120. A REALIDADE DO CORAL
Não há mais palavras. Não há gritos. Lúcia simplesmente se afasta. A casa parece mais fria à medida que sua figura se perde em direção ao quarto de Coral, deixando Carlos sozinho com sua própria arma e o vazio que se remexe em sua mente. Ao chegar, encontra Coral discutindo com Vicêncio. Ele, firme, mas respeitoso, se recusa a deitar na cama dela. —Senhorita, eu posso ficar aqui, na cadeira ao seu lado —insiste Vicêncio, sua voz baixa, mas carregada de teimosia. —Vicêncio, você é como meu segundo pai, sempre cuidou de mim —diz Coral, tentando convencê-lo, seu tom mais caloroso, com até um leve tremor de vulnerabilidade que apenas ele parece notar—. Vou mandar colocar uma cama aqui amanhã, mas, por favor, durma comigo hoje. Eu me sinto muito mal, por favor. Lúcia para no batente da porta.
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