Era uma quarta-feira, após mais uma final de semana regado a muito sexo eu só tinha falado com a minha perdição por mensagem, estava tendo uma semana difícil no trabalho, abrir uma empresa dava muita dor de cabeça, e eu estava mentalmente exausto. Saí do meu escritório tarde da noite, sequer tive ânimo para ir malhar, apenas tomei um banho e fiz uma refeição rápida antes de me jogar na cama.
Olhei ao meu redor e notei o quanto minha cama king size ficava vazia sem a minha morena, eu podia jurar que no travesseiro ainda tinha o cheiro dela. Diversas vezes me perguntei até quando eu ainda queria ficar sozinho naquele apartamento, comecei a fantasiar como seria dormir e acordar sentindo o calor dela todos os dias e ser agraciado com o sorriso doce que ela abria pela manhã.
Chacoalhei minha cabeça rindo de mim mesmo, eu sequer conseguia que Jhenny assumisse
No final de semana seguinte, Jhenny não estava bem, estava com cólica e sempre que estava naqueles dias parecia que desfalecia, até a coloração bronzeada de sua pele se tornava pálida. Pouco me importava se íamos sair para fazer algo, transar loucamente a noite toda ou ficar sem fazer nada no apartamento, qualquer uma das opções era válida quando se tratava de estar com ela, então a busquei em casa da mesma forma para passarmos o final de semana juntos. — A dor passou, meu bem? — Perguntei preocupado, vendo-a se contorcer em cima da minha cama. Com lágrimas escorrendo de seus olhos, ela apenas negou com a cabeça, enquanto permanecia encolhida pressionando firmemente sua barriga. Foi aí que tive a ideia genial de ligar para a vovó e perguntar o que era bom para cólica. Eu só não raciocinei naquel
No dia seguinte, já no início da tarde, com muito custo fui deixá-la em casa, perguntei se ela queria ir comigo na vovó, mas como já era de se esperar ela recusou. Não insisti, pois sabia que uma boa conversa me aguardava, e com toda certeza era melhor que o alvo do discurso não estivesse presente. Vovó me recebeu com um olhar curioso, Rafael estava lá com a namorada e ambos me olhavam com sorrisos reprimidos. Minha irmã que nunca foi boa em disfarçar nada ria descaradamente. — Cadê a Jhenny? — Minha avó perguntou. — Em casa, muito provavelmente. — Por que não trouxe ela? — Pra quê? — Desembucha de uma vez, o que está acontecendo entre vocês?&nb
Os dias passaram e não voltamos a nos falar, voltei a minha rotina normal, de casa para o escritório e do escritório para casa, usei o trabalho para me distrair da vontade imensa que estava de correr atrás dela, e na grande maioria das vezes chegava em casa tarde da noite, já na hora de dormir novamente. Depois de me acostumar a passar os finais de semana com a minha perdição, senti uma falta terrível no primeiro final de semana que não a tinha comigo, não quis ir para a casa da vovó e tão pouco busquei Fernanda, eu só queria ficar sozinho e me livrar daquele sentimento, daquela saudade. Na segunda-feira cheguei no escritório extremamente estressado, tinha uma série de projetos para analisar e estava desde o domingo lutando contra uma dor de cabeça infernal causada pela ressaca das mágoas que afoguei na bebida. Entramos no mês de junho, faltava pouco para o dia dos namorados, seria o nosso primeiro juntos e o meu primeiro na vida. Eu não fazia ideia do que deveria fazer, pensei em flores, chocolate, mas tudo isso me parecia muito clichê. Recorri à Fernanda para tentar fazer algo diferente e ela me ajudou com uma surpresa. Talvez tudo tenha ficado muito mais extravagante do que seria se eu tivesse feito sozinho, mas confiei que a minha irmã soubesse o que estava fazendo. Ela cortou diversos corações espalhando-os pelo quarto, fotos nossas na parede, pétalas de rosas na cama, na banheira, velas, eu ri quando vi tudo pronto. — Você transformou meu quarto num motel? — Perguntei gargalhando. — Motéis são assim? Engoli a seco, não era o tipo de conversa que eu d30. Dia dos namorados
Notei que Jhenny jamais dizia que me amava ou chamava de amor, somente eu me referia a ela de tal forma, e ela dizia sentir o mesmo, porém nunca espontaneamente, nunca sem antes que eu dissesse. O sexo nunca deixou de ser algo incrível, porém em dados momentos minha perdição parecia estar em outro mundo quando chegávamos ao fim. Um dia Jhenny chamou o nome do meu primo enquanto dormia, eu não poderia culpá-la por um sonho, que ela jurou não se lembrar, mas me perguntei até que ponto o sentimento que um dia teve por ele era algo passado. Entramos no mês de julho, a faculdade logo estaria de férias e eu sabia que o Cristiano estava com viagem marcada para Brasília, seria a primeira vez que nos encontraríamos desde o dia que ele se mudou, e eu já não tinha tanta segurança no que dizia respeito a Jhenny, se seria algo insignificante para ela, então decidi q
Passei a noite me sentindo péssimo, mal consegui pregar os olhos, mais uma vez tudo que eu queria era ir correndo atrás dela e pagar com a língua, creio que nunca engoli tanto o meu orgulho como durante o nosso namoro, mas eu estava decidido a resolver de uma vez por todas a situação. Sem pensar muito segui para a casa da tia Clarisse para encontrá-la, eu já havia mandado mensagens, mas ela ainda sequer tinha visto, provavelmente ainda estava dormindo e eu já não suportava esperar. Rafael me recepcionou com uma expressão preocupada, da mesma forma que eu, ele não era do tipo que levava desentendimentos tolos adiante, e me tratou normalmente mesmo depois do meu chilique no dia anterior. — Como ela está? — Perguntei meio sem jeito. — Passou a noite mal. — Ele disse sem me olhar diretamente n
Durante tantos anos reneguei esse sentimento maldito, tinha jurado para mim mesmo que jamais me submeteria a isso e no entanto não fui capaz de proteger a mim mesmo, eu estava padecendo. Passei a noite em claro, eu tinha umas cervejas na geladeira, mesmo tendo ciência de que precisava de algo muito mais forte para sanar a minha dor, decidi beber, e estava disposto a beber até cair. Fui até a cozinha e de cara me deparei com uma garrafa de vinho, geralmente a Jhenny e eu bebíamos juntos. Quantas lembranças aquela simples garrafa foi capaz de me trazer. Não pensei muito e bebi no gargalo mesmo, todo o conteúdo da garrafa que ainda estava cheia, arremessando-a na parede logo em seguida. Todos aqueles cacos de vidro no chão, com certeza estavam mais intactos que o meu coração naquele momento. Abri a geladeira pegando uma cerveja e me escorei no balcão, come
Me apressei em me vestir e desci correndo, na esperança de encontrá-la, mas Jhenny já havia sumido, subi frustrado, sem saber ao certo o que estava sentindo naquele momento, eu não estava errado, mas mesmo assim me senti mal, fiquei me perguntando o que ela queria, se estava arrependida e descobriu que me amava, que era comigo que queria estar. — Jéssica, preciso dar uma saída, se arruma, vou te deixar em casa. — Disse segurando o choro. — Quem era ela? Sua ex? — Não importa! Faça o que estou te pedindo, por favor! — Você me disse que não tinha mais namorada, por que ela ficou tão chateada? Era mentira? Você estava traindo a sua namorada comigo? — Não, Jéssica, não traí ninguém, depois conversamos, tudo