Heitor tinha um olhar venenoso.Davi, após ouvir o que Heitor disse, lançou um olhar de soslaio para ele e, em seguida, direcionou sua atenção ao gerente Álvaro, que parecia estar bastante satisfeito.Era isso que o aguardava depois que o empréstimo do Grupo Sol Nascente foi recusado?Como vice-presidente do Grupo Vitalidade, usar uma empresa de fachada para desviar fundos do grupo... Heitor estava se tornando cada vez mais imprudente com a idade.Nos últimos anos, os projetos gerenciados por Heitor vinham apresentando retornos cada vez menores, enquanto ele emprestava quantias cada vez maiores para amigos de reputação duvidosa. Davi sempre fez vista grossa.Se não fosse em consideração ao seu avô, já teria destituído Heitor do cargo de vice-presidente há muito tempo e colocado alguém mais competente em seu lugar.— O gerente Álvaro é experiente, mas sempre esteve à frente da área de setores tradicionais. Projetos de desenvolvimento em tecnologia de energia renovável são mais adequados
— O remédio para o estômago acabou. Traga uma caixa nova. — Disse Davi, com uma expressão um pouco debilitada.Ele sempre pensou que o remédio para o estômago fosse algo que a empresa fornecia, então nunca se preocupou muito com isso.O assistente Bryan ficou com uma expressão constrangida, parado no lugar, querendo dizer algo, mas hesitava.Davi o olhou com descontentamento.— Vai logo.Após um momento de hesitação, Bryan finalmente disse:— O remédio para o estômago era algo que a Srta. Sophia preparava especialmente para o senhor...Sempre que o remédio estava acabando, Sophia fazia questão de preparar e entregar para ele com antecedência. Agora que o presidente e a Srta. Sophia haviam se separado, era claro que ela não faria mais isso.Bryan sabia que era prudente não mencionar esse detalhe em voz alta.Davi ficou atônito. Ele não sabia que Sophia se dava ao trabalho de preparar essas coisas para ele em segredo.— Vou comprar o remédio para o senhor agora. — Disse Bryan, notando a
Na manhã seguinte.Sophia se preparou para ir à escola de artes.Ela saiu para a rua e chamou um táxi. Antes, costumava dirigir o carro de Davi, que também lhe havia presenteado com outros carros. No entanto, na última vez que partiu, não levou nenhum dos carros com ela.Ela também deixou o carro e as joias que ele lhe dera, abandonando tudo na Esplendor do Sol.A escola ficava perto da Esplendor do Sol e, no caminho de carro, ainda era possível ver o conjunto de mansões.O carro de Davi saiu da Esplendor do Sol e passou bem próximo ao táxi em que Sophia estava.Sophia viu o carro de Davi, um Maybach preto, com uma placa exclusiva composta apenas pelo número 8, a única assim na Cidade A.Ela apenas lançou um olhar e depois virou o rosto, observando a paisagem pela janela do outro lado.O motorista, ao ver o carro luxuoso, não conseguiu deixar de comentar:— Esse carro que acabou de passar é um Maybach, e com uma placa dessas... Quem mora por aqui deve ser muito rico, gente que não se p
— Vocês precisam lembrar disso: fiquem longe desses caras mesquinhos, pra não saírem perdendo!As influenciadoras pararam de conversar e seguiram Sophia a uma distância nem tão próxima, nem tão distante, enquanto ela entrava no prédio da escola. Sophia estava pensando em desistir da escola e não percebeu as conversas atrás dela, até porque elas falavam em voz baixa. Dentro da sala de aula, após o término de uma aula. — A aula acabou, mas não saiam ainda, por favor. — O professor falou rapidamente para que ninguém fosse embora. — Na próxima semana, a nossa escola vai realizar uma exposição de arte comercial. Na ocasião, muitos magnatas e pessoas de sucesso serão convidados, e até o governo está bastante interessado neste evento. Espero que vocês tragam suas melhores e mais excelentes obras para exibir. Esta é uma oportunidade de ouro para alavancarem suas carreiras; aproveitem!O professor sorria animado, incentivando os alunos com entusiasmo. — Sim! — Os alunos responderam aleg
Os alunos do ateliê ao lado ouviram o barulho e correram para ver o que tinha acontecido.— Sophia, você está bem? — Era justamente a influenciadora que havia fofocado sobre Sophia na porta da escola pela manhã.Ela perguntou:— Você se machucou? Está doendo? Vou ligar para o professor, não tenha medo! — Disse ela, pegando o celular rapidamente.O lado direito de Sophia doía tanto que as lágrimas escorriam; parecia dormente, e até se mexer era difícil.O professor chegou logo em seguida e exclamou, aflito:— Chamem uma ambulância!Sophia quis dizer que estava bem, mas, ao abrir a boca, a dor era tanta que as lágrimas voltaram a cair e ela não conseguiu falar nada.A ambulância chegou.— Voltem e continuem escolhendo as obras para a exposição. Eu vou acompanhá-la ao hospital.Pronto-socorro do Hospital Luz do Atlântico.O médico olhou para o raio-X e disse:— Não foi nada grave, nenhum osso foi fraturado. A pele tem alguns machucados, hematomas e inchaço, mas isso é normal. Apenas algun
Justo naquele momento, Davi entrou no quarto do hospital, empurrando a porta. Sophia franziu a testa, olhando para ele, confusa, e falou com frieza: — O que você está fazendo aqui? Davi a olhou de cima a baixo, como se estivesse vendo um idiota. — A escola ligou, dizendo que você se machucou. — Depois de falar isso, jogou a bolsa que estava segurando sobre a cama. Sophia então se lembrou: ela havia perdido a memória e não tinha familiares. Os contatos de emergência e familiares que ela havia colocado na escola eram os de Davi. Ela se aproximou da cama, pegou a bolsa com os medicamentos e, sem jeito, disse: — Obrigada. Davi ficou surpreso. "Ela realmente agradeceu? Não era aquela cheia de raiva e agressividade nos últimos dias?" — E o Joaquim? Por que ele não veio ao hospital? — Davi perguntou de forma casual, como se estivesse trocando fofocas com um amigo. — Isso não é da sua conta! — Sophia respondeu, irritada, enquanto olhava seu próprio rosto no espelho pequeno
Sophia olhou para ela de forma aberta e, sorrindo levemente, começou a falar:— Então, obrigada por terem vindo até aqui me ver.Valentina ainda queria dizer algo, mas Davi a interrompeu, falando diretamente para ela:— Você não disse que ia procurar o Samuel para pegar o remédio? Já pegou?— Peguei! — Valentina respondeu, com os olhos brilhando de felicidade ao olhar para ele.— Então vamos embora, tem coisas da empresa que precisam ser resolvidas! — Davi pegou a bolsa de Valentina com uma mão e, com a outra, segurou a dela, começando a caminhar em direção à porta do quarto.Sophia observou as mãos dos dois entrelaçadas. Seus olhos brilharam por um momento e, por um instante, algo em seu olhar se apagou.— Irmã, a gente vai indo, tchau! — Valentina se virou, acenando de forma fofa, e logo deu um passo atrás, acompanhando Davi.A porta do quarto se fechou.Sophia jogou a roupa que estava nas mãos sobre a cama e sentiu como se toda a energia do seu corpo tivesse sido drenada, fazendo el
Depois de chegar em casa, Sophia sentiu a dor nos lugares onde caiu, com os hematomas começando a incomodar. Além disso, seu coração também estava apertado, doendo. Ela foi para o quarto, tirou as roupas e passou o remédio nas áreas machucadas. Os hematomas estavam no lado direito, e ela fazia os movimentos com a mão esquerda de forma um pouco desajeitada. Após terminar, percebeu que estava com fome. Sophia realmente não queria cozinhar, então pediu comida por delivery. Enquanto comia, recebeu uma mensagem do professor, que começou perguntando como ela estava e depois sugeriu reembolsar os custos médicos. Sophia recusou; afinal, ela já havia desistido da escola, e a queda da cadeira foi culpa dela mesma, por não ter se equilibrado corretamente, não tendo nada a ver com a escola. Mesmo assim, o professor e os colegas ajudaram a chamar a ambulância e a levaram ao hospital. Após agradecer ao professor e aos colegas, ela continuou assistindo séries e comendo seu pedido de del