Laura pegou uma garrafa de vinho tinto e uma taça, e voltou para o seu quarto. Abriu a janela do chão ao teto, se serviu de uma taça e caminhou até a varanda. Depois de se servir, ficou quieta, apoiada nos cotovelos, encostada na grade da varanda.Porto Encantado ficava não muito longe do centro da cidade, em meio a um conjunto de mansões. As mansões, com sua arquitetura exótica de diferentes países, existiam desde os tempos de guerra, antes da fundação do país, e possuíam uma rica história.A rua se chamava Porto Encantado.Dali, ela podia ver a vista noturna do centro da cidade, com os icônicos edifícios marítimos de Cidade A iluminados à noite.Era a sereia, a qual Laura tanto gostava.A brisa da noite movia seus cabelos, ainda macios após o banho, caindo suavemente nas costas. Ela deu um leve gole no vinho e ficou quieta, observando a paisagem noturna da cidade, que não via há algum tempo.Havia mudanças, mas eram sutis.Como também havia bebido um pouco durante o jantar, estava li
O telefone foi desligado, e Davi ficou olhando para a tela do celular com uma expressão de desgosto. Ainda não sabia que havia sido bloqueado. Não teve coragem de ligar do seu número original, sentia medo. Medo de que ela não atendesse. No caminho de volta para o Esplendor do Sol, depois da festa, ele pensava no tom que deveria usar para falar com ela. Na mansão da família Rocha, ele não se comportou bem. Estava muito nervoso e não deveria tê-la beijado à força logo no início. Queria mudar isso. Senão, ela iria odiá-lo. Seu coração batia forte. Era por ela, ela ainda estava viva. Sentiu de forma muito real que ela ainda estava viva. Davi, empolgado, esqueceu completamente das palavras que Laura lhe dissera mais cedo. Não se intrometa mais. ... Letícia voltou para a cama com uma expressão preocupada, puxando os pelos do boneco do Ultraman. Estava pensando: "Será que minha irmã encontrou o Davi na festa?" Pela expressão dela, parecia bem calma, então provave
"Alzira se desculpando? O sol saiu no oeste hoje? Ontem ela não queria nem admitir, não é?" Laura abaixou os olhos e desceu novamente para a sala de estar. Com um tom tranquilo, disse: — Deixe elas entrarem. Na sala de estar, Laura se sentou no lugar principal, enquanto Elzira e Alzira se acomodaram no assento inferior. Somente depois que os empregados serviram o café é que começaram a falar. — Ai, a casa da Srta. Laura está realmente aconchegante e repleta de um charme artístico. Parece até que estamos dentro do palácio imperial de País Y! — Elzira olhava ao redor, buscando motivos para elogiar e, assim, se aproximar mais. Em seguida, perguntou: — E o Sr. Walter? Ele não está em casa?Laura a olhou com frieza, sem responder à pergunta. Em vez disso, disse: — Sra. Elzira, se tem algo a dizer, fale diretamente. Elzira abaixou a cabeça e forçou uma risada. — É o seguinte, depois que a festa terminou ontem, investigamos a situação. De fato, foi minha filha quem fez a bes
Não disse se perdoaria ou não.O pedido de desculpas delas, fosse sincero ou não, não afetaria a sua vida.Ela também não tinha obrigação nem sentimento para ensinar os filhos rebeldes dos outros.Ela tinha muitas coisas importantes e significativas para fazer todos os dias.Não iria desperdiçar tempo com essas pequenas coisas.Mas pedir para ela interceder na frente de Walter pelos negócios da família Rocha era simplesmente impossível.— Já que é assim, este presente de desculpas... — Elzira indicou a bolsa com o vestido de alta-costura.— Deixe as coisas aí. Hoje não fizemos comida em casa, então não vou convidá-los para jantar. — Laura estava dando a ordem para que se retirassem.O vestido seria aceito, pois naquele lugar, no País H, fora do território da sua casa, ela ainda precisava manter as aparências.Mas isso não significava que ela usaria aquele vestido.— Está bem, já que a Srta. Laura tem algo a fazer, não vamos atrapalhar mais. Vamos embora. — Elzira saiu, levando consigo
Letícia decidiu voltar para o quarto e dormir um pouco. Quando se deitou na cama e fechou os olhos, de repente se lembrou do comportamento inquieto de Sérgio. Se levantou silenciosamente e empurrou a porta, espiando pela fresta para ver se ele realmente estava estudando.Viu que ele estava sentado de maneira concentrada, lendo o livro. Letícia então relaxou e foi dormir tranquila.Sérgio leu por cerca de três horas, memorizou algumas coisas e fechou o livro.Não conseguia mais ficar parado; estava com dor nas nádegas.Desceu da cadeira e começou a se alongar um pouco. Seus grandes olhos giravam nas órbitas enquanto ele pensava em alguma coisa.Ele abriu a porta do quarto e foi até o corredor, onde viu que não havia ninguém na sala. Os empregados e o mordomo estavam ocupados, cada um com seu trabalho, seja preparando o almoço ou limpando a casa.Sérgio correu de volta, colocou o presente que preparara para o tio Davi na mochila. O relógio de telefone estava totalmente carregado. Com a e
Hospital Luz do Atlântico. Samuel acabara de sair de uma reunião com os médicos chefes e estava sendo cercado por eles ao sair. — Você implementa o plano de tratamento, os novos equipamentos médicos e medicamentos já chegaram, devem estar na sua unidade à tarde. — Sim, diretor. — Respondeu o médico-chefe. O celular no bolso do jaleco de Samuel vibrou; ele o havia colocado em modo silencioso durante a reunião. Ao olhar, era uma chamada de Letícia. Ele levantou as sobrancelhas, um sorriso prestes a surgir em seu rosto. Letícia ligou para ele. — Podem continuar, eu já me viro. — Disse Samuel aos médicos, se virando rapidamente em direção ao seu escritório. Ao virar as costas, não conseguiu conter o sorriso de excitação que já se formava em seu rosto. Ele ficou sorrindo bobamente por um momento e só atendeu o telefone depois de dois toques. — Alô. — Sua voz estava tranquila, como se estivesse atendendo uma chamada qualquer. — Samuel, o Sérgio fugiu novamente. Foi proc
O número de seguranças não era grande; cada um guardava um ponto específico, e, além disso, se tratava de uma mansão na rua, não como a de País M, a Quinta dos Cristais, onde a segurança era rigorosa. Sérgio conseguiu sair discretamente, sem dificuldades.Chegando à calçada, Sérgio ligou para Davi.Na sala de reuniões no andar superior do Grupo Vitalidade, Davi estava sentado à frente, conduzindo uma reunião com o grupo de projetos multinacionais. O celular, que estava virado de cabeça para baixo ao lado dos documentos, vibrou. Davi olhou rapidamente para a tela. Em seguida, levantou a mão, interrompendo o relatório de um dos seus subordinados.— Continue depois. — Davi não se levantou e atendeu à ligação ali mesmo, na sala de reuniões. — O que foi, Sérgio?Sérgio, sem saber que Davi estava em uma reunião, respondeu com uma voz alegre e animada: — Tio Davi, onde você trabalha?— Grupo Vitalidade, por quê? — Ao ouvir a voz infantil e reconfortante de Sérgio, Davi não pensou muito e r
Ao olhar para o relógio na mesa de trabalho, Bryan percebeu que a reunião já durava quase duas horas e estava prestes a terminar. Bryan se levantou e foi para o lado de fora da sala de reuniões esperar. Nos últimos cinco anos, o cargo de Bryan não havia mudado; ele ainda era o assistente especial ao lado do presidente. No entanto, seu salário e as responsabilidades que assumira haviam aumentado consideravelmente. Sua posição na empresa estava logo abaixo do vice-presidente e dos acionistas, e muitas de suas decisões e ações representavam Davi. Após ler a última página do documento, Bryan assinou e empurrou a porta de seu escritório. Caminhou até a sala do presidente e deixou o arquivo na mesa de uma secretária. — Esse arquivo deve ser entregue ao diretor de marketing mais tarde. — Claro, assistente Bryan. Logo depois de Bryan sair, Davi terminou a reunião e acompanhou os outros para fora. O assistente Bryan seguiu atrás dele. — Presidente Davi, recebi uma ligação da r