. — Ele negou sem pressa, sua mão se erguendo para tocar meu cabelo.O gesto foi deliberado. Seus dedos afastaram uma mecha do meu rosto, deslizando suavemente pela minha bochecha até alcançar meu maxilar. O contato quente fez meu coração acelerar. Quando seus dedos seguraram meu queixo, uma corrente elétrica percorreu meu corpo, deixando minha respiração irregular.— Foi por uma garota da facul
POV: LAUREN— Achei que a vida estava me retribuindo pelo que ela fez, mas parece que o destino tem um senso de humor cruel.Minha garganta se fechou.— Henry, eu não… — comecei, mas ele me cortou com um movimento de cabeça, a expressão dura.— O que mais me doeu foi acreditar que ela me via além de status e dinheiro. — Ele torceu o nariz, soltando um suspiro pesado. Logo em seguida, gemeu baixo, pressionando o local dos pontos.Meu peito apertou.— Você tem razão, Sra. Becker. Preciso manter minha reputação, por isso o contrato não será revogado. Isso já estava especificado.Meu estômago revirou.— O-o quê? — Minha voz saiu em um sussurro, minhas mãos tremendo.Henry não demonstrou qualquer hesitação.— Você cumprirá um ano da nossa falsa união. Seremos o casal perfeito diante de todos até o término do acordo. — Seu tom era frio, controlado, como o de um CEO que dita regras inquebráveis. — Mas não se preocupe com os beijos.Meu corpo ficou tenso quando ele rompeu a pouca distância en
POV: HENRYEla prendeu a respiração.Gostei disso.— Durma. — sussurrei, afundando o rosto em seu cabelo, inalando seu cheiro, deixando meu toque se demorar na curva de sua cintura antes de me afastar um pouco. Mas não completamente.Ela demorou para relaxar, para entregar o peso do corpo sobre a cama. Mas aconteceu. Sua respiração ficou mais ritmada, embora eu soubesse que ela não dormia.Nenhum de nós estava realmente descansando.Eu sentia o leve tremor no corpo dela, os dedos crispados contra o lençol, a forma como sua respiração vacilava toda vez que meu peito roçava em suas costas.E então, eu fiz o imperdoável.Meus dedos deslizaram pelo seu braço, explorando sua pele em um traço lento e firme. Quando alcancei seu pulso, pressionei levemente, sentindo seu coração pulsar rápido debaixo dos meus dedos.Ela gemeu baixo, como se tentasse engolir qualquer reação.— Você está tensa. — Eu murmurei contra sua nuca, minha boca próxima o suficiente para sentir o cheiro adocicado de sua p
POV: HENRYPedi a Charlotte, minha secretária e braço direito, que trouxesse os documentos e propostas da empresa. Meu notebook também veio junto. Ela bateu na porta antes de entrar, um sorriso largo no rosto ao me ver.— Chefinho, vejo que está melhor. — Ela sorriu, a voz doce e ligeiramente insinuante. — Como se sente? Fiquei tão preocupada quando soube o que aconteceu.Ajustei-me nos travesseiros, puxando a mesa para iniciar o trabalho.— Estou bem, foi apenas um susto. — Eu respondi sem dar muita atenção. — Me atualize.Charlotte assentiu, assumindo um tom mais profissional.— Os contratos enviados estão na fase final. A equipe de negociações seguiu com sua agenda e reagendei as reuniões mais importantes para o próximo mês, para que possa se recuperar totalmente. — Ela colocou os papéis sobre a mesa, os dedos deslizando levemente sobre a superfície. — Estes documentos precisam da sua assinatura. Estou acompanhando todos os projetos de perto e enviando relatórios constantes para se
POV: HENRYNão vi Lauren pelo resto do dia. Preferi manter a distância, ou pelo menos era o que dizia a mim mesmo. A verdade era que precisava afastá-la. Eu estava me envolvendo demais.O tempo passou sem que eu percebesse. Uma batida leve na porta me tirou dos pensamentos. A governanta entrou carregando uma bandeja de jantar, e Theodor veio logo atrás, segurando meus medicamentos, com uma expressão contrariada.— Obrigado. — agradeci, pegando os remédios.A governanta hesitou, torcendo as mãos como se quisesse dizer algo. Suspirei e inclinei a cabeça.— O que foi?— Me perdoe, Sr. Carter. Não costumo me intrometer, mas… — ela olhou rapidamente para Theo antes de voltar para mim, incerta.Meu humor já não era dos melhores.— Diga de uma vez. — resmunguei, tomando os comprimidos.— Bem, a Sra. Becker passou o dia no quarto e me pediu para cuidar do pequeno Theo. — A governanta manteve o tom profissional, mas havia preocupação em sua voz. — Não é algo comum para ela. Sempre fez questão
POV: LAURENAcordei péssima. Meu corpo estava exausto, minha cabeça latejava, e meu estômago ainda parecia revirado da noite anterior. Mal conseguia compreender o que Henry veio fazer no meu quarto. O dia anterior havia sido um inferno, passei horas jogando tudo para fora, e agora a tontura me fazia lutar contra o próprio corpo para sair da cama.Mas o que mais me preocupava eram as dores no pé da barriga. Elas estavam mais intensas, e minha barriga endurecia de tempos em tempos. Mordi o canto da boca, nervosa. Será que meu bebê estava bem?Peguei o celular e disquei o número do Dr. Ravi.— Alô, Doutor Ravi? — Eu sussurrei, com receio de ser ouvida por alguém na casa. — Sou eu, Lauren Becker, tem um minuto?— Sra. Becker, é sempre um prazer falar com você. — Sua voz saiu animada. — Você está bem? Parece abatida.Suspirei, tentando manter a calma.— Confesso que não estou nos meus melhores dias. — Eu admiti, sentindo meu estômago protestar de fome, mas sem conseguir me alimentar. — Me