ThalesSentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Meus braços estavam esticados e presos por aquelas correntes, eu mal conseguia abaixar a cabeça devido a coleira de metal no meu pescoço.O lugar era úmido, insalubre e na minha frente, uma câmera registrava tudo como se eu fosse um experimento valioso, mas eu sabia que isso era apenas mais um recurso para controlar Aurora. Detestava ser um fardo, mas estava paciente para o que viria a seguir, eu tinha estímulo o suficiente para resistir a aquilo tudo.Sentia-me fraco fisicamente, faminto, às vezes parecia que iria morrer de febre, eu chegava a delirar com a dor grande demais para alguém comum suportar. Mas esse era um preço pequeno a se pagar.A porta de ferro foi aberta e eles entraram, antes que me soltasse, algo foi injetado na minha veia, isso já tinha sido feito antes e o efeito era a minha letargia. Era um calmante para me deixar com os reflexos lentos, mas não o suficiente para me apagar.Senti alívio quando meus braços e
ThalesOs dias passavam lentamente e era quase enlouquecedor. Eles me alimentavam diariamente, sempre nos mesmos horários, na maioria das vezes com carne crua. As porções viam generosas e eu não desperdiçava, eu sabia suas intenções, me manter forte para que eu cumprisse o objetivo, mas esse também era o meu.Hoje, a comida estava atrasada.Também me levavam para uma jaula na superfície todas as noites, eu ficava lá por um longo tempo, parecia ser o único momento que respirava direito. As notícias de Aurora eram dadas vagamente, mas sempre me mostravam ela acorrentada ou presa naquela cela, nós éramos experimentos difíceis de controlar, então eles usam a única coisa que nos param, a vida do outro.Levantei quando ouvi passos, era mais de um, então não se tratava apenas de comida. As batidas na porta foram altas.— Mãos para fora. — A ordem veio após a pequena abertura ser aberta. Obedeci. Essa era uma forma deles de assegurar suas vidas, agora que eu estava próximo do dia, não havia
ThalesGrunhi. Meus sentidos ficaram confusos. O cheiro quente invadiu meu corpo, não dava para descrevê-lo, era apenas uma mistura de aromas incompreendidos que fazia meu corpo reagir, fez meu sangue correr mais rápido. Salivei, senti exatamente quando a ereção vigorosa e cheia se formou, o sangue bobeou fortemente naquela região.“Monte-a, tome-a… morda-a… marque-a…”Engoli o excesso de saliva e arrastei as garras na mesa, causando um ruído fino no metal. Algumas características surgiram sem que eu percebesse.Aurora tinha um pequeno sorriso, seu rosto com um leve rubor mostrava segurança e controle. Eu não desviei os olhos dela nem por um momento.— O que… — Fechei os olhos com força ao sentir uma onda de calor. Apertei as mãos, sentindo as unhas fortes perfurarem minha palma.— Você quer caçar, lobo? — ela disse, havia uma doçura em sua voz e provocação.O rosnado vibrou pela minha garganta, eu levantei. Mesmo que ouvisse a agitação ao redor, não olhei para ninguém, apenas para a
ThalesQuando voltei a realidade, estava ofegante e de joelhos, aquele cheiro imediatamente voltou para meu olfato, era enlouquecedor. Eu a quero agora…Quero montá-la…Minha…Minha…Com esses pensamentos obsessivos senti meus músculos tensos, eu sentia cada parte do meu corpo vibrar em antecipação, ia me transformar a qualquer momento. Sentia a agressividade, mas principalmente o desejo de tocá-la, abraçar seu corpo de forma possessiva. Eu precisava dela, estar dentro dela. Eu queria caçá-la e deixá-la submissa, choramingando e implorando para ser minha.“Minha… monte-a… marque-a”Ouvi sua voz gutural e sorri em resposta, um sorriso predatório, louco. Havia algo profundamente erótico naquele cheiro que vinha dela. Era um cheiro de desejo, de necessidade, eu precisava tocá-la, abrandar o calor, estava faminto por seu corpo.— Quando eu te pegar, fêmea… — afirmei para mim mesmo, estava sedento, excitado.Fêmea… já estava chamando uma mulher de fêmea. Isso era loucura.— Parece doloro
ThalesA coleira de ferro foi jogada dentro da jaula e a peguei calmamente antes de travar no meu pescoço, a tranca elétrica se armou, emitindo um ruído baixo. Em silêncio, andei até a porta daquela jaula. Antes que abrissem, coloquei as mãos na abertura maior para que as algemas fossem colocadas e quando a porta foi aberta, deitei voluntariamente na maca onde me prenderam. A focinheira foi encaixada.Logo a maca foi empurrada para dentro e apenas observei o teto. Eu tinha que aproveitar a força momentânea, mesmo que o lobo estivesse furioso, ainda podia sentir seu poder. Ele entendia meu plano, mas sua fúria em vê-la daquele jeito não o deixava aceitar. Eu precisava esperar pelo momento certo, não era tão simples sair. Além disso, Rubens estava perto e não estava sozinho. Eu sabia que ele não ia ficar de braços cruzados, ele nunca fica. Carmem não parece saber que o perdeu de vista. O grande elevador desceu devagar e contei os andares, não dava para colocar abaixo, seria suicídio,
AuroraAs luzes vermelhas piscavam e a água caía de vários pontos do teto, algo tinha acontecido na superfície e isso causou um tremor, mas antes, eu já tinha decidido me mover. Thales estava pronto, eu podia sentir, ele iria me caçar, como um macho faminto por sua fêmea. A água ajudava a limpar o sangue do meu corpo, o alarme soando alto irritava até as profundezas do meu ser, fazia meus dentes rangerem, mas eu não tinha tempo para me preocupar com isso. Apressada, subi as escadas de emergência, havia um desconforto em meu corpo. Calor. Minha forma de lobisomem não era tão veloz, mas tinha força, eu não podia ser enterrada nesse lugar, não merecíamos morrer aqui. Antes de chegar ao próximo andar, parei por um momento, estava excitada e era bom. Então era assim estar no cio? Um prazer doloroso…Sorri.Apurei meus sentidos, porém, antes que desse mais um passo a porta foi aberta, o tiro veio antes que eu pudesse reagir. Não sei se fui atingida, mas no momento seguinte, minhas garras
ThalesO domínio de Aurora fez meu corpo tremer através do seu grito, eu parei muito próximo daqueles dois homens, havia corrido cegamente por isso não percebi.— Rubens. — Thales, meu Deus — Abraçou-me e respirei fundo, acalmando-me. — Achei que nunca o encontraria.Meus músculos relaxaram e o olhei quando se afastou, ele estava bem. Sua roupa volumosa com colete e equipamentos de segurança quase não me deixavam vê-lo direito. Fiquei feliz em revê-lo e agradecido por sua ajuda, mas aborrecido por ter sido interrompido.— Desculpe e obrigado pela ajuda. — Eu não podia deixá-lo. Que bom que estão bem. Olhei o homem atrás dele e percebi seu olhar para Aurora que já estava ao meu lado. Rosnei e ele se assustou, mas Aurora apertou meu braço. Eu devia me conter.— Vamos sair daqui. — Rubens manteve sua atenção em mim. — A estrutura desse lugar foi comprometida e conseguimos encurralar ela em um dos níveis, mas agora a pouco, perdemos o contato com a equipe. — A raiva subiu em mim e fech
ThalesO carro perdeu o controle e saiu da estrada descendo o barranco, ele bateu em uma árvore e seus ocupantes rapidamente saíram. As armas foram apontadas e agilmente, avançamos, eram apenas dois e Carmem. Ela correu, mas Aurora pulou sobre ela.As patas de Aurora sobre seu peito não a deixava se mover, a boca cheia de dentes afiados estava próximo só seu rosto, mas Carmem não demonstrava medo, ela parecia apenas fascinada.Aurora rosnou forte, salivando por cima de seu rosto, mostrando seu domínio e Carmem ousou. Ela alisou os pelos do rosto da loba antes de ter seu pescoço mordido. Eu fiquei longe, deixando que Aurora terminasse com aquilo. A loba permaneceu com a boca travada sobre o pescoço fino de Carmem. Ouvi sua dor com satisfação e frieza de um predador, eu não sentia nada em ver a loba matando aquele ser. Racionalmente era errado e cruel, mas os animais não matam por prazer, é uma questão de sobrevivência e por hora, não poderíamos contar com justiça.Aurora se afastou e