Capítulo 5
Dizem que os magnatas são frios e indiferentes nos relacionamentos, trocando de mulher como trocam de roupa. Mas, nos últimos três anos, o presidente teve apenas a Srta. Sophia ao seu lado. Todos pensavam que ele fosse fiel, mas bastou ele decidir mudar para que isso acontecesse. Ninguém sabe quanto tempo a Srta. Valentina vai durar ao lado do presidente.

Bryan entrou na empresa três anos atrás, quando Davi assumiu o Grupo Vitalidade, então ele não conhece o histórico amoroso de Valentina e Davi.

Dentro do Portal da Moda.

Sophia estava escolhendo roupas, e nenhuma delas era do estilo fofo e inocente.

— Sophia, você mudou de estilo? — Letícia perguntou ao vê-la segurando um longo vestido preto sensual, com uma fenda na saia, que certamente ficaria provocante no corpo curvilíneo de Sophia.

Sophia se olhou no espelho, testando o vestido contra o próprio corpo, e respondeu calmamente:

— Sim, mudei de estilo. O que você acha, ficaria melhor com um xale ou uma jaqueta por cima?

Ela se virou para Letícia, que deu uma olhada e respondeu:

— Com certeza com o xale, realça ainda mais as suas curvas.

— Também achei.

— Esse vestido é tão sexy. Seu homem vai deixar você sair com ele? — Letícia perguntou, olhando para ela, que estava vestida com roupas esportivas bem simples. — O Davi não prefere você com aquele estilo mais recatado?

Ao pensar nisso, Letícia não conseguiu evitar críticar mentalmente. Que gosto estranho o Davi tem — sendo presidente de um grupo internacional, uma das figuras mais poderosas da economia do País H, mas ainda tem essa preferência por um estilo colegial.

— Agora, o gosto dele já não importa mais, não é algo com que eu me preocupe. — Sophia respondeu com indiferença, sem o menor interesse.

Ela entregou o vestido para uma funcionária de tamanho semelhante ao dela para que o experimentasse em seu lugar.

Em lojas de luxo, há sempre funcionários especializados para experimentar as roupas para os clientes, então Sophia não precisava provar as peças pessoalmente.

Ela pegou mais algumas roupas de estilos diferentes e as entregou para a funcionária experimentar no provador. As peças de que gostasse, ficariam com ela.

Sophia usou seu próprio cartão para pagar e preencheu o endereço completo da Esplendor do Sol, para que as roupas fossem entregues diretamente lá.

As duas só foram almoçar depois de terminarem as compras.

Sem outras pessoas por perto, Sophia finalmente contou a Letícia que era apenas a amante substituta de Davi, e agora que a "deusa" dele tinha voltado, ela pretendia deixá-lo.

— Que cafajeste! — Letícia exclamou, exaltada.

— Fala mais baixo. — Sophia tapou a boca de Letícia com a mão e olhou ao redor para ver se as pessoas nas outras mesas estavam prestando atenção nelas.

Letícia controlou o volume, mas ainda estava indignada:

— O Davi parece todo certinho, mas é um frouxo. A primeira namorada some e ele arranja uma substituta? Por que ele não faz uma cirurgia plástica para ficar igual a essa "deusa" dele? Assim, ele poderia se olhar no espelho todo dia. Você está certíssima em sair fora. Dizer "terminar" é elogio, você deveria era dar um pé na bunda desse cafajeste.

Cafajeste, não dá para entender onde Letícia tinha aprendido esse termo.

Nesse momento, o garçom trouxe os ingredientes crus e os temperos para a mesa.

Sophia dispensou a ajuda do garçom, preferindo grelhar a carne ela mesma, fazia parte da diversão.

— Ainda faltam quatro meses para o contrato acabar. Eu estou pensando em comprar uma casa.

— Pra quê comprar? Fica lá na minha casa, sempre cabe mais uma pessoa.

— Meus dados cadastrais estão todos com o Davi. Já que decidi sair, quero cortar completamente os laços. Preciso de uma casa para transferir os registros para lá. — Sophia explicou seu plano, com o coração já anestesiado, sem a dor que sentira naquela noite no canteiro do hospital ao descobrir a verdade. — Depois a gente mora juntas.

Letícia pensou consigo mesma: "Ela poderia muito bem colocar os registros lá em casa, não faz diferença. Mas, como Sophia está sem memória, talvez isso a assuste."

Ela concordou com um aceno:

— Claro, eu me mudo para lá com você. Vou ajudar você a procurar uma casa por agora. O lugar que estou alugando é ótimo, tem uma localização e ambiente bons. Vou perguntar ao proprietário se ele vende. Pena que é um imóvel de segunda mão.

— Não importa se é um imóvel de segunda mão. Contanto que seja limpo e prático, basta arrumar e já dá pra morar. — Ela não exigia muito; agora que havia deixado o ambiente protegido, precisava contar consigo mesma para tudo, e estava gostando dessa sensação.

Depois do almoço, Sophia e Letícia compraram alguns acessórios para combinar com as roupas, itens mais leves, que decidiram levar elas mesmas.

Se despedindo de Letícia, Sophia dirigiu de volta para o Esplendor do Sol.

As roupas que comprara pela manhã já haviam sido entregues. As empregadas tinham passado tudo e pendurado no closet.

Sophia não comprou muita coisa, apenas o suficiente para esses dias, para evitar acumular e ter problemas na mudança, já que teria que cuidar de tudo sozinha.

O closet feminino, espaçoso e vazio, agora tinha algumas poucas peças, mas todas do gosto de Sophia.

Ela pegou um conjunto de roupas confortáveis novas para usar em casa, planejando tomar um banho. Ao se mover, seu olhar passou rapidamente pelo closet masculino ao lado, que estava repleto.

Sem parar, ela seguiu em frente.

No sofá, o celular começou a tocar. Sophia largou as roupas e atendeu.

— Alô, é a Srta. Sophia? Sou uma enfermeira do Hospital Luz do Atlântico. Seu relatório de exames está pronto. Quando tiver um tempo, poderia vir buscá-lo?

Sophia se lembrou que, pouco antes de viajar para o País M, Davi a levara para fazer um check-up. Se não fosse essa ligação, ela já teria esquecido do exame.

— Amanhã de manhã eu passo aí.

— Certo, desejo a ela um ótimo dia.

No dia seguinte, no Hospital Luz do Atlântico.

— Preparação para a gravidez?

— Sim. O Sr. Davi deixou instruções específicas no check-up. A saúde da Srta. Sophia está excelente, e seu período de ovulação é bem regular. Recomendo suplementar com ácido fólico, vitamina B1, e ingerir alimentos ricos em proteínas. Mantendo a frequência e qualidade das relações, logo teremos boas notícias.

O médico ajustou os óculos sobre o nariz e sorriu de forma amigável.

Os dedos finos e pálidos de Sophia apertaram o relatório de exames com força, sentindo um peso doloroso no peito.

Ela vinha se esforçando para não pensar em Davi, mas não esperava levar esse golpe bem ao buscar o exame.

— Srta. Sophia, vou receitar duas caixas de ácido fólico e vitamina B1. Se lembre de tomar.

Sophia interrompeu o médico, dando uma desculpa para recusar:

— Obrigada, doutor, mas não precisa. Eu mesma compro lá fora.

O médico não se surpreendeu; afinal, mulheres ricas como ela têm acesso a medicamentos de marcas de renome mundial, então não é incomum rejeitarem os suplementos comuns do hospital.

Perdida em seus pensamentos, Sophia deixou o prédio do hospital e só parou ao alcançar um lugar ensolarado, onde pareceu voltar a si.

Ela jogou o relatório de exames na lixeira.

Com Valentina de volta, Davi não a usaria para ter um filho e, de qualquer forma, ela também não queria ter um filho dele.

Era melhor fingir que não sabia o verdadeiro propósito daquele exame.

No jardim do hospital, o sol da primavera estava agradável, não forte demais. Davi empurrava a cadeira de rodas de Valentina para que ela tomasse sol.

— Davi, você trabalha tanto, não precisa vir ao hospital sempre para me acompanhar. Eu consigo ficar sozinha. — A voz de Valentina era suave e carinhosa.

— Se concentre em cuidar da sua saúde. Não se preocupe com mais nada.

Davi se sentia profundamente culpado por Valentina, acreditando que sua negligência no passado havia levado ao seu sequestro e desaparecimento.

Nos últimos dias, ele tentou sondá-la para entender melhor como havia ocorrido o desaparecimento, mas Valentina começava a chorar ao falar disso, e ele não conseguia obter nenhuma pista.

Sophia jamais imaginou que veria Davi no hospital. Não tinha sido o assistente Bryan quem dissera que ele estava viajando a negócios?

Já estavam nesse ponto, e ainda assim ele inventava desculpas para enganá-la. Sua atitude era realmente infantil.
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