***Narrado por Nanzin***
Ser dono de um morro nunca esteve nos meus planos, muito menos nos meus piores pesadelos, mas as consequências da vida me trouxeram até aqui. Sou filho de uma promotora com um traficante, a minha mãe defendeu o meu pai, quando ainda era advogada, em uma das inúmeras prisões dele e ser apaixonou por ele, o resultado fui eu.Não me considero um homem feio ou desinteressante, muito pelo contrário, sempre procuro melhorar de alguma forma. Não é porque virei o dono do morro que tenho que estacionar a minha vida, então continuo focado na melhoria física e metal.Vivi as duas vidas, tanto no asfalto quanto na favela. Graças a minha mãe tive uma ótima educação e sempre estudei nas melhores escolas, porém com a ironia de ter um pai traficante, não demorou para que o destino me trouxesse para cá, mesmo contra a vontade da minha mãe.Quando o meu pai foi morto pelos nossos inimigos, prometi me vingar de cada um deles. Com a ajuda do DG, aprendi rapidamente o controle do morro e fiz dele o meu homem de confiança, ainda mais depois da judaria que o boneco fez comigo.Depois disso jurei nunca mais me envolver com mulher nenhuma, embora pegue uma ou outra pra distrair a tensão da correria._ Qual foi, Nanzin. Bagulho aqui não tá batendo não. - DG diz enquanto confere as contas da boca da rua 5. _ Qual foi, dá o papo, DG._ Aqui ó. - Ele me aponta a conta corrigida. - Tá falando dinheiro aí, porra. Vou mandar quebrar as pernas do LC._ Tu não vai mandar ninguém quebrar porra nenhuma. Bora lá conferir o que tá rolando._ Ah! - Ele diz enquanto eu coloco a minha peça na cintura. - Tem morador novo na área, o Getúlio disse que é uma mina sozinha, comprou a casa do Uhu. Falou que a mina tem maior porte de granfina._ Bora conferir essa parada aí, granfina morando na favela? Pode ser armadilha dos vermes. Partiu. Qual foi, Fefe. - Digo pro gerente. - Vou dar um voo ali com o DG, já volto.Subo na moto indo em direção ao LC saber o que tá acontecendo. Desde o bagulho com o Boneco, a gente já corta a asa antes mesmo do problema ficar maior, mas primeiro damos a chance de explicar. Se for verdade, vida que segue, se for mentira, é tudo com o DG.Ele é o responsável pelas cobranças, eu só intervenho se ver algo exagerado. Rapidamente chegamos na boca, LC me dá um olhar assustado assim que me vê, mas antes que eu possa tirar satisfação com ele, vejo a tal moradora nova.A mina realmente não se porta muito como as minas daqui, embora o jeito de falar seja bem parecido. Dona de uma beleza admirável, e as bochechas vermelhas de vergonha deram um charme e tanto. DG me chama e atrapalha a minha conversa com a tal Ludmila, mas já sei que ele conseguiu resolver a parada das contas erradas, então é menos uma dor de cabeça pra mim._ E aí, DG? - O questiono assim que voltamos para a matriz._ LC disse que acertou com o que tinha, essa falta aí é dos fiados._ Tem que cobrar, porra. Droga não é necessidade pra fazer doação. Bota ele pra cobrar esse bagulho aí, ou ele vai ter que assumir o B.O._ E a granfina lá?_ De granfina só tem a aparência mesmo, DG. A mina fala igualzinha as minas daqui. Mas quero que fiquem de olho nela por enquanto, posso dar mole não._ Já é, chefe.Os dias passaram com a rotina quase a mesma de sempre, vez ou outra aparecia uma pica pra arrumar, mas eu e o DG resolvia rápido. Dia de baile é dia de lazer, de curtir um pouco com os amigos e extravasar a tensão da semana, mas também é dia que a atenção tem que ser redobrada porque vem gente de fora curtir aqui.A noite começou maneira, rapaziada curtindo, as minas rebolando até o chão e eu bebendo com os parceiros mais chegados. No início da madrugada a fiel do Boneco aparece com a loirinha. A mina fica toda estranha quando me vê, e eu faço questão de provocar só pra ver a vergonha estampada na cara dela.Breves minutos e eu percebo que a mina só veio em busca de paz, então me permito passar o resto da noite prestando atenção nela. Faço nem questão de disfarçar os meus olhares pra ela e ela parece que curtiu me provocar enquanto dança me encarando.Mas aí chega a Dedéia e mais uma vez me atrasa com essa mania de já chegar sentando no meu colo, preciso dar um chega pra lá nela antes que eu perca a paciência._ Se adianta, Dedéia. - Digo cochichando no ouvido dela, a mina não merece ser esculachada na frente de geral._ Qual foi, Nanzin? Só quero terminar a noite contigo, porra. Saudades da sua pegada_ Tu senta muito bem, gata. Mas não curto essas paradas de fiel não e tu já tá se sentindo demais. _ Tô não, é só saudade mesmo. Bora hoje só pra relembrar, depois te deixo em paz. - Ela diz e dá uma rebolada no meu colo. Sem ter a pretensão de terminar a noite com a loirinha, que parou de se mostrar pra mim depois que a porra da Dedéia sentou, decido relaxar e deixar ela curtir._ Qual foi, Dedéia. Tô partindo, decide aí o que tu quer. - Digo interrompendo a dança dela_ Claro que vou com você, Nanzin. Bora. - Ela diz e vem se chegando pra segurar a minha mão, mas eu saio na frente. - Calma, Nanzin. Tu tá andando muito rápido._ Bora, minha filha. Agiliza essas pernas aí se tu quer me acompanhar.Fazendo toda a questão de mostrar que tá subindo na minha moto, assim que ameaço sair, enfim ela se ajeita e partimos pra casa dela.A mina manda muito bem e soube me distrair, mas não sei porque a loirinha surgiu nos meus pensamentos e me deixou confuso. Cortou completamente o clima e o tesão, então assim que terminamos tomei um banho e fui para a minha casa. Era só o que faltava, transar com uma e pensar em outra. Que porra tá acontecendo?A amizade com as meninas ao longo desse primeiro mês aqui, fez com que as minhas idas ao baile fossem frequentes, com isso passei a ver o tal Nanzin mais vezes que o normal perto da minha casa. Ele sempre fez questão de me encarar, me deixando cada vez mais sem graça e eu sinto o meu rosto esquentar de vergonha. Com a minha nova amizade com a Jéssica, também ampliei ainda mais os meus horizontes dentro da favela e as minhas idas e vindas pelos becos e vielas daqui aumentaram. Mas, infelizmente nem tudo são flores, e acabei despertando alguns olhares estranhos da amiga da Moniquinha, e eu nem mesmo sem porquê. _ Qual foi daquela Dedéia, Jéssica? - Pergunto assim que saímos do salão da Moniquinha. - A mina me olha com maior cara feia, até pensei que tivesse com alguma coisa suja na cara._ Dedéia é de boa, Lud. Deve estar recalcada com mulher nova na área, daqui a pouco ela sossega a bunda._ Eu hein, que louca. Nem fiz nada com ela, a mina nem fala comigo direito._ Ela é peguete do
Após algumas horas na Moniquinha fazendo a tal manutenção das unhas, mais curtas dessa vez, tomo um bom banho e visto o vestido curto e vermelho estilo "piriguete" como a Jéssica diz. Faço uma maquiagem e solto os cabelos, me livrando do coque alto que me acompanha fielmente quando não saio de casa._ Ah, não. Vou trocar a minha roupa senão ninguém vai ter olhos pra mim hoje, e eu tô afim de beijar na boca._ Que exagero, Jéssica. Bora que tu tá top. - Digo e sorrio._ Perai que vou ter que levar a pomba lesa da minha irmã hoje. Conversamos enquanto a irmã da Jéssica termina de arrumar, e logo uma morena alta vestindo um shortinho azul e um top branco aparece. Julia é a irmã mais nova da Jéssica, tem 16 anos, quatro a menos que a irmã, embora as duas sejam quase gêmeas.Chegamos no baile e nos encontramos com a Moniquinha, usando uma lace ruiva e cacheada dessa vez. Eu brinco com ela e logo começamos a beber e dançar alegremente até o início da madrugada. _ Tu prometeu e cumpriu, lo
Passaram se dias desde aquele beijo, e volta e meia me peguei relembrando, então falei com as meninas que iria para São Paulo e decidi passa alguns dias sendo a Lívia, na casa da Tainá. Conversamos animadamente durante todo o dia, e combinamos de sair para um pub a noite para curtir a noite como antes.Termino o meu banho e sorrio enquanto escolho uma das minhas roupas que deixei na casa dela, enfim a normalidade das minhas roupas. Aproveito o tempo frio e opto por uma calça jeans escura, uma bota cano curto, uma t-shirt branca e uma jaqueta de couro. _ Prazer em vê-la novamente, Lívia Viana. - Débora brinca assim que saio do quarto._ Pois é, Debi. Senti falta da Lívia e seu "urban style". Ainda sabe andar sem saltos altos, Lud?_ Vocês gostam de me encher o saco, hein. Mas confesso que senti falta dessa normalidade. Vamos? Ah! Convidei um amigo para se juntar a nós três._ Contanto que não seja nenhum traficante. - Débora diz eu a encaro séria, enquanto as duas gargalham da minha c
Embora o Nanzin tenha sumido, tenho recebido de duas a três entregas por dia, açaí, bolo no pote, trufa... Essa pessoa realmente acredita que irá me conquistar, mas a cada entrega me pego soltando um sorriso bobo, o que tem me deixado bem incomodada. _ Caraca, Lud. A Lurdinha arrasa nesse bolo de pote, tu tem que provar. - Jéssica diz enquanto prova o bolo de chocolate._ Não aguento mais ver bolo no pote, amiga. Deus é mais!_ Ué, pra que tu tá comprando então? Tá maluca?_ Não sou eu não, doida. - Reviro os olhos. - Isso é coisa do Nanzin._ Eu te disse que ele é problema e ao invés de tu se afastar, tá se envolvendo? - Ela diz e solta o bolo em cima da mesa _ Aquele beijo, Jéssica. Aquele único beijo foi o suficiente pra ele ficar nessa aí, e ainda invadiu a minha casa semana passada._ Fosse tu parava logo, Lud. É sério. _ Jéssica, me conta o que aconteceu com a sua amiga. Eu mandei ele ir embora, tu disse que ele não tem fiel nenhuma e ele fica me mandando um monte de comida p
Ele agarra o meu rosto e me beija, eu suspiro e permito que ele continue, na tentativa dele acabar de vez com essa fixação que ele criou em mim, ou ele não me deixará seguir com o meu plano. As mãos dele percorrem as minhas costas, agarrando a minha bunda e me puxando ainda mais contra o corpo dele. Passo novamente os meus braços ao redor do pescoço dele e ele me puxa para o colo dele, me levando até a minha cama.Ele se deita em cima de mim e percorre os seus beijos no meu pescoço, e devo admitir, o cheiro dele é realmente maravilhoso. Logo ele se livra da minha blusa e do meu sutiã, me fazendo arrepiar assim que a língua dele alcança um dos meus mamilos. Sem tirar a boca deles, ele se livra rapidamente do meu short e desce até a minha calcinha, dando uma leve mordida por cima dela. Sorrio assim que ele se livra da minha calcinha usando os dentes pra isso, e assim que me vê nua, dá um sorriso malicioso, me fazendo molhar completamente. O que está acontecendo comigo?_ Caralho, loir
Depois daquele dia com o Nanzin, Graças a Deus ele me deixou em paz durante toda a semana e assim pude dar um passo a frente nas minhas intenções de estar aqui. Provavelmente por ter visto o TH chamar o Nanzin na minha casa, a Jéssica ficou bem diferente comigo essa semana, mas não posso me esquecer que ela é amiga da Lud e não da Liv.Novamente com a ajuda da Tainá, dessa vez consegui algo que faz os batimentos cardíacos acelerar, e unido as drogas que esse pessoal daqui usa, vou ver cair um por um. Indiretamente o Nanzin me deu uma boa ideia, mas ainda assim terei que agir aos poucos, ou serei descoberta. _ Fala aí, Douglinhas. Quer pra tu? - Digo enquanto amostro o bolo no pote. - Nanzin fez um verdadeiro estoque na minha geladeira, tô enjoada já._ Quero mesmo. Valeu aí por fortalecer. _ Nada, pô. Tô sempre vendo a correria de vocês, tem que se alimentar também._ Porra, Lud, nem fala. Ainda nem almocei, to cheio de rango._ Então. Pelo menos tu engana a barriga até conseguir c
Quando estou quase dormindo, ouço as batidas na minha janela, e encontro o Nanzin novamente em pé na minha porta. Abro a porta sem a mínima vontade de disfarçar a minha insatisfação, e suspiro assim que ele me encara._ Caralho, vou colocar vidro em cima desse muro. - Digo séria e ele debocha. - Que é, Nanzin? Não é porque fui na sua direção que quero que tu lembre de mim._ As coisas não funcionam como tu pensa não, loirinha. Tô acostumando com querer as coisas e conseguir._ Eu não sou uma coisa, sou uma mulher._ Exatamente, Lud. - Ele diz enquanto se aproxima e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha - Eu sempre quis sexo, mas uma mulher é a primeira vez. Pensei que era tesão, mas aquela parada que rolou entre nós me enlouqueceu mais ainda._ Te disse que eu sou problema, Nanzin. Não sei porque se apegou, porra._ Eu tô querendo saber disso também. Que poder fodido é esse que tu tá tendo sobre mim. Passou meses desde que te olhei a primeira vez e tu não sai da porra do me
Nanzin:Quem diria eu, tendo a mulher que eu quiser a minha disposição só porque dono dessa porra toda, desejaria justamente uma doida que não me dá moral. Ela me provoca e foge, e é isso que me enlouquece ainda mais nela. A mulher é a perfeição e diferente das minhas daqui, nem faz questão de dar mole só porque sou o chefe.Isso me despertou um interesse fodido nela, e na primeira oportunidade provei aquela boca pra ver se assim ela caia na minha, mas a mulher é difícil demais. Tomar um morro não é tão complicado quanto entender o que se passa na cabeça dela. E entre resolver problemas, receber e conferir as encomendas, reforçar a segurança e tudo o que eu normalmente já me preocupo, ainda passei boa parte do meu tempo pensando em algo para conquistar essa mulher. Nenhuma me despertou tanto interesse assim, e eu já teria desistindo e arrumado outras quatro pra me esquecer dela, mas tenho que admitir que estou de quatro pela Ludmila. Após tanto pensar, não vejo outra alternativa a n