Capítulo 52: Reencontro TurbulentoO vento salgado de Itapimba sussurrava segredos ao redor de Agnes enquanto ela caminhava pelas ruas familiares, rumo ao Café das Flores. Cada passo era um eco de sua jornada, desde a menina assustada que chegou à cidade até a mulher forte e realizada que era agora. A carta de Sebastião, seu pai biológico, queimava em sua mente como uma brasa incandescente. Depois de anos de silêncio, o pedido de redenção soava falso, quase como uma nota desafinada em uma melodia perfeita.Marcos apertou sua mão antes que ela entrasse no café. Seus olhos, calmos e cheios de amor, eram um porto seguro em meio à tempestade que se anunciava. "Lembre-se, Agnes, você não precisa fazer nada que não queira. Apenas ouça e confie em seus instintos."Agnes respirou fundo, buscando força nas palavras de Marcos, e adentrou o café. Aquele lugar, com suas paredes coloridas e aroma convidativo de café fresco, era um dos seus refúgios. No entanto, naquele momento, a atmosfera parecia
Capítulo 53: Desconfianças e DecisõesA brisa morna da manhã invadia o quarto, dissipando os últimos resquícios da noite mal dormida. Agnes despertou com uma sensação de peso no peito, a imagem do rosto enrugado de Sebastião ainda fresca em sua mente. O perdão que ela buscava conceder parecia escorrer por entre os dedos, transformado em areia movediça.Marcos, ao seu lado, a observava com ternura. Ele sabia que a noite havia sido difícil, que as engrenagens da mente de Agnes giravam incessantemente, tentando encontrar uma saída para o labirinto emocional em que se encontrava."Bom dia," ele sussurrou, beijando-lhe a testa. "Como você está se sentindo?"Agnes suspirou, sentando-se na cama. "Confusa, Marcos. Muito confusa. Eu quero perdoar, eu preciso perdoar para seguir em frente. Mas… eu não consigo confiar nele. Algo me diz que há mais coisas escondidas por trás dessa história toda."Marcos assentiu, a seriedade marcada em seu rosto. "Eu entendo, meu amor. E você tem todo o direito d
Capítulo 54: Aliança InesperadaA noite caía sobre Itapimba, tingindo o céu de tons púrpura e laranja. Agnes, sentada na varanda do Lótus Supreme, observava as ondas quebrando na praia, tentando encontrar paz em meio à turbulência de seus pensamentos. A decisão de cortar laços com Sebastião pesava sobre seus ombros como um fardo, mas ela sabia que era a escolha certa.Marcos se aproximou, sentando-se ao seu lado. Ele sabia que Agnes precisava de tempo para processar tudo o que havia acontecido, mas também sabia que eles não podiam baixar a guarda. A ameaça representada por Sebastião era real, e eles precisavam se preparar para o pior."Eu estava pensando," Marcos começou, a voz cautelosa. "Talvez devêssemos procurar ajuda."Agnes franziu a testa, confusa. "Ajuda? De quem, Marcos? A polícia?""Não necessariamente," Marcos respondeu, hesitante. "Eu estava pensando em… César."O nome de César soou como um trovão em meio à calmaria da noite. Agnes arregalou os olhos, incrédula. "César? Vo
Capítulo 1: Grandes Noticias Agnes Assis de Mourão estava a poucos passos de um novo capítulo de sua vida. Com apenas 22 anos, sua nova jornada parecia um sonho tornado realidade e, ao mesmo tempo, uma infinidade de desafios a enfrentar. Com a mala nas mãos, cheia de roupas coloridas e canetas variadas para esboçar suas ideias, ela respirou fundo e lembrou de quando recebeu o e-mail de confirmação de sua aprovação no programa de estágios mais famoso do país.[Flashback ON] A jovem se jogou sobre sua cama já sem ar. Após um dia inteiro de entrega de currículos, seus músculos estavam em uma situação sólida latejante, mas imploravam para simplesmente deixá-los ir. A respiração cansada vinda de um peito pesado que precisava de mais oxigênio e olhos piscantes cada vez mais lentos. Porém, seu descanso foi interrompido pelo grito da mãe para ir jantar. Com um suspiro pesado, a garota saiu do quarto como um morto-vivo se pendurando nas paredes e foi até a cozinha para se juntar à sua mãe e i
Capítulo 2: A Chegada De Agnes Enquanto se despedia de sua família com uma mistura de euforia e nervosismo, a cena na porta de casa parecia tirada de um filme. Sua mãe, Maria Menina Assis de Mourão, a olhava com uma expressão que misturava preocupação e dúvida. “Agnes, não se esqueça de me ligar quando chegar, ou então faço seu irmão ir te buscar!”, disse ela com tom duro, mas ansioso. “E não vá se distrair com homens! Você não está lá para passear! Se der errado, não se preocupe que a vaga na casa da colega da sua tia Ilda está guardadinha para você, filha.” Essas foram palavras que a fizeram se arrepiar, mas por saber o significado dessas mesmas palavras para sua mãe, ela apenas sorriu e agradeceu. O irmão, Samuel Eduardo Assis de Mourão, com seu olhar desconfiado de sempre, fez questão de sussurrar: “Se cuida, panaca! Se vir um monte de ‘nego’ correndo, corra na mesma direção.” É com um sorriso saudoso que ela o abraça. Mas, antes que pudesse responder, seu pai, Ademir de Mourã
Capítulo 3: Setor Errado "O que faço agora?" Pensou Agnes frustrada com sua primeira má impressão do lugar. Agnes tentou manter a compostura, unindo as palmas das mãos para não demonstrar sua irritação. “Na verdade, não sou camareira; sou estagiária no setor de recreação, na nova equipe de artes…” Cristina desviou o olhar para um hóspede que passava, quase ignorando Agnes como se ela fosse uma sombra. “Ah, entendi. Recreação! Que emocionante! Enquanto estamos nisso, seria melhor verificar se o ‘grande artista’ trouxe seus materiais, ou talvez uma peruca e um paletó para se destacar no próximo show.” O riso dela ecoou entre as pessoas que aguardavam na fila. Agnes decidiu respirar fundo e improvisar. Seria apenas o primeiro dia, e ela não permitiria que aquela recepcionista a desanimasse. A vida no hotel seria cheia de desafios, sim. Mas cada desafio seria também uma chance de mostrar seu valor. O meio sorriso de sua mãe ecoava em sua mente, como um mantra de coragem e um lembrete
Capítulo 4: O Primeiro Dia De Trabalho O tour foi longo, mas à medida que o tempo passava, lugares como a cozinha, o saguão B, a academia e a sala de descanso dos recreadores, ou como eram chamados pelos outros do lugar, palhaços dançarinos, foram apresentados à jovem deslumbrada. O tempo começou a passar lentamente e, enquanto se esforçava para entender as diretrizes da equipe, todas as palavras pareciam girar em um turbilhão de confusões. Noutra superfície, a mente de Agnes estava agitada e dividida entre o desejo de deixar uma impressão duradoura e a realidade de sua inexperiência. Finalmente, chegou a suas acomodações e foi deixada sozinha. No dia seguinte, a jovem levantou-se encontrando sua colega de quarto ainda dormindo coberta até a cabeça. Com sua ansiedade já no topo e sem conseguir ficar parada, Agnes decidiu que precisava explorar um pouco mais o hotel. Com o coração acelerado ao se perder em meio a corredores repletos de arte praiana, ela se deparou com a piscina de bo
Capítulo 5: Novas Amizades “Espera, você realmente me trouxe até o paraíso?” Agnes disse, os olhos brilhando como estrelas. “Bem, isso depende. Se seu conceito de paraíso for várias pessoas suadas e pintadas em uma sala fechada cheia de adereços quase carnavalescos... então, se considere morta!” Jorge revirou os olhos para o homem ofegante de olhos estreitos e claramente mal-humorado. Enquanto se aproximava do grupo de artistas, notou-se que ensaiavam uma peça natalina e improvisavam piadas questionáveis sobre como ‘não se deve confiar em renas com problemas de autoestima’. “E então? Achou o Benny?” “Achei sim! Ele está bem detonado e ficará de atestado por uns dias.” O homem de olhos astutos revirou os olhos e suspirou aborrecido. “Pessoal! Essa é a Agnes, nossa mais nova artista! É dela que sempre lhes falo e cujo talento é de embasbacar.” anunciou Jorge exageradamente, como se ela fosse uma celebridade famosa. “Dela, ouvi falar!” exclamou Mariana, que se levantou de uma vez. “E