Sexta-feira / Início da manhã — Apartamento de Sophia O sol filtrava-se pelas cortinas com delicadeza. Era uma luz tímida, dourada e serena, como se soubesse que ali dentro repousavam duas mulheres que, pela primeira vez em semanas, dormiam em paz. Luna despertou antes. Estava deitada de lado, os olhos presos no contorno do rosto de Sophia. Os cabelos desalinhados, a boca entreaberta, uma expressão de abandono completo. Vulnerável e, ainda assim, inacreditavelmente poderosa. Ela sorriu sozinha, puxando o lençol até os ombros, como se o gesto pudesse preservar o calor daquela noite. Seu corpo ainda doía de leve — não de desconforto, mas de presença. Como se tivesse sido tocada de dentro pra fora. Desviou os olhos para o teto, o coração calmo, e pela primeira vez em muito tempo, sem medo. Sophia se mexeu, devagar, como quem tenta acordar sem perder o sonho. — Já acordada? — murmurou, rouca de sono. — Não sei se dormi de verdade. — Luna riu baixo. — Acho que passei a noite tentan
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