A amizade com as meninas ao longo desse primeiro mês aqui, fez com que as minhas idas ao baile fossem frequentes, com isso passei a ver o tal Nanzin mais vezes que o normal perto da minha casa. Ele sempre fez questão de me encarar, me deixando cada vez mais sem graça e eu sinto o meu rosto esquentar de vergonha.
Com a minha nova amizade com a Jéssica, também ampliei ainda mais os meus horizontes dentro da favela e as minhas idas e vindas pelos becos e vielas daqui aumentaram. Mas, infelizmente nem tudo são flores, e acabei despertando alguns olhares estranhos da amiga da Moniquinha, e eu nem mesmo sem porquê. _ Qual foi daquela Dedéia, Jéssica? - Pergunto assim que saímos do salão da Moniquinha. - A mina me olha com maior cara feia, até pensei que tivesse com alguma coisa suja na cara._ Dedéia é de boa, Lud. Deve estar recalcada com mulher nova na área, daqui a pouco ela sossega a bunda._ Eu hein, que louca. Nem fiz nada com ela, a mina nem fala comigo direito._ Ela é peguete do Nanzin, e todo mundo já percebeu como ele olha pra tu quando estamos no baile._ Eu ainda não sei de onde vocês tiraram essa ideia, Nanzin nem me dá moral._ Sai daí, Lud. O homem te encara na cara dura, tu que se faz de doida._ Problema dele e da tal Dedéia. Ela que sente nele e me deixe em paz._ Ela já senta nele, amiga. Mas ele quer que tu sente nele também._ Sai daí, Jéssica. Tu diz que o homem é problema e mete uma dessas ai? Doida._ Ele é problema, mas é um filho da puta de um gostoso e tu sabe disso. Então senta, mas não gama porque ele é problema._ Na dúvida prefiro não sentar em ninguém.Jéssica me olha com deboche e logo chegamos na minha casa. Nos despedimos e eu me olho no espelho assim que entro. Unhas enormes, mega hair, roupas que nem de longe fazem o meu gosto. Espero que tudo isso termine logo, não sei por quanto tempo vou conseguir viver nesse personagem em tempo integral.**Mensagem on - Thai**- Amiga, preciso da sua ajuda.- Oi, amiga. Está tudo bem?- Sim, está. Preciso de algo para começar a colocar o meu plano em prática.- Como assim?- Infelizmente não posso matar ninguém do nada, mas posso começar a causar um caos nessa favela. - E como eu te ajudaria nisso, Liv?- Que tal uma boa noite de sono nesse primeiro momento?- Sabe que não posso fazer isso, eu nem me formei ainda!- Eu não pediria se fosse importante, me dá pelo menos o nome de algum medicamento e eu dou um jeito de comprar.- Que raiva de te amar, garota! Te mando a foto de algo bem forte. - Eu te amo.- Eu também te amo, e olha o preço que pago por isso.**Mensagem off**Após alguns minutos, a Thai me manda o nome do remédio e eu quase corro até uma farmácia para comprar. Por ser de uso controlado e precisar de receita médica, precisei pagar um valor bem acima do normal, mas consegui comprar e fiquei ansiosa para começar a usar logo.Bem mais rápido do que imaginei, no dia seguinte tive a oportunidade perfeita assim que voltei do mercado, e não pude desperdiçar. _ Qual foi, Lud. Me arruma outra água aí, a Jéssica saiu com a tia e ainda não voltou. - Um dos homens da boca me diz assim que abro o meu portão._ Claro! Vou pegar aqui.Olho para o remédio com um enorme sorriso. Algumas poucas gotinhas e a pessoa pode dormir tranquilamente durante toda a noite, então vamos começar a causar um pouco de caos. Pego a garrafa de água e coloco uma dosagem suficiente para fazer um elefante dormir, entrego a ele e entro. Alguns minutos depois ouço a confusão na rua, e saio no portão para me certificar que eu fui a causadora disso. _ Qual foi, Jhonny. Tu tá maluco? Os dois dormindo e as drogas assim? Vocês tão querendo morrer?_ Foi mal, TH. Foi sem querer, vai acontecer de novo não. - Ouço a voz enrolada de um deles, e sorrio._ Acho bom mesmo! Tu tem que dormir quando tiver em casa, porra. Faz isso de novo que tu vai ver a merda que tu vai arrumar. - Nanzin diz e me encara, me dando o lindo sorriso que revelam as suas covinhas que nem havia percebido antes. - Fala loirinha. Tá tudo tranquilo?_ Tá sim, Nanzin. Tudo tranquilo, na paz de Deus._ Se liga. Vai rolar um baile mais tarde pô. Brota lá pra beber com a rapaziada. É aniversário do DG, a tua amiga vai aparecer lá também, vai com ela._ Vou tentar ir. - Dou um sorriso provocativo - Mas quero ver se vai valer a pena._ Brota lá que tu vai ver, loirinha. Quero ver você bem linda pra mim._ Ialá, chamou tu de feia, Lud. - Jéssica diz enquanto aparece no portão._ Tá mandada, porra? A loirinha é gata, por isso que o ex não sai da cola dela. Nanzin percorre o olhar pelo meu corpo e eu sorrio envergonhada. Ele me dá uma piscada e sai com a moto, acompanhado do tal TH, segurança dele. _ Tira esse sorriso do rosto, Lud. Já te dei o papo, se ilude não que esse aí só pega por uma noite, diz que mulher é problema. Tu é maneira, não quero ver você sofrer não. _ Obrigada por avisar, amiga. Mas eu não quero me envolver com ninguém não. Homem também é problema. Vou entrar, tenho que trabalhar ainda. Vai pro tal baile mais tarde?_ Vamos, amiga! É aniversário do DG pô, por isso que vim aqui, mas o Nanzin foi mais rápido. - Ela debocha e eu coro. - mas sério, Lud. Se ilude não, a minha amiga Leninha se fodeu por causa dele. Jéssica muda a fisionomia por alguns segundos e depois sorri para disfarçar. Nos despedimos e eu volto para o trabalho antes de começar os preparativos para o baile mais tarde.Após algumas horas na Moniquinha fazendo a tal manutenção das unhas, mais curtas dessa vez, tomo um bom banho e visto o vestido curto e vermelho estilo "piriguete" como a Jéssica diz. Faço uma maquiagem e solto os cabelos, me livrando do coque alto que me acompanha fielmente quando não saio de casa._ Ah, não. Vou trocar a minha roupa senão ninguém vai ter olhos pra mim hoje, e eu tô afim de beijar na boca._ Que exagero, Jéssica. Bora que tu tá top. - Digo e sorrio._ Perai que vou ter que levar a pomba lesa da minha irmã hoje. Conversamos enquanto a irmã da Jéssica termina de arrumar, e logo uma morena alta vestindo um shortinho azul e um top branco aparece. Julia é a irmã mais nova da Jéssica, tem 16 anos, quatro a menos que a irmã, embora as duas sejam quase gêmeas.Chegamos no baile e nos encontramos com a Moniquinha, usando uma lace ruiva e cacheada dessa vez. Eu brinco com ela e logo começamos a beber e dançar alegremente até o início da madrugada. _ Tu prometeu e cumpriu, lo
Passaram se dias desde aquele beijo, e volta e meia me peguei relembrando, então falei com as meninas que iria para São Paulo e decidi passa alguns dias sendo a Lívia, na casa da Tainá. Conversamos animadamente durante todo o dia, e combinamos de sair para um pub a noite para curtir a noite como antes.Termino o meu banho e sorrio enquanto escolho uma das minhas roupas que deixei na casa dela, enfim a normalidade das minhas roupas. Aproveito o tempo frio e opto por uma calça jeans escura, uma bota cano curto, uma t-shirt branca e uma jaqueta de couro. _ Prazer em vê-la novamente, Lívia Viana. - Débora brinca assim que saio do quarto._ Pois é, Debi. Senti falta da Lívia e seu "urban style". Ainda sabe andar sem saltos altos, Lud?_ Vocês gostam de me encher o saco, hein. Mas confesso que senti falta dessa normalidade. Vamos? Ah! Convidei um amigo para se juntar a nós três._ Contanto que não seja nenhum traficante. - Débora diz eu a encaro séria, enquanto as duas gargalham da minha c
Embora o Nanzin tenha sumido, tenho recebido de duas a três entregas por dia, açaí, bolo no pote, trufa... Essa pessoa realmente acredita que irá me conquistar, mas a cada entrega me pego soltando um sorriso bobo, o que tem me deixado bem incomodada. _ Caraca, Lud. A Lurdinha arrasa nesse bolo de pote, tu tem que provar. - Jéssica diz enquanto prova o bolo de chocolate._ Não aguento mais ver bolo no pote, amiga. Deus é mais!_ Ué, pra que tu tá comprando então? Tá maluca?_ Não sou eu não, doida. - Reviro os olhos. - Isso é coisa do Nanzin._ Eu te disse que ele é problema e ao invés de tu se afastar, tá se envolvendo? - Ela diz e solta o bolo em cima da mesa _ Aquele beijo, Jéssica. Aquele único beijo foi o suficiente pra ele ficar nessa aí, e ainda invadiu a minha casa semana passada._ Fosse tu parava logo, Lud. É sério. _ Jéssica, me conta o que aconteceu com a sua amiga. Eu mandei ele ir embora, tu disse que ele não tem fiel nenhuma e ele fica me mandando um monte de comida p
Ele agarra o meu rosto e me beija, eu suspiro e permito que ele continue, na tentativa dele acabar de vez com essa fixação que ele criou em mim, ou ele não me deixará seguir com o meu plano. As mãos dele percorrem as minhas costas, agarrando a minha bunda e me puxando ainda mais contra o corpo dele. Passo novamente os meus braços ao redor do pescoço dele e ele me puxa para o colo dele, me levando até a minha cama.Ele se deita em cima de mim e percorre os seus beijos no meu pescoço, e devo admitir, o cheiro dele é realmente maravilhoso. Logo ele se livra da minha blusa e do meu sutiã, me fazendo arrepiar assim que a língua dele alcança um dos meus mamilos. Sem tirar a boca deles, ele se livra rapidamente do meu short e desce até a minha calcinha, dando uma leve mordida por cima dela. Sorrio assim que ele se livra da minha calcinha usando os dentes pra isso, e assim que me vê nua, dá um sorriso malicioso, me fazendo molhar completamente. O que está acontecendo comigo?_ Caralho, loir
Depois daquele dia com o Nanzin, Graças a Deus ele me deixou em paz durante toda a semana e assim pude dar um passo a frente nas minhas intenções de estar aqui. Provavelmente por ter visto o TH chamar o Nanzin na minha casa, a Jéssica ficou bem diferente comigo essa semana, mas não posso me esquecer que ela é amiga da Lud e não da Liv.Novamente com a ajuda da Tainá, dessa vez consegui algo que faz os batimentos cardíacos acelerar, e unido as drogas que esse pessoal daqui usa, vou ver cair um por um. Indiretamente o Nanzin me deu uma boa ideia, mas ainda assim terei que agir aos poucos, ou serei descoberta. _ Fala aí, Douglinhas. Quer pra tu? - Digo enquanto amostro o bolo no pote. - Nanzin fez um verdadeiro estoque na minha geladeira, tô enjoada já._ Quero mesmo. Valeu aí por fortalecer. _ Nada, pô. Tô sempre vendo a correria de vocês, tem que se alimentar também._ Porra, Lud, nem fala. Ainda nem almocei, to cheio de rango._ Então. Pelo menos tu engana a barriga até conseguir c
Quando estou quase dormindo, ouço as batidas na minha janela, e encontro o Nanzin novamente em pé na minha porta. Abro a porta sem a mínima vontade de disfarçar a minha insatisfação, e suspiro assim que ele me encara._ Caralho, vou colocar vidro em cima desse muro. - Digo séria e ele debocha. - Que é, Nanzin? Não é porque fui na sua direção que quero que tu lembre de mim._ As coisas não funcionam como tu pensa não, loirinha. Tô acostumando com querer as coisas e conseguir._ Eu não sou uma coisa, sou uma mulher._ Exatamente, Lud. - Ele diz enquanto se aproxima e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha - Eu sempre quis sexo, mas uma mulher é a primeira vez. Pensei que era tesão, mas aquela parada que rolou entre nós me enlouqueceu mais ainda._ Te disse que eu sou problema, Nanzin. Não sei porque se apegou, porra._ Eu tô querendo saber disso também. Que poder fodido é esse que tu tá tendo sobre mim. Passou meses desde que te olhei a primeira vez e tu não sai da porra do me
Nanzin:Quem diria eu, tendo a mulher que eu quiser a minha disposição só porque dono dessa porra toda, desejaria justamente uma doida que não me dá moral. Ela me provoca e foge, e é isso que me enlouquece ainda mais nela. A mulher é a perfeição e diferente das minhas daqui, nem faz questão de dar mole só porque sou o chefe.Isso me despertou um interesse fodido nela, e na primeira oportunidade provei aquela boca pra ver se assim ela caia na minha, mas a mulher é difícil demais. Tomar um morro não é tão complicado quanto entender o que se passa na cabeça dela. E entre resolver problemas, receber e conferir as encomendas, reforçar a segurança e tudo o que eu normalmente já me preocupo, ainda passei boa parte do meu tempo pensando em algo para conquistar essa mulher. Nenhuma me despertou tanto interesse assim, e eu já teria desistindo e arrumado outras quatro pra me esquecer dela, mas tenho que admitir que estou de quatro pela Ludmila. Após tanto pensar, não vejo outra alternativa a n
Como se os meus problemas já não fossem suficientes, além de me preocupar em agir sem ser descoberta, ainda tenho que me preocupar com um traficante apaixonado. Deveria fazer como a Jéssica disse e mandar a real pra ele, mas o problema é que eu tô gostando de toda essa atenção e tentativas de conquista. Após alguns longos dias recebendo todos os tipos de comida existentes dentro dessa favela, o Nanzin decidiu me convidar pra alguma coisa que o DG não quis dizer. Eu poderia negar, mas a curiosidade em saber qual é a novidade que ele inventou falou mais alto. Coloco um vestido vermelho curto e sem alças, um salto alto fino e em poucos minutos o DG me deixa em frente a mesma casa que me trouxe quando a Jéssica sumiu.— Seja bem-vinda, madame. — TH me diz assim que abre o portão, vestido com uma roupa social maior que ele e um cabelo que mais parece uma mistura de abacaxi com gel.— Qual foi, TH. Vai casar? — Ialá. Zoa não, Lud. O chefe é o chefe, porra. — Foi mal, mas ficou da hora e