E foi nesse momento que algo dentro de mim se rompeu. Me lembrei de Tristan ainda adolescente, tão jovem, ferido, assustado, sonhando em um dia ir embora daquele ferro-velho. Lembrei de como ele tremia internamente quando ouvia os passos do pai, de como ficava horas olhando para o céu como se esperasse uma resposta. Aquele garoto sem perspectiva, que cheirava a graxa e poeira, agora vivia ali. Em meio ao luxo, à arte, à paz. Eu engoli em seco, engolindo também as lágrimas que ameaçavam cair.— Você está bem? — Ivana perguntou, se sentando ao meu lado.Assenti rapidamente, disfarçando.— Só… só é tudo muito bonito. — sorri, tentando me recompor.Ela assentiu em silêncio, como se entendesse muito mais do que eu dizia.De volta à casa, passamos por outro corredor — e meu coração apertou. Era o mesmo por onde entrei na primeira vez, quando Tristan me confrontou, furioso. A memória voltou como um golpe: os olhos dele, as palavras duras, o cheiro dele… o medo e o desejo misturados n
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