Depois da Ruptura: O Bilionário em Desespero
Depois da Ruptura: O Bilionário em Desespero
Por: Ivo Nascimento
Capítulo 1
País M.

Na cama de hotel.

Dois corpos juntos.

No calor do momento, a voz sensual de Davi estava levemente rouca, carregada de sedução.

— Sophia, me dá um filho, que tal?

Sophia, tomada pela paixão, respondeu sem pensar.

Depois, enquanto os dois se abraçavam, ela começou a refletir sobre o que ele acabara de dizer.

— Um filho?

O brilho de emoção em seus olhos ainda não havia se dissipado.

O olhar de Davi voltou a se acender; de alguma forma, o corpo dela sempre exalava uma atração irresistível para ele.

Reprimindo os pensamentos que surgiam, ele tirou do nada um anel de diamante e o colocou no dedo anelar da mão esquerda de Sophia.

— Você está me pedindo em casamento?

— Sim.

— Agora você pode me dar um filho? — Davi perguntou com um sorriso, seus olhos cheios de ternura, mas sem amor.

Seu olhar parecia atravessá-la, como se esperasse a resposta de outra pessoa que habitava seu coração.

— Vou te dar vários filhos.

Sophia ficou surpresa e encantada, mas pensou que um pedido de casamento na cama não era exatamente romântico ou formal.

Mas tudo bem, aquele era um momento que ela esperava havia três anos e, no final, valia a pena.

Três anos antes, ela havia se ferido de maneira inexplicável na praia, batido a cabeça nas pedras e, ao acordar, perdido a memória.

Foi Davi quem a salvou.

Quando abriu os olhos pela primeira vez, viu o rosto dele e ficou encantada pela sua beleza.

Ao se recuperar, descobriu que fora Davi quem pagou suas despesas hospitalares.

Também descobriu quem ele era: o presidente do Grupo Vitalidade.

Davi propôs que ela fosse sua amante contratual, e ela aceitou sem hesitar.

Eles assinaram o contrato, formalizando o relacionamento.

Ele deu a ela um nome, "Sophia".

Sim, ela estava lá por causa do rosto dele.

Embora fossem apenas amantes contratuais, o relacionamento dos dois ao longo desses três anos não era diferente do de um casal de namorados.

No primeiro ano, ela foi amante secreta; no segundo, ele a apresentou a seus amigos do círculo social, dizendo que ela era sua namorada.

Agora, prestes a completar três anos, ele a pedia em casamento.

Depois de se integrar ao círculo social dele, ela ouviu dizer que, na época da faculdade, Davi tinha uma musa que nunca saiu de seus pensamentos, mas que havia desaparecido sem deixar rastros. Ele passou anos procurando por ela, sem nenhuma notícia.

Com o tempo, Davi já havia perdido a esperança de que ela estivesse viva.

E foi por isso que ele decidiu se casar agora.

Sophia não se importava; afinal, quem não tem um passado?

Olhando para o anel de diamante em seu dedo anelar, tudo parecia ter valido a pena.

O som da água ecoava no banheiro, era Davi tomando banho.

Depois de se acalmar, Sophia pegou uma toalha e a enrolou de maneira simples ao redor do corpo.

Ela desceu da cama e começou a juntar as roupas dos dois espalhadas pelo chão.

Um barulho; algo caiu no chão.

Era a carteira de Davi. Ela se abaixou para pegar, e uma foto caiu de dentro. Estava um pouco gasta, com as bordas desgastadas, como se o dono a tivesse manuseado inúmeras vezes.

A mulher na foto se parecia um pouco com ela, mas era mais jovem, como era três anos atrás.

Sophia não se lembrava de ter tirado aquela foto três anos antes, mas, como havia perdido a memória, supôs que devia ter esquecido.

Quando estava fechando a carteira para guardá-la, uma mão grande e elegante apareceu atrás dela e pegou a carteira de volta.

Davi tinha acabado de sair do banheiro; seu cabelo recém-lavado ainda não estava seco e caía na testa, cobrindo levemente os olhos, que expressavam desagrado.

— Não mexa nas minhas coisas. — Sua voz era fria e carregada de advertência, completamente diferente da pessoa carinhosa de minutos atrás na cama.

Ele virou as costas para ela e guardou a carteira em sua pasta, seu corpo exalando um ar de distanciamento e reserva.

Sophia ficou perplexa. Ele estava desconfiado dela por causa de uma foto?

Confusa, olhou para ele, pensando: "Essa não era uma foto minha de anos atrás?"

Antes que pudesse perguntar, Davi pareceu perceber que seu comportamento de agora não fora apropriado.

Ele se virou, segurou o queixo dela, seu olhar ambíguo revelando uma expressão zombeteira, enquanto seus dedos acariciavam os lábios dela, ainda inchados, com um toque de provocação.

A voz dele era fria, desprovida de desejo, mas suas palavras eram extremamente provocativas, claramente tentando mudar de assunto:

— O horário da exposição está quase em cima. Se você não quiser ir, podemos fazer isso de novo.

As bochechas de Sophia coraram intensamente, e ela usou um pouco mais de força para empurrá-lo.

Com os pensamentos desordenados, ela deixou de lado o assunto da foto.

Davi estava em uma viagem de trabalho ao País M e havia recebido um convite para a exposição de Laura, uma artista que exibiria suas obras ali. Ele fez questão de levar Sophia, planejando acompanhá-la à exposição assim que terminasse suas obrigações.

Laura era uma pintora que havia se retirado do cenário artístico três anos antes, e exibições de suas obras eram raríssimas. Aquela exposição no País M era uma ocasião especial.

Sophia rapidamente se arrumou, enquanto Davi já havia trocado de roupa, vestindo um novo terno.

A exposição ficava perto do hotel, e bastava uma curta caminhada.

Os dois andavam de braços dados pela rua, a atmosfera era perfeita, e Sophia se sentia imensamente feliz quando, de repente, Davi parou de andar.

— Davi, o que foi? — Sophia seguiu o olhar dele.

Do outro lado da rua, uma mulher com roupas gastas e sujas, de cor indiscernível, atravessava a avenida sem se importar com o tráfego, correndo em direção a eles.

Ela afastou o braço de Sophia, que estava apoiado no dele, e se agarrou firmemente à cintura de Davi.

Chorava desesperadamente, mal conseguindo respirar entre os soluços:

— Davi, finalmente te encontrei! Você veio me buscar, não veio?

Sophia foi empurrada para o lado, seus olhos momentaneamente ofuscados pelo brilho do sol.

Ela achava aquela mulher estranhamente familiar, parecida com a mulher na foto do porta-cartões, e, ao mesmo tempo, parecida com ela própria.

— Valentina? É você? — A voz de Davi tremia, incrédula, seus olhos fixos na mulher em seus braços, sem ousar piscar, com medo de que ela desaparecesse novamente.

O homem que, há pouco, havia pedido Sophia em casamento agora estava, no meio da rua, diante dela, segurando outra mulher.

E ele secava as lágrimas da mulher com um cuidado extremo, como se ela fosse o tesouro mais precioso do mundo.

— Sim, sou eu. — A mulher soluçava, assentindo com a cabeça.

Ela era magra e frágil, mas segurava Davi com toda a força que possuía.

Um homem que sempre fora obcecado por limpeza, naquele momento, a segurava contra si, tentando acalmá-la com palavras gentis, como se ela fosse um bem precioso que ele acabara de recuperar, com medo de machucá-la com qualquer movimento brusco.

Os dois pareciam estar em um mundo só deles, alheios a tudo ao redor.

E alheios a Sophia.

Davi parecia ter esquecido que Sophia estava ao seu lado, enquanto tirava seu caro paletó e o colocava sobre os ombros da mulher em seus braços. Em seguida, passou os braços sob os joelhos dela e, com a mulher desacordada, a segurou firmemente e começou a caminhar de volta ao hotel.

Sophia ficou parada, como uma espectadora alheia à cena, com o braço ainda dolorido pela pancada.

Na sua cintura, ainda sentia o calor deixado por Davi.

O homem que, momentos atrás, a havia envolvido nos braços, com quem compartilhara uma noite de paixão e que lhe havia pedido em casamento, agora a deixava sozinha na rua, correndo de volta ao hotel com uma mulher que surgira do nada.

Enquanto Davi, sem qualquer traço de elegância ou compostura, carregava a mulher de roupas esfarrapadas e aparência de mendiga, as pessoas ao redor pararam para assistir, comentando.

Sophia quis ir atrás deles, mas, ao dar o primeiro passo, quase tropeçou.

Ela se apoiou em um prédio próximo para recuperar o equilíbrio.

Quando ergueu o rosto, viu seu reflexo na janela, e a maquiagem impecável não disfarçava o desespero estampado em seu rosto.
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