POV: LAUREN— Ah, é mesmo? — Carter arqueou a sobrancelha, claramente se segurando para não rir. — E pretende pagar o salário dela todo mês? Com que dinheiro?— Pode dar minha mesada para ela! — Theo rebateu sem hesitar.Meu coração se apertou com o gesto. Pousei a mão sobre o peito, emocionada, e sorri diante de tanto carinho.— Theo, meu pequeno, você não precisa fazer isso. — Me abaixei para ficar na sua altura e o abracei apertado. — Mas obrigada por querer que eu fique.— Fada, se você for embora, eu também vou! — Theo afirmou com seriedade, nos pegando de surpresa.— Ei, garotão, não precisa disso. Eu não estou demitindo sua babá. — Henry interveio, massageando a nuca, visivelmente desconfortável.— Não está? — Theo arregalou os olhos, olhando de mim para o tio. — Então, por que estava todo sério chamando-a aqui? O que queria com ela?Henry manteve a expressão impassível antes de responder:— Eu estava a promovendo. — Ele respondeu hesitante.Me levantei, cruzei os braços e arqu
POV: HENRYO calor da tarde tornava o escritório um ambiente insuportável. O ar-condicionado zumbia baixo, mas não parecia o suficiente para afastar a sensação incômoda que me rondava.Meus olhos estavam presos na pilha de contratos sobre a mesa, mas minha concentração estava longe. O riso infantil de Theo invadiu o ambiente, leve e despreocupado, contrastando com minha mente mergulhada em números e prazos.Suspirei, apertando a ponte do nariz.— Que diabos está acontecendo lá fora? — Eu murmurei para mim mesmo.Deixei a caneta de lado e levantei o olhar para a janela panorâmica. Lá embaixo, no pátio da casa, Theodor corria ao redor da piscina, segurando uma arminha d’água e disparando jatos contra Lauren, que tentava escapar.— Você nunca vai me acertar, garotinho! — Ela provocava, rindo.Theo riu mais alto, determinado a provar o contrário. Meus olhos, no entanto, não ficaram no meu sobrinho.Lauren usava um maiô preto colado ao corpo. O tecido molhado aderiu às suas curvas de um je
POV: LAURENSenti o olhar de Henry Carter fixo em mim enquanto saía da piscina com Theo nos braços. A brisa fria arrepiava minha pele, mas não era só isso. Meu corpo estava molhado, o maiô colado demais, e a consciência de estar exposta sob aquele olhar intenso me incomodava.Respirei fundo, tentando ignorar a sensação estranha."Não comece com isso, Lauren." Me repreendi mentalmente, focando no que realmente importava, levar Theo para dentro antes que pegasse um resfriado.O pequeno tremia levemente, mas ainda sorria, completamente alheio ao jeito que Henry me afetava.Depois do banho de Theo e de mais uma sessão de brincadeiras com toalhas e espuma, o resto da tarde passou sem nenhum sinal de Carter. Ele parecia ter evaporado, e eu deveria me sentir aliviada. Mas, por alguma razão, sua ausência apenas tornava a lembrança do seu olhar ainda mais presente.Para distrair minha mente, decidi ensinar uma receita de biscoitos a Theo. Ele adorou a ideia. Fizemos uma bagunça enorme na cozin
POV: LAURENMeu coração apertou, e eu soube que nada que eu dissesse agora faria com que essa dor desaparecesse completamente.— Theo, não foi isso que eu quis dizer. — Tentei explicar, mas ele já estava se afastando.Seu passo acelerado denunciava o peso do que havia ouvido.— Está tudo bem, Fada. — Sua voz saiu embargada, os ombros encolhidos. — Meus pais também não me quiseram… Nem o tio Henry.Senti um aperto no peito.— Garotão! — Henry chamou, a voz firme, mas Theo já havia disparado pelo corredor, batendo a porta do quarto com força.Um silêncio pesado tomou conta do ambiente.Henry passou as mãos pelo rosto, os músculos do maxilar travados. Então, sem aviso, virou-se e socou o balcão da cozinha, a madeira vibrando com o impacto.— Que droga! — Ele rosnou, a mandíbula travada.Mordi o lábio por dentro, sentindo um nó se formar na garganta. O ambiente parecia sufocante.Respirei fundo, forçando-me a manter a clareza. Passei as mãos pelos cabelos, tentando ignorar o olhar intenso
POV: HENRYO calor de seus lábios contra os meus era real, intenso. Sua respiração entrecortada misturava-se à minha, e bastava uma palavra para que eu a beijasse como ambos desejávamos. Mantive o toque leve, provocador, umedecendo os lábios e roçando suavemente a ponta da língua nos dela, testando sua reação.— Sr. Carter... — Lauren murmurou, a voz baixa e carregada de algo que não conseguia esconder.Seus braços deslizaram ao redor do meu pescoço, os dedos roçando na minha nuca. Ela se ergueu levemente na ponta dos pés, reduzindo o espaço entre nós. Meu olhar se fixou no dela, tentando decifrar até onde ela queria me levar.— Você não vai me seduzir para me fazer aceitar o contrato. — Ela sussurrou contra minha boca, um desafio disfarçado de provocação.Antes que eu pudesse reagir, Lauren me empurrou de leve e se virou de costas, encarando a vista. Respirei fundo, massageando a nuca, sentindo o rastro quente do toque dela ainda na minha pele. Um sorriso lento surgiu nos meus lábios
POV: LAURENOs dias seguintes passaram sem que eu visse Henry com tanta frequência. Ele estava imerso no trabalho, e sua presença na casa se tornou quase inexistente. Aproveitei as manhãs, enquanto Theodor estava na escola, para ir às consultas pré-natais. Para minha felicidade, meu bebê estava se desenvolvendo bem e saudável. Os enjoos diminuíram, e pela primeira vez em semanas, comecei a sentir que poderia respirar um pouco melhor.Visitei minha mãe e Kate, tentando encontrar algum conforto na presença delas. Mas a realidade logo me atingiu quando fui ao banco negociar a dívida deixada pelo meu pai.— Isso é um absurdo! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, mas não me importei. Encostei as mãos na mesa e encarei o gerente à minha frente. — Esses juros são abusivos! Como esperam que eu pague os credores se o banco está tentando me roubar desse jeito?O homem à minha frente usava um terno caro e um sorriso cínico. Ele sequer piscou diante da minha indignação.— Sra. Becker,
POV: HENRYEu havia esquecido uma pasta importante em casa e precisei voltar para buscá-la. Encontraria alguns clientes na nova boate, ideia de Lucian, que insistiu em levar os franceses para se divertir antes de fecharmos um novo acordo comercial. Estava prestes a sair da mansão quando um carro parou à frente.Fiquei observando enquanto um homem alto, de boa aparência, descia e caminhava até o lado do passageiro, abrindo a porta com um gesto cavalheiresco. Então, vi Lauren Becker saindo do carro.Meus olhos se estreitaram quando ele segurou sua mão e depositou um beijo no dorso. Cruzei os braços, sentindo meus dedos apertarem contra os bíceps, sem entender por que aquele gesto me irritou tanto.Quando Lauren se virou, seu corpo enrijeceu ao me ver ali, como se tivesse sido pega em flagrante. Então era por isso que evitava minhas investidas? Já estava se envolvendo com outro homem?— E então? — Eu reforcei, aguardando sua explicação.— Sr. Carter, não percebi que o senhor estava aí. —
POV: LAURENEle avançou em silêncio, seus olhos fixos em mim com uma intensidade que fez meu coração acelerar. Dei um passo para trás, mas não adiantou. Em um movimento ágil, Henry me puxou e me prendeu contra a parede.Suas mãos firmes seguraram meus pulsos acima da minha cabeça, me mantendo presa enquanto seu rosto se aproximava perigosamente. Seu olhar desceu para minha boca antes de capturá-la entre seus dentes, mordendo meu lábio inferior e sugando lentamente.Um gemido baixo escapou de mim.Ele não esperou por mais nada. Mergulhou em um beijo profundo, intenso e faminto, explorando minha boca sem pressa, mas com posse. Sua língua deslizava contra a minha, dominando o ritmo, enquanto suas mãos soltaram meus pulsos para percorrerem meu corpo.O toque firme subiu pela barra da minha camisola, traçando cada curva antes de agarrar minha perna e puxá-la contra seu quadril. Senti sua mão quente deslizar pela minha coxa, apertando forte, marcando sua presença.Meu corpo respondeu sem re