Sophia segurava o documento com força, a raiva fervendo em seu coração.Davi se reclinava na cadeira, os lábios finos ligeiramente entreabertos, a voz fria e arrogante, como se estivesse oferecendo uma recompensa:— Esses três anos foram difíceis para você. Você é órfã, sem família ou um lugar para onde ir. Estou disposto a gastar dinheiro para sustentá-la, aumentando o valor para trezentos milhões por ano. O contrato será renovado a cada três anos. Se você se comportar e não atrapalhar a mim e a Valentina, vou sustentá-la até o fim da sua vida. Esta mansão é para você morar, mas você não pode aparecer na frente de Valentina. Eu não voltarei a esta mansão e também não tocarei em você. O que aconteceu hoje no hospital, independentemente de certo ou errado, não quero que se repita no futuro.Frio e impiedoso, ele não considerava os sentimentos e a dignidade de Sophia.Ao ouvi-lo, Sophia ficou tão furiosa que sentiu o fígado doer. De onde vinha essa confiança de que ela escolheria viver
Ao mesmo tempo, havia um lembrete da Viagem à Mansão à Beira-Mar. Se não fosse por essa mensagem, Sophia quase teria esquecido que tinha reservado uma viagem de três dias e duas noites. Naquela época, ela sempre quis ir à praia com Davi, mas ele estava muito ocupado com o trabalho na empresa e nunca tinha tempo. Só depois de muita insistência dela, com charme e manha, e ao escolher um destino turístico na cidade, ele finalmente concordou. Ela havia preparado muitas coisas para essa viagem, mas depois... parecia que tinha jogado tudo fora na última vez que arrumou suas roupas. Sophia saiu de suas lembranças. Sem Davi, ela poderia ir com Letícia. O mundo não parava por causa de ninguém. — Letícia, reservei uma viagem à Mansão à Beira-Mar, três dias e duas noites, aqui na cidade. Quer ir? — Sophia perguntou, vestindo uma camisola e esfregando os olhos sonolentos. — Viajar? Claro, vou já matar aula. — Letícia respondeu animada. — Quer dizer, vou pedir uma licença ao orient
— Esta linda senhorita, será que eu teria a honra de convidá-la para uma dança nesta noite? — O homem estendeu a mão, se inclinando levemente, vestido de terno e gravata, educado e cortês.No andar de baixo, Sophia foi abordada e convidada para dançar.Essa cena foi percebida por algumas pessoas mais atentas, e para elas parecia que Sophia estava flertando com um homem rico.— Não é a Srta. Sophia? O que ela está fazendo aqui...? — Valentina parou de propósito, como se tivesse descoberto um segredo que não poderia ser revelado.A cena não foi vista apenas por Valentina; Davi e Samuel, que estavam perto da varanda, também observaram tudo.Até mesmo trechos das conversas do grupo de mulheres no andar de baixo foram ouvidos.Samuel sorriu com uma sobrancelha levantada enquanto olhava para a cena no andar inferior, como se de repente tivesse se lembrado de algo."Sophia estava insistindo para Davi sair com ela antes. Será que foi para a Mansão Península do Oeste? E depois os dois terminara
— Olá, irmãos. — Joaquim cumprimentou alegremente.— Ah, é o Joaquim. — Respondeu Samuel.Davi assentiu com a cabeça, o cumprimentando de forma discreta.Os olhos de Sophia expressaram surpresa. Ela olhou para o jovem; eles já se conheciam?Samuel resolveu esclarecer:— As famílias Borges, Santos e Moura são antigas em Cidade A e mantêm contato entre si.Sophia entendeu. Claro, jovens ricos... Não era de se admirar que andassem por aí em carros de luxo, causando confusão no estacionamento.Joaquim percebeu a expressão dela e pareceu se lembrar do ocorrido no estacionamento. Rapidamente, ele tentou desfazer qualquer mal-entendido, com um leve tom de súplica na voz.— Irmã.Ao ouvir essa palavra, todos ficaram momentaneamente surpresos.Valentina, que estava à margem da situação como se fosse invisível, não suportou mais ser ignorada.Ela deu um pequeno passo à frente, se aproximando ainda mais de Davi, quase como se estivesse aninhada em seus braços.Com a cabeça levemente inclinada par
Davi, com sua figura alta e descontraída, estava de pé na praia, com uma expressão despreocupada. De um ponto onde o Sr. Murilo não podia vê-lo, ele observava Sophia com um olhar ligeiramente irônico e desconfiado.Ele não fazia questão de exaltar as habilidades de Sophia na pintura, pois em Esplendor do Sol, Davi raramente a via pintar. Ele não queria estragar o entusiasmo do Sr. Murilo.Sophia sabia pintar e estudava na escola de arte mais renomada da Cidade A. No entanto, isso estava longe de significar que ela tivesse talento ou fosse excepcional.Aquela escola era um lugar onde ele havia colocado Sophia, pagando para que ela entrasse, e não onde ela tinha entrado por mérito próprio.Sophia realmente dançava bem, e até o surpreendera um pouco mais cedo."Mas pintar e dançar não são a mesma coisa, e ela... não é uma pintora!" Davi pensou consigo mesmo.Sophia levantou o olhar e encontrou os olhos de Davi.Davi semicerrava os olhos, cheios de um brilho sarcástico, como se estivesse
"Naquela época, ela já estava flertando com outro homem?!"Sophia ouviu as palavras do Sr. Murilo com uma leve desconfiança, sentindo que havia algo estranho.O que o Sr. Murilo estava tentando fazer? Arranjar um encontro entre ela e Davi?Só de pensar nisso, Sophia sentiu um arrepio. Com uma desculpa qualquer, se despediu do Sr. Murilo e foi embora.Ela ainda precisava encontrar Letícia para tirar satisfações!— Sr. Murilo, tenho um compromisso agora, então não quero interromper o seu divertimento. Vou me retirar. — Ao ver Sophia se afastando, Davi também se despediu educadamente.O Sr. Murilo acenou com um sorriso, como se o incentivasse a correr atrás de Sophia.— É bom que vocês jovens se divirtam. Já eu, com esses ossos velhos, nem consigo mais aproveitar as festas.Davi assentiu educadamente, se despediu do Sr. Murilo e saiu da praia.No corredor, virou rápido a esquina e alcançou Sophia. Estendendo a mão, segurou ela pelo braço, girando ela com firmeza, bloqueando ela em um cant
Segurando firmemente o braço de Davi, Joaquim puxou o pulso de Sophia para fora das mãos dele. Davi parecia paralisado, sem reagir ao puxão de Joaquim, apenas relaxou a força em seu próprio pulso. Aproveitando o momento, Joaquim puxou Sophia para trás de si, se posicionando entre os dois e protegendo a. Intimidação? Claramente, foi Sophia quem deu o primeiro tapa nele, então quem estava intimidando quem? Além disso, isso realmente poderia ser considerado intimidação? E as vezes em que Sophia estava deitada sob ele, sendo amada com intensidade, muito mais vigor do que agora, será que aquilo era uma forma de intimidá-lo? E quando ela deixava marcas de arranhões em suas costas, isso não contava como uma "intimidação" a ele também? Agora, vendo Sophia calada, com uma expressão de quem sofreu uma grande injustiça, se escondendo atrás de Joaquim, que cena era aquela? Será que eles também tinham algum envolvimento? Davi descobriu, pela primeira vez, que Sophia era bastante
Embora o terno estivesse completamente encharcado, a cor escura ajudava a disfarçar um pouco.Sophia engasgou com a água da piscina e ficou com o rosto avermelhado, tossindo sem parar.Joaquim continuava a dar leves tapas nas costas de Sophia, ajudando ela a expulsar a água que havia entrado no nariz.— Vou ajudar você a voltar para o quarto, irmã. Tome um banho quente e troque de roupa. — Sugeriu Joaquim, vendo que Sophia começava a se recuperar.— Certo... — Sophia tossiu mais uma vez após engasgar com a água; sua voz estava um pouco rouca.O garçom que a havia puxado para dentro da piscina também saiu nadando para a borda, se curvando repetidamente em desculpas.— Desculpe, desculpe, foi um erro meu. Eu... eu pago pelo seu vestido. O garçom não percebeu que o pulso de Sophia estava machucado. Ele continuou se desculpando:— Só peço que não me denuncie, senão meu chefe vai me dar uma bronca... — Com uma expressão de culpa e o rosto preocupado, ele se curvava sem parar, implorando p