Letícia decidiu voltar para o quarto e dormir um pouco. Quando se deitou na cama e fechou os olhos, de repente se lembrou do comportamento inquieto de Sérgio. Se levantou silenciosamente e empurrou a porta, espiando pela fresta para ver se ele realmente estava estudando.Viu que ele estava sentado de maneira concentrada, lendo o livro. Letícia então relaxou e foi dormir tranquila.Sérgio leu por cerca de três horas, memorizou algumas coisas e fechou o livro.Não conseguia mais ficar parado; estava com dor nas nádegas.Desceu da cadeira e começou a se alongar um pouco. Seus grandes olhos giravam nas órbitas enquanto ele pensava em alguma coisa.Ele abriu a porta do quarto e foi até o corredor, onde viu que não havia ninguém na sala. Os empregados e o mordomo estavam ocupados, cada um com seu trabalho, seja preparando o almoço ou limpando a casa.Sérgio correu de volta, colocou o presente que preparara para o tio Davi na mochila. O relógio de telefone estava totalmente carregado. Com a e
Hospital Luz do Atlântico. Samuel acabara de sair de uma reunião com os médicos chefes e estava sendo cercado por eles ao sair. — Você implementa o plano de tratamento, os novos equipamentos médicos e medicamentos já chegaram, devem estar na sua unidade à tarde. — Sim, diretor. — Respondeu o médico-chefe. O celular no bolso do jaleco de Samuel vibrou; ele o havia colocado em modo silencioso durante a reunião. Ao olhar, era uma chamada de Letícia. Ele levantou as sobrancelhas, um sorriso prestes a surgir em seu rosto. Letícia ligou para ele. — Podem continuar, eu já me viro. — Disse Samuel aos médicos, se virando rapidamente em direção ao seu escritório. Ao virar as costas, não conseguiu conter o sorriso de excitação que já se formava em seu rosto. Ele ficou sorrindo bobamente por um momento e só atendeu o telefone depois de dois toques. — Alô. — Sua voz estava tranquila, como se estivesse atendendo uma chamada qualquer. — Samuel, o Sérgio fugiu novamente. Foi proc
O número de seguranças não era grande; cada um guardava um ponto específico, e, além disso, se tratava de uma mansão na rua, não como a de País M, a Quinta dos Cristais, onde a segurança era rigorosa. Sérgio conseguiu sair discretamente, sem dificuldades.Chegando à calçada, Sérgio ligou para Davi.Na sala de reuniões no andar superior do Grupo Vitalidade, Davi estava sentado à frente, conduzindo uma reunião com o grupo de projetos multinacionais. O celular, que estava virado de cabeça para baixo ao lado dos documentos, vibrou. Davi olhou rapidamente para a tela. Em seguida, levantou a mão, interrompendo o relatório de um dos seus subordinados.— Continue depois. — Davi não se levantou e atendeu à ligação ali mesmo, na sala de reuniões. — O que foi, Sérgio?Sérgio, sem saber que Davi estava em uma reunião, respondeu com uma voz alegre e animada: — Tio Davi, onde você trabalha?— Grupo Vitalidade, por quê? — Ao ouvir a voz infantil e reconfortante de Sérgio, Davi não pensou muito e r
Ao olhar para o relógio na mesa de trabalho, Bryan percebeu que a reunião já durava quase duas horas e estava prestes a terminar. Bryan se levantou e foi para o lado de fora da sala de reuniões esperar. Nos últimos cinco anos, o cargo de Bryan não havia mudado; ele ainda era o assistente especial ao lado do presidente. No entanto, seu salário e as responsabilidades que assumira haviam aumentado consideravelmente. Sua posição na empresa estava logo abaixo do vice-presidente e dos acionistas, e muitas de suas decisões e ações representavam Davi. Após ler a última página do documento, Bryan assinou e empurrou a porta de seu escritório. Caminhou até a sala do presidente e deixou o arquivo na mesa de uma secretária. — Esse arquivo deve ser entregue ao diretor de marketing mais tarde. — Claro, assistente Bryan. Logo depois de Bryan sair, Davi terminou a reunião e acompanhou os outros para fora. O assistente Bryan seguiu atrás dele. — Presidente Davi, recebi uma ligação da r
País M. Na cama de hotel. Dois corpos juntos. No calor do momento, a voz sensual de Davi estava levemente rouca, carregada de sedução. — Sophia, me dá um filho, que tal? Sophia, tomada pela paixão, respondeu sem pensar. Depois, enquanto os dois se abraçavam, ela começou a refletir sobre o que ele acabara de dizer. — Um filho? O brilho de emoção em seus olhos ainda não havia se dissipado. O olhar de Davi voltou a se acender; de alguma forma, o corpo dela sempre exalava uma atração irresistível para ele. Reprimindo os pensamentos que surgiam, ele tirou do nada um anel de diamante e o colocou no dedo anelar da mão esquerda de Sophia. — Você está me pedindo em casamento? — Sim. — Agora você pode me dar um filho? — Davi perguntou com um sorriso, seus olhos cheios de ternura, mas sem amor. Seu olhar parecia atravessá-la, como se esperasse a resposta de outra pessoa que habitava seu coração. — Vou te dar vários filhos. Sophia ficou surpresa e encantada, mas pen
Sem perceber, lágrimas começaram a rolar, borrando a maquiagem recém-feita.Sophia olhou para o anel de diamante em seu dedo anelar esquerdo.Um mau pressentimento se espalhou por seu coração: a mulher que surgiu de repente iria destruir a felicidade pela qual ela esperava há tanto tempo.Ela não podia ficar ali esperando; precisava saber quem era aquela mulher.Depois de respirar fundo por um momento, deu um passo em direção ao hotel.O avião veio do País M de volta ao País H.Hospital Luz do Atlântico.Sophia estava na porta do quarto do hospital, os braços cruzados, tentando olhar para dentro através da janela.Davi, junto de seu amigo Samuel Borges, diretor do Hospital Luz do Atlântico, observava enquanto os médicos examinavam a mulher inquieta na cama.A mulher era segurada por duas enfermeiras.No avião, o rosto da mulher já havia sido limpo e ela vestia roupas limpas.— Valentina? Ela não estava... — Desaparecida há quatro anos, sem deixar rastros?Samuel estava surpreso. Como e
Canteiro de flores no jardim dos fundos do hospital. A noite de primavera ainda estava ligeiramente fria, e o vento gelado fazia as pessoas sentirem o desconforto do clima. O som de um isqueiro acendendo ecoou, dois pontos de luz surgiram, e a fumaça do cigarro se espalhou com o vento, confundindo a visão de quem observava. — Valentina voltou. O que você pretende fazer? — A pergunta veio de Samuel. Ele não mencionou Sophia, mas ambos sabiam exatamente sobre que estavam falando. Uma era a deusa dos tempos da faculdade, a deusa que havia salvado a vida de Davi, uma lembrança juvenil que sempre aquecia seu coração. A outra era a namorada que estivera ao seu lado por três anos, com quem ele compartilhara os momentos mais íntimos e a quem já havia pedido em casamento: sua noiva. Após um longo silêncio, Davi respondeu. — Ela é apenas uma substituta. A presença dela é para ocupar o lugar de Valentina, mas compará-la com Valentina? Impossível. — A voz de Davi era fria e impiedo
Procurou o controle remoto para acender as luzes, Sophia ligou a iluminação e, em seguida, buscou algo à mão para apagar, uma a uma, as velas.Achou o pijama no guarda-roupa e foi tomar banho.Ao entrar no banheiro, notou, sem querer, que ainda usava o anel na mão esquerda. O tirou e o jogou em um canto do armário de acessórios.Quando saiu do banheiro, sacudiu todas as pétalas que estavam na cama para o chão, se cobriu com o edredom e dormiu.Como de costume, se deitou no lado esquerdo da cama, onde Davi sempre a abraçava de perto. Aos poucos, ele se movia para o lado esquerdo com ela, deixando um grande espaço vazio na cama. Olhando para o lado direito, viu aquele espaço vazio que a incomodava; então, moveu seu corpo para o meio da cama e jogou o travesseiro extra no chão. Assim, se sentiu mais confortável.Apagou a luz e foi dormir.Por dois dias seguidos, não recebeu nenhuma mensagem de Davi. Ele provavelmente estava no hospital com Valentina, ou talvez estivesse trabalhando.Sophi