Todos os capítulos do Meus Sentimentos e Suas Crenças: Capítulo 31 - Capítulo 40
46 chapters
Presente de Gratidão
Carly andava de um lado para o outro na cozinha, tentando encontrar palavras para explicar a Pedro o que realmente aconteceu no almoço. Ele chegaria a qualquer momento, e ela sabia que evitar o assunto só pioraria a situação. O som da campainha ecoou pela casa, trazendo consigo um frio na barriga. Ela respirou fundo, ajeitou o cabelo e seguiu até a porta. Pedro estava lá, sério, esperando por ela. — Oi... — ela disse, abrindo espaço para que ele entrasse.Pedro passou por ela sem dizer nada e caminhou até a sala. Carly podia sentir a irritação dele no ar. — Você pode me dizer agora quem é esse velho amigo com quem almoçou? — Ele se sentou à mesa, os braços cruzados, os olhos fixos nela. Carly engoliu em seco. — Pedro, não quero que você pense errado sobre isso. Eu fui atrás do Monteiro porque precisava da ajuda dele. — Monteiro? — Pedro repetiu, tentando buscar o nome na memória. — E quem é ele? Ela hesitou antes de completar: — Isso. Ele é um investigador.Pedro piscou algum
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Flashback - Foi Deus
"Nos dias mais frios e solitários estava comigo e eu nem percebi. No momento que pensei ter chegado ao fim, clamei por Ti."O frio cortante de Montreal parecia penetrar até os ossos. Carly apertava as mãos ao redor do volante, tentando ignorar a névoa que se formava nos vidros do carro. A nevasca tinha piorado. Talvez tenha sido um erro sair da universidade e insistir em voltar para casa naquela noite. Suas amigas tinham dito para ela esperar por lá até o dia seguinte, mas Carly não queria. Algo dentro dela sempre a impulsionava a seguir sozinha, a não depender de ninguém.As luzes dos postes tremiam na estrada coberta de neve. O rádio tocava uma canção suave, mas seu coração disparou, com a adrenalina do momento, em um presságio que ela ignorou. O carro deslizou. De repente, tudo se tornou um borrão. O volante fugiu de suas mãos. As rodas perderam a aderência ao asfalto coberto de gelo, e, antes que pudesse reagir, o veículo saiu da estrada, deslizando como se fosse uma folha ao vent
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Valor da Amizade no Matrimônio
O dia amanhecia devagar. O céu ainda estava tingido de um azul profundo quando Pedro estacionou o carro na garagem, sentindo o peso do plantão exaustivo nas costas. Seus ombros estavam tensos, e sua mente, mergulhada nos pensamentos que o acompanhavam desde a noite anterior. Ele não podia negar que o encontro de Carly com o ex-namorado o incomodava. Ele tentou afastar as preocupações. O cansaço físico que sentia fazia sua mente parecer um emaranhado de fios soltos.Ao entrar em casa, encontrou um cenário familiar: sua mãe concentrada, à mesa de jantar, com a Bíblia aberta e um caderno ao lado, com algumas anotações espalhadas. Ele observou por um momento a maneira como ela estudava, rabiscando palavras, refletindo os textos. Havia algo de reconfortante naquele cenário. Desde pequeno, via sua mãe assim, buscando sabedoria na Palavra, extraindo verdades que guiavam sua vida e as de muitos outros ao seu redor, como a dele.Pedro aproximou e abriu um sorriso cansado, encostando-se à cadei
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A Encharpe Que Você Me Deu
O vento frio cortava o fim da tarde, trazendo consigo um cheiro de terra molhada, misturado com o aroma de folhas caídas que se acumulavam nos cantos da calçada. A chuva que havia caído mais cedo deixara poças espalhadas pela rua, refletindo a luz fraca dos postes que começavam a acender. Carly apertou a jaqueta contra o corpo, sentindo o tecido úmido grudar em sua pele. Ela desceu do táxi em frente à sua casa. Seus passos eram rápidos e decididos, mas seu coração hesitava. Antes mesmo de alcançar o portão, percebeu a silhueta familiar encostada no carro estacionado na rua. Monteiro estava ali, esperando. Ele usava uma jaqueta preta, as mãos enfiadas nos bolsos, e o olhar atento acompanhava cada movimento dela. Ela sentiu um certo desespero, mas não de surpresa. Era como se uma parte dela já soubesse que ele estaria ali, como se ele fizesse parte daquela paisagem que ela tentava, sem sucesso, ignorar. Mas tinha medo do que poderia acontecer. — Está me esperando há muito tempo? — per
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O Medo B**e a Porta
O interfone ainda ecoava enquanto Carly caminhava para ver quem era. Ela levantou-se tão rápido da mesa que a xícara de chá ao seu lado balançou, derramando algumas gotas pela blusa. O peso do momento fazia seu coração pulsar em compassos mais rápidos, e cada passo parecia mais difícil do que o anterior. Pedro havia avisado que passaria lá, mas na agitação, ela acabou esquecendo completamente. Monteiro acompanhou a sua inquietação.— O que foi, Carly? Qual é o Problema? — Ele perguntou, sua postura indicava preocupação, mas no fundo já sabia a resposta.— Pra variar, Pedro! — Ela retrucou, passando a mão na cabeça , tentando organizar os pensamentos. — Você precisa ir, agora!Ele não se apressou. Em vez disso, inclinou-se para trás no sofá, os dedos batendo uma batida
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Tenho um Plano
Pedro entrou pela garagem, observando que já passava da meia noite, ecoando no espaço vazio como um suspiro de cansaço. Seus sapatos pisaram o piso úmido do local, evitando com precisão a terceira lajota quebrada, aquela que sempre estalava sob pressão. A casa respirava o silêncio pesado da ausência: o relógio de pêndulo no corredor marcava o tempo com tiques que pareciam mais lentos à noite, e o cheiro de lasanha requentada ainda pairava na cozinha, embora ninguém tivesse esperado por ele. Ele fechou a porta silenciosamente, certificando-se de não acordar ninguém, e seguiu direto para o quarto.No quarto, o celular iluminou-se sobre a cama arrumada, havia 4 mensagens não lidas (Carly). Seu polegar pairou sobre a notificação, onde uma prévia da mensagem traía a ansiedade dela: "Pedro, por favor, me deixa expli...". Mas, em vez de responder, deslizou a mensagem para o lado com um movimento brusco, como se queimasse. Bloqueou a tela e jogou o celular sobre a mesa de cabeceira. Ele não
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Os Frutos do Jardim
A rua estava tranquila quando Carly desceu do carro, ela se despediu de Serina. E permaneceu na calçada, observando o motor do carro rugir suavemente, enquanto sua irmã fazia a curva na esquina e desaparecer no labirinto de luzes do bairro.Carly parou diante da porta, analisando por um instante a escuridão atrás dos vidros. A chave girou na fechadura com um clique que ecoou pela casa, que a esperava como sempre. Em um silêncio que amplificava cada pequeno som, com aquela atmosfera peculiar de um lar limpo e organizado, mas vazio. Ela deixou as chaves caírem no pires da entrada. Dentro, o ar estava parado, impregnado do aroma morno do dia acumulado. Ela deixou a bolsa deslizar do ombro para o sofá, onde ficou meio perdida entre as almofadas. Seus sapatos foram abandonados no chão. O quintal a chamou, como sempre fazia nos momentos de inquietação. Sem pensar, ela abriu a porta dos fundos. Acionou o interruptor externo, e as luzes baixas do jardim se acenderam, revelando seu pequeno re
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Entre as Ondas da Noite
A noite estava serena, e a brisa do mar trazia uma sensação de frescor. Ela sorriu levemente, antes de pegar o celular e começar a digitar uma poesia própria, em seguida ligou a câmera e bateu uma foto da paisagem que parecia uma pintura noturna. Publicando aquilo em um feed anônimo. Por que não ir até lá? Cada dia é uma fagulha acesa,pronta para ruir.Somos dispersos, incansáveis, esperando o momento de partir. Quem sabe se ainda estarei aqui? O corpo presente, a alma ausente, como um barco à deriva, sem saber onde atracar. Entre altos e baixos,tentando acertar, na incerteza do que posso alcançar. Já desisti de tentar.Mas sigo a perseverar,crendo que Deus irá me ajudar.Entre tantas marés, a água me submergiu. Estou à deriva, sem saber o que esperar. O que importa no final?Se tudo um dia vai passar... Flutuar sobre o mar, sem saber nadar. Flutuar no mar,sem saber remar. Contra a maré, o que será? Há anos tento me encontrar.Serina dirigia sem pressa pela aven
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Folhas ao Vento
A manhã amanheceu fria, e o céu ainda carregava os tons alaranjados do nascer do sol quando Carly se sentou à escrivaninha do seu quarto. Diante dela, dois papéis em branco. Pegou a caneta e, sem hesitar, escreveu no primeiro: "Monteiro." No segundo, "Pedro." Respirou fundo, apoiando as mãos sobre os joelhos. Aquilo era ridículo? Infantil? Talvez. Mas era a única forma que encontrou de lidar com o que sentia.— Que cafona... — murmurou para si mesma, os dedos frios levemente presionando a caneta. — Cartas? Como se fosse uma adolescente.Olhou para os nomes escritos e deixou escapar um suspiro, ela começou a escrever. As palavras estavam todas na sua mente, mas dizê-las em voz alta… não conseguia. Ao finalizar, dobrou as folhas cuidadosamente e guardou na bolsa.Ela
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Uma Conversa Inesperada
O silêncio da casa de Helena era interrompido apenas pelo som distante do relógio de parede. O aroma suave de flores frescas espalhava-se pelo ambiente, misturando-se ao perfume de lavanda do desinfetante que passara ao limpar a casa. Foi então que a campainha tocou.Helena ergueu os olhos do livro que lia e franziu o cenho. Quem poderia ser? Não estava esperando visitas. Ainda era cedo para os meninos chegarem da escola, e, de qualquer forma, eles tinham a própria chave. Pedro só voltaria para casa no dia seguinte, após o plantão. Curiosa, levantou-se do sofá e caminhou até a porta. Ao abri-la, deparou-se com um rosto que não esperava ver ali.— Carly?A jovem estava parada na calçada, parecendo um pouco incerta, como se tivesse hesitando sua entrada, antes de falar qualquer coisa.— Oi, Dona Helena. Eu… será que eu posso entrar?Helena piscou algumas vezes, surpresa. Não tinha muito contato com ela, pelo menos não em um nível tão íntimo
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