- Forró?- Sim. O senhor conhece algum lugar que toca forró ? Uma casa de shows?- Meu amigo, o melhor lugar da ilha é o Maria Bonita, na praia do Campeche. É só forró, mulher bonita e comidas típicas.Apollo agradeceu ao dono do restaurante.- Muito obrigado pela dica, amigo.- Voltem sempre.Apollo e Jheniffer voltaram ao beach clube.- Nome mais sugestivo impossível, Maria Bonita.- O que nos leva de volta a praia do Campeche. - Podemos aproveitar a praia de Jurerê, o que acha?- Amor, depois de tanta comida gostosa e caipirinhas, eu preferia uma cama. Depois, aquela hidro do quarto.- Pode ser. Mudança de planos então. Deixaremos pra conhecer Camboriú amanhã. Um dia a mais no roteiro.Ela o abraçou.- Por isso que eu te amo. Você é flexível.- Também te amo. Tudo pelo nosso bem estar.No beach clube, o gerente os interpelou.- Boa tarde. Não querem aproveitar o dia de bem estar? Há uma equipe nas salas de massagem. Preços camaradas aos hóspedes.Jheniffer pegou um folder. Ela rep
Apollo chegou a se ajoelhar, ao ver Jheniffer e o instrutor correndo. A asa delta amarela e azul acima deles. A pedra da rampa. Eles passaram por ele, que só ouviu um grito. A asa delta logo ganhou altura e sumiu da vista dele.- Vai, Jheniffer. Aproveita.Ele desligou o celular e o guardou no macacão, fechando o zíper. O instrutor o chamou.- Bora voar?Apollo suspirou e foi até o início da rampa.- Vamos. Estou pronto.As últimas instruções. O preparo minucioso. Os instrumentos de segurança, o capacete, os óculos. Em poucos minutos, ele também voaria de asa delta, com um instrutor.- Vai sentir um pequeno tranco, é normal. Respira fundo e vai.- Certo, instrutor. Vamos lá.A pequena corrida. O salto no ar. Logo, a cidade estava aos pés deles. - Apollo. Vamos pegar uma corrente de ar e passar acima do maior prédio da América Latina.Gritou o instrutor, minutos depois. Apollo estava em êxtase, sentindo a liberdade de voar. O mar, a orla de Camboriú lá embaixo. Meia hora depois, eles
Jheniffer e Apollo deixaram a pousada. Decidiram andar pela orla, até o centro de Balneário Camboriú. - A noite está mágica. Essa lua enorme no céu. - A magia de Floripa veio com você, que está cada vez mais linda. A lua cresceu diante de tanta beleza e formosura, dessa bruxa chamada Jheniffer. - Hum. Que rapaz galanteador. Gostei. - Essa orla é linda. Uma pena que é nosso último dia. Voltaremos a vida normal. - Verdade. O trabalho nos chama. Voltarei renovada, levitando com as lembranças desse passeio. Sua presença colaborou. Eles tiraram as sandálias e foram até a areia. O som das ondas, a lua refletida no mar, os barcos coloridos. Tudo formando uma linda tela, com o casal de mãos dadas ao centro. Apollo olhou para Jheniffer e sorriu. Ela apertou-lhe a mão. - O que foi? - Nada. Já lhe disse que adolescente ri de tudo. Do nada. - Fala. - Estou feliz. Só isso. Esses dias em Floripa, aqui em Balneário. Até parece que estamos. - Estamos o quê?! Parece que estamos casados?
Daniella subiu para o seu quarto, acompanhada dos pais.- Vou desfazer as malas só amanhã, mamãe.- Está certa, filha. Descansa.O pai dela andava de um lado para outro, impaciente.- Se o senhor abrir um buraco no chão, terá que pagar os pedreiros pra consertar, velhinho. E não será nada barato pois esse porcelanato veio de Florença.Ele levou um susto e olhou sorriu para Daniella.- Estou impaciente. Gustavo me procurou, há uns dias. Estava gaguejando, quase chorando. Quase ajoelhou aos meus pés, beijou minha mão e pediu perdão.- Pela burrada que fez.- Sim. Pela sua agressão, filha. Notei que está realmente arrependido. Perguntou das chances, se é que tem alguma, de vocês voltarem. Respondi que era zero. Nenhuma chance de volta.- O senhor, como sempre sincero.- Sim. Falei que eu e sua mãe não queria vê-lo nem pintado de ouro. Ele colocou tudo por terra ao fazer isso contigo, nosso tesouro. Nos esbarramos por acaso e sou educado. - E ele?- Ficou calado. Coloquei as mãos nos se
Apollo e Jheniffer desceram para o café, na pousada. - Uau. Que mesa linda, Apollo. - Linda mesmo. Até parece aquelas mesas de novelas. Eles estavam admirados. Uma variedade de bolos, tortas e pães. As frutas eram um convite direto ao pecado da gula. Sem contar os queijos e frios. - Tenho que bater uma foto e postar. - Vai ficar linda, Jheniffer. Eles se serviram e foram para a sacada, com vista para o mar. Um casal veio até a mesa vizinha deles. Apollo percebeu que eram Emiliano e Angelina. Eles o viram. - Senhor Apollo? Jheniffer? Emiliano se levantou e veio até eles. Angelina veio depois. Os dois casais se cumprimentaram. - Bom dia. Estão instalados nessa pousada? Que coincidência boa. - Bom dia, Emiliano. Estamos mas vamos embora hoje a tarde. - Ah! Que pena. Um amigo nos indicou esse hotel. É acolhedor. Viu a mesa do café? Ele falou disso. - Vimos sim. Estamos aproveitando. Angelina parecia mais disposta, estava sorridente. - Jheniffer. Gostaria que viesse ao noss
Apollo estacionou o carro, em frente a praia Central, de Balneário Camboriú. O sol reinando no céu, governando o dia e fazendo a alegria dos banhistas.- Sol, verão e uma moça linda comigo. Eu sou feliz.Jheniffer saiu do carro.- Ah, que saudades disso tudo. Queria levar essa praia embora comigo.- Eu também, Jheniffer. É um paraíso.Ele abriu o porta malas pra pegar as cadeirinhas e o guarda sol. Jheniffer pegou o isopor e as toalhas. O casal atravessou a rua e ganhou a areia. Os quiosques lotados de fregueses. A praia estava cheia.- Está lotada. Parecendo Copacabana ou Ipanema, no Rio.- Ipanema, certamente. A nova garota de Ipanema está na minha frente.- Eu?- Sim. Linda como a musa de Vinícius de Moraes, o poetinha. O autor da celebre frase: me desculpem as feias mas beleza é fundamental.- Ele já pede desculpas no começo da frase.- Pois é. Essa é a visão dele.Jheniffer estendeu as toalhas na areia.- E o que você acha?- Da beleza? Os padrões mudam com o tempo e as civiliza
- Como foi isso, Apollo?- Eu tinha cinco anos de idade. Não me recordo bem da história, foi a minha mãe que me contou em detalhes, quando fiz dezoito anos. Eu gostava de dormir na chácara da minha avó, no interior de Minas Gerais. Brincava com as galinhas, patos e gansos. Minha avó fazia bolinho de chuva e contava histórias. Eu ajudava meu avô no trato com a horta. Era muito bom. Numa noite de agosto, mês de cachorro louco, caiu uma chuva danada. Nove da noite, meus avós se preparavam pra dormir. Os quatro cães da chácara latiam sem parar. Seus latidos era lamentos, parecia que pediam socorro.- Rapaz. Filme de terror.- Sim. Noite de lua cheia. Meu avô foi fechar a porta da cozinha. Os cães estavam no quintal. Ele saiu e trouxe dois cães pela coleira. Eu, inocente, fui atrás pra ajudar. Ele não me viu quando buscou os outros cães, debaixo da goiabeira do quintal. Era perto de um muro alto. Ele pegou um cachorro. Vi que o outro estava perto do muro. O animal olhava para o alto. Vai
- Quando era adolescente, tinha medo da loira do banheiro, Apollo.- Sério? É uma lenda urbana. A do lobisomem é mais antiga.- Puxa. Eu precisava de uma parada e de um café. - Eu precisava de ir ao banheiro e de lavar o rosto. Em pouco tempo chegaremos a São Paulo, querida. - Que bom. Passear é bom mas retornar ao cantinho da gente não tem preço.- Isso é verdade. Nossa cama, nosso banheiro, nossas panelas, tudo é diferente. Pode ser melhor hotel ou resort do mundo mas não há lugar melhor que a casa da gente.- Falando nisso, você não vai para seu apartamento, agora de madrugada, vai?- É um convite pra passar o resto da madrugada no seu, com você?- Lógico. Nem é seguro ir para o seu. Ficamos no meu, dormiremos um pouco e depois você vai. Tudo bem?- Tudo bem. Esses dias foram ótimos com você sempre do lado. Fiquei mal acostumado.- Tem uma música, de axé eu acho. Não lembro o nome do grupo. A letra era assim: mal acostumado, você me deixou mal acostumado com o seu amor. - Verdad