A maçaneta girou devagar, rompendo o silêncio espesso do quarto. Me encolhi no canto da cama, mas logo vi que era apenas Damon — outra vez. Sem anunciar-se, entrou com a mesma segurança de sempre, como se aquele lugar fosse todo seu. E talvez fosse mesmo. Com passos firmes, caminhou até uma mesa ao lado da janela e colocou uma bandeja prateada sobre ela.— Achei que poderia estar com fome. — disse ele, como se me conhecesse.Não respondi. Meus olhos correram por sua silhueta alta, pela camisa negra justa que moldava seus ombros largos, pelo cabelo escuro preso com descuido na nuca. Não que eu estivesse admirando, claro. Era só... observação.Ele se virou em minha direção com um pequeno sorriso, como se soubesse exatamente o que eu pensava — e odiava que talvez soubesse mesmo.— Estava esperando gritos, tapas ou pelo menos um olhar de ódio. Mas tudo o que recebo é silêncio? Está me decepcionando, Elara.Cruzei os braços, sem me mover.— Não tem nada pra te dizer, Damon. Nem agora, nem
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