— O remédio para o estômago acabou. Traga uma caixa nova. — Disse Davi, com uma expressão um pouco debilitada.Ele sempre pensou que o remédio para o estômago fosse algo que a empresa fornecia, então nunca se preocupou muito com isso.O assistente Bryan ficou com uma expressão constrangida, parado no lugar, querendo dizer algo, mas hesitava.Davi o olhou com descontentamento.— Vai logo.Após um momento de hesitação, Bryan finalmente disse:— O remédio para o estômago era algo que a Srta. Sophia preparava especialmente para o senhor...Sempre que o remédio estava acabando, Sophia fazia questão de preparar e entregar para ele com antecedência. Agora que o presidente e a Srta. Sophia haviam se separado, era claro que ela não faria mais isso.Bryan sabia que era prudente não mencionar esse detalhe em voz alta.Davi ficou atônito. Ele não sabia que Sophia se dava ao trabalho de preparar essas coisas para ele em segredo.— Vou comprar o remédio para o senhor agora. — Disse Bryan, notando a
Na manhã seguinte.Sophia se preparou para ir à escola de artes.Ela saiu para a rua e chamou um táxi. Antes, costumava dirigir o carro de Davi, que também lhe havia presenteado com outros carros. No entanto, na última vez que partiu, não levou nenhum dos carros com ela.Ela também deixou o carro e as joias que ele lhe dera, abandonando tudo na Esplendor do Sol.A escola ficava perto da Esplendor do Sol e, no caminho de carro, ainda era possível ver o conjunto de mansões.O carro de Davi saiu da Esplendor do Sol e passou bem próximo ao táxi em que Sophia estava.Sophia viu o carro de Davi, um Maybach preto, com uma placa exclusiva composta apenas pelo número 8, a única assim na Cidade A.Ela apenas lançou um olhar e depois virou o rosto, observando a paisagem pela janela do outro lado.O motorista, ao ver o carro luxuoso, não conseguiu deixar de comentar:— Esse carro que acabou de passar é um Maybach, e com uma placa dessas... Quem mora por aqui deve ser muito rico, gente que não se p
— Vocês precisam lembrar disso: fiquem longe desses caras mesquinhos, pra não saírem perdendo!As influenciadoras pararam de conversar e seguiram Sophia a uma distância nem tão próxima, nem tão distante, enquanto ela entrava no prédio da escola. Sophia estava pensando em desistir da escola e não percebeu as conversas atrás dela, até porque elas falavam em voz baixa. Dentro da sala de aula, após o término de uma aula. — A aula acabou, mas não saiam ainda, por favor. — O professor falou rapidamente para que ninguém fosse embora. — Na próxima semana, a nossa escola vai realizar uma exposição de arte comercial. Na ocasião, muitos magnatas e pessoas de sucesso serão convidados, e até o governo está bastante interessado neste evento. Espero que vocês tragam suas melhores e mais excelentes obras para exibir. Esta é uma oportunidade de ouro para alavancarem suas carreiras; aproveitem!O professor sorria animado, incentivando os alunos com entusiasmo. — Sim! — Os alunos responderam aleg
Os alunos do ateliê ao lado ouviram o barulho e correram para ver o que tinha acontecido.— Sophia, você está bem? — Era justamente a influenciadora que havia fofocado sobre Sophia na porta da escola pela manhã.Ela perguntou:— Você se machucou? Está doendo? Vou ligar para o professor, não tenha medo! — Disse ela, pegando o celular rapidamente.O lado direito de Sophia doía tanto que as lágrimas escorriam; parecia dormente, e até se mexer era difícil.O professor chegou logo em seguida e exclamou, aflito:— Chamem uma ambulância!Sophia quis dizer que estava bem, mas, ao abrir a boca, a dor era tanta que as lágrimas voltaram a cair e ela não conseguiu falar nada.A ambulância chegou.— Voltem e continuem escolhendo as obras para a exposição. Eu vou acompanhá-la ao hospital.Pronto-socorro do Hospital Luz do Atlântico.O médico olhou para o raio-X e disse:— Não foi nada grave, nenhum osso foi fraturado. A pele tem alguns machucados, hematomas e inchaço, mas isso é normal. Apenas algun
País M. Na cama de hotel. Dois corpos juntos. No calor do momento, a voz sensual de Davi estava levemente rouca, carregada de sedução. — Sophia, me dá um filho, que tal? Sophia, tomada pela paixão, respondeu sem pensar. Depois, enquanto os dois se abraçavam, ela começou a refletir sobre o que ele acabara de dizer. — Um filho? O brilho de emoção em seus olhos ainda não havia se dissipado. O olhar de Davi voltou a se acender; de alguma forma, o corpo dela sempre exalava uma atração irresistível para ele. Reprimindo os pensamentos que surgiam, ele tirou do nada um anel de diamante e o colocou no dedo anelar da mão esquerda de Sophia. — Você está me pedindo em casamento? — Sim. — Agora você pode me dar um filho? — Davi perguntou com um sorriso, seus olhos cheios de ternura, mas sem amor. Seu olhar parecia atravessá-la, como se esperasse a resposta de outra pessoa que habitava seu coração. — Vou te dar vários filhos. Sophia ficou surpresa e encantada, mas pen
Sem perceber, lágrimas começaram a rolar, borrando a maquiagem recém-feita.Sophia olhou para o anel de diamante em seu dedo anelar esquerdo.Um mau pressentimento se espalhou por seu coração: a mulher que surgiu de repente iria destruir a felicidade pela qual ela esperava há tanto tempo.Ela não podia ficar ali esperando; precisava saber quem era aquela mulher.Depois de respirar fundo por um momento, deu um passo em direção ao hotel.O avião veio do País M de volta ao País H.Hospital Luz do Atlântico.Sophia estava na porta do quarto do hospital, os braços cruzados, tentando olhar para dentro através da janela.Davi, junto de seu amigo Samuel Borges, diretor do Hospital Luz do Atlântico, observava enquanto os médicos examinavam a mulher inquieta na cama.A mulher era segurada por duas enfermeiras.No avião, o rosto da mulher já havia sido limpo e ela vestia roupas limpas.— Valentina? Ela não estava... — Desaparecida há quatro anos, sem deixar rastros?Samuel estava surpreso. Como e
Canteiro de flores no jardim dos fundos do hospital. A noite de primavera ainda estava ligeiramente fria, e o vento gelado fazia as pessoas sentirem o desconforto do clima. O som de um isqueiro acendendo ecoou, dois pontos de luz surgiram, e a fumaça do cigarro se espalhou com o vento, confundindo a visão de quem observava. — Valentina voltou. O que você pretende fazer? — A pergunta veio de Samuel. Ele não mencionou Sophia, mas ambos sabiam exatamente sobre que estavam falando. Uma era a deusa dos tempos da faculdade, a deusa que havia salvado a vida de Davi, uma lembrança juvenil que sempre aquecia seu coração. A outra era a namorada que estivera ao seu lado por três anos, com quem ele compartilhara os momentos mais íntimos e a quem já havia pedido em casamento: sua noiva. Após um longo silêncio, Davi respondeu. — Ela é apenas uma substituta. A presença dela é para ocupar o lugar de Valentina, mas compará-la com Valentina? Impossível. — A voz de Davi era fria e impiedo
Procurou o controle remoto para acender as luzes, Sophia ligou a iluminação e, em seguida, buscou algo à mão para apagar, uma a uma, as velas.Achou o pijama no guarda-roupa e foi tomar banho.Ao entrar no banheiro, notou, sem querer, que ainda usava o anel na mão esquerda. O tirou e o jogou em um canto do armário de acessórios.Quando saiu do banheiro, sacudiu todas as pétalas que estavam na cama para o chão, se cobriu com o edredom e dormiu.Como de costume, se deitou no lado esquerdo da cama, onde Davi sempre a abraçava de perto. Aos poucos, ele se movia para o lado esquerdo com ela, deixando um grande espaço vazio na cama. Olhando para o lado direito, viu aquele espaço vazio que a incomodava; então, moveu seu corpo para o meio da cama e jogou o travesseiro extra no chão. Assim, se sentiu mais confortável.Apagou a luz e foi dormir.Por dois dias seguidos, não recebeu nenhuma mensagem de Davi. Ele provavelmente estava no hospital com Valentina, ou talvez estivesse trabalhando.Sophi