Como passar a festa inteira usando um enorme véu e um vestido longo seria impossível, assim que chegamos no local troco o vestido tradicional, e dou lugar a um vestido branco e curto para relembrar a vida como a Ludmila. — Aí sim, Liv! — Jéssica diz animada assim que me vê com o novo vestido. — Pensei que você ficaria a noite inteira usando aquele monte de pano. Agora dá pra gente rebolar até o chão.— A Ludmila não podia faltar, não é? Bora curtir e rebolar a noite toda, amiga!— Assim você acaba comigo, loirinha. — Renan cochicha quando me aproximo dele e sorri maliciosamente. — Se continuar me olhando assim, a lua de mel vai ter que ser adiantada, e ainda temos que curtir a festa do nosso casamento com os nossos amigos antes.— Fazer o que se não te resisto, por mim a gente ia agora mesmo. Bem, então vamos dar atenção aos nossos amigos logo, ou vou ter que te jogar no meu ombro e te sequestrar antes da hora.Passamos boa parte da festa na pista de dança, onde curtimos animadament
***5 anos depois ***Muita coisa mudou na vida de todos nesses últimos cinco anos. Namoros, noivados, casamentos, gravidezes, perdas… A Renata engatou um namoro com um juiz alguns meses depois do nosso casamento e realmente se casou dois anos depois do buquê. Embora tenha se mostrado ciumento no início, aos poucos o Renan se acostumou com a ideia e os dois se tornaram grandes amigos. O TH, ou melhor, Thiago, como ele prefere ser chamado agora, conseguiu fazer a barbearia que ele abriu no morro, quando optou sair do movimento, se transformar numa conhecida e movimentada barbearia na zona sul. Há três anos ele abriu outras duas, mas nunca se esqueceu de onde começou e sempre que pode ele está no morro, participando de alguma ação beneficente.A Débora se dedicou ainda mais a sua carreira e aos estudos, e há um pouco mais de dois anos se tornou delegada. Ela e o Thiago continuam mais apaixonados que nunca, e há um ano os dois se casaram. Há alguns dias ela descobriu que está grávida de
Nota da autora:Esta é uma história que tem o morro como pano de fundo, mas se você espera encontrar cenas de extremo abuso, drogas ilícitas, torturas... Este livro NÃO corresponderá às suas expectativas. O foco aqui é sobre o casal e os motivos que os uniram.Juliana Andrade****O início:Desde que perdi a minha mãe aos doze anos, durante uma frustrada tentativa de assalto, somente porque a reconheceram como militar, decidi que quebraria o círculo vicioso do militarismo familiar. A dor de perdê-la na época da minha vida em que eu mais precisei foi tão intensa, que fiquei determinada a nunca permitir que o meu filho sinta algo assim no futuro.Após a morte da minha mãe, optei por morar com os meus avós maternos em Portland - Maine - EUA, e há dois anos, mesmo com um estilo de vida totalmente diferente do que eu vivia lá, voltei a morar no Rio de Janeiro com o meu pai.Hoje é o meu aniversário de 24 anos, os meus avós paternos aproveitaram a sua estadia no Rio e organizaram uma festa pa
Quando optei por cursar artes cênicas, recebi diversas críticas do meu pai ao ponto de quase me fazer desistir, e hoje agradeço por concluir, pois isso me ajudará bastante.Com a ajuda de um amigo, consegui documentos novos, e também estudei, assisti vídeos, procurei um novo endereço... Enfim, durante todos esses sete dias desde a morte do meu pai, arquitetei minuciosamente todo o meu plano para me vingar dos responsáveis, mesmo que isso seja a última coisa que eu faça.Após a missa de sétimo dia pela manhã, conversei por algum tempo com o Leandro e obtive mais algumas informações. Ele me passou alguns pontos estratégicos, me deu os nomes dos envolvidos mais conhecidos da favela, e me mostrou a foto de alguns.E hoje começo a colocar o meu plano em prática, antes de voltar para o meu trabalho na próxima semana. Após algumas voltas com um corretor, enfim encontrei uma casa que me interessei e que não está caindo aos pedaços._ A casa foi reformada recentemente, os antigos donos tentara
Jéssica me agarra pelo braço e quase me arrasta em direção a rua principal. Quando passamos em frente a boca ela sorri para os dois homens armados, enquanto eu apenas forço um sorriso e finjo amizade com eles._ Qual foi, Jéssica. E essa mina aí? Bora apresentar para os amigos. - Um deles diz assim que passamos em frente a mesa._ Tu tá maluco, Gere? Vou falar pra tua mulher._ Tô mais com ela não, Jéssica. Ela é mó loucona, quase botou fogo em mim. _ Devia ter colocado. Deixa a minha amiga quieta que ela é nova aqui. Bora, Lud. Se der sorte tu ainda faz uma unha top hoje mesmo.Sorrio com o jeito da Jéssica, nem de longe as minhas amigas iriam se comportar assim. Após alguns minutos, chegamos em frente a uma pequena porta de vidro, onde uma mulher fazia a sobrancelha de outra._ Qual foi, Moniquinha. Trouxe a minha amiga aqui pra fazer a unha, dá pra fazer hoje? _ Oi. - a cumprimento e ela me encara seria, mas depois sorri._ Claro pô, mas vai ter que esperar eu terminar essa henna
***Narrado por Nanzin***Ser dono de um morro nunca esteve nos meus planos, muito menos nos meus piores pesadelos, mas as consequências da vida me trouxeram até aqui. Sou filho de uma promotora com um traficante, a minha mãe defendeu o meu pai, quando ainda era advogada, em uma das inúmeras prisões dele e ser apaixonou por ele, o resultado fui eu. Não me considero um homem feio ou desinteressante, muito pelo contrário, sempre procuro melhorar de alguma forma. Não é porque virei o dono do morro que tenho que estacionar a minha vida, então continuo focado na melhoria física e metal.Vivi as duas vidas, tanto no asfalto quanto na favela. Graças a minha mãe tive uma ótima educação e sempre estudei nas melhores escolas, porém com a ironia de ter um pai traficante, não demorou para que o destino me trouxesse para cá, mesmo contra a vontade da minha mãe.Quando o meu pai foi morto pelos nossos inimigos, prometi me vingar de cada um deles. Com a ajuda do DG, aprendi rapidamente o controle do
A amizade com as meninas ao longo desse primeiro mês aqui, fez com que as minhas idas ao baile fossem frequentes, com isso passei a ver o tal Nanzin mais vezes que o normal perto da minha casa. Ele sempre fez questão de me encarar, me deixando cada vez mais sem graça e eu sinto o meu rosto esquentar de vergonha. Com a minha nova amizade com a Jéssica, também ampliei ainda mais os meus horizontes dentro da favela e as minhas idas e vindas pelos becos e vielas daqui aumentaram. Mas, infelizmente nem tudo são flores, e acabei despertando alguns olhares estranhos da amiga da Moniquinha, e eu nem mesmo sem porquê. _ Qual foi daquela Dedéia, Jéssica? - Pergunto assim que saímos do salão da Moniquinha. - A mina me olha com maior cara feia, até pensei que tivesse com alguma coisa suja na cara._ Dedéia é de boa, Lud. Deve estar recalcada com mulher nova na área, daqui a pouco ela sossega a bunda._ Eu hein, que louca. Nem fiz nada com ela, a mina nem fala comigo direito._ Ela é peguete do
Após algumas horas na Moniquinha fazendo a tal manutenção das unhas, mais curtas dessa vez, tomo um bom banho e visto o vestido curto e vermelho estilo "piriguete" como a Jéssica diz. Faço uma maquiagem e solto os cabelos, me livrando do coque alto que me acompanha fielmente quando não saio de casa._ Ah, não. Vou trocar a minha roupa senão ninguém vai ter olhos pra mim hoje, e eu tô afim de beijar na boca._ Que exagero, Jéssica. Bora que tu tá top. - Digo e sorrio._ Perai que vou ter que levar a pomba lesa da minha irmã hoje. Conversamos enquanto a irmã da Jéssica termina de arrumar, e logo uma morena alta vestindo um shortinho azul e um top branco aparece. Julia é a irmã mais nova da Jéssica, tem 16 anos, quatro a menos que a irmã, embora as duas sejam quase gêmeas.Chegamos no baile e nos encontramos com a Moniquinha, usando uma lace ruiva e cacheada dessa vez. Eu brinco com ela e logo começamos a beber e dançar alegremente até o início da madrugada. _ Tu prometeu e cumpriu, lo