Todos os capítulos do Um amor além do preconceito - Ceo: Capítulo 131 - Capítulo 140
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131- Irmãs ?
Camila narrando:Entrei na sala com o coração apertado, a alma carregada de dúvidas, de mágoas que ficaram guardadas por anos. Mas quando vi ele ali, tão frágil, tão diferente daquele homem duro que eu conhecia, meu corpo travou por um instante.Me aproximei devagar, e ele virou o rosto pra mim com esforço.— Camila… — ele murmurou, os olhos marejados. — Eu sabia que ia morrer. Mas eu precisava te ver antes.Fiquei de pé ao lado da cama, tentando manter a compostura. Meus olhos já estavam úmidos, mas eu não queria chorar. Ainda não.— E o que o senhor queria falar comigo? — perguntei, a voz embargada.Ele respirou fundo, com dificuldade, e segurou minha mão com fraqueza.— Preciso… preciso te pedir perdão… por tudo que eu te fiz. Por ter te separado do Guilherme, por ter te expulsado de casa… — ele falava com esforço, a voz falhando a cada palavra. — Eu tava cego de raiva… cego de orgulho.Meu peito se apertou, uma lágrima escorreu sem permissão.— Mas por que…? Por que o senhor sempr
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132- Choro
Camila narrando :Eu me sentei no banco frio do corredor, o corpo ainda trêmulo, o rosto molhado pelas lágrimas que pareciam não ter fim. Guilherme estava ao meu lado, a mão dele segurando a minha como se aquilo pudesse evitar que eu desmoronasse por completo.Meu coração ainda tava tentando aceitar que ele tinha se ido… e minha cabeça girava com a revelação que ele deixou antes de partir.— Camila, olha pra mim, — Guilherme falou baixinho, se agachando na minha frente. — Você precisa respirar, amor. Respira fundo. Eu tô aqui. A gente vai passar por isso juntos. Não tenta carregar tudo sozinha.Balancei a cabeça, chorando mais.— Ele morreu, Guilherme… e ainda deixou um segredo desses. Eu nem sei mais quem eu sou…Antes que ele respondesse, o médico apareceu na porta da emergência, com os ombros pesados e o olhar compreensivo.— Camila Sanches?Assenti com dificuldade, me levantando devagar, com Guilherme ainda ao meu lado.— Sinto muito pela sua perda. Precisamos que a senhora assine
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133- Guilherme
Guilherme narrando :Enquanto eu caminhava pelos corredores do hospital, cada passo parecia mais pesado que o outro. Minha cabeça ainda tava girando com tudo o que tinha acontecido, mas eu não podia parar. Camila tava lá fora, devastada, e era minha responsabilidade proteger ela… fazer o que ela não conseguia agora.Entrei na sala administrativa, assinei papéis, preenchi documentos, dei meus dados pra liberação do corpo e agendei o enterro do jeito que ela pediu, direto, sem velório. Respeitei cada palavra dela, porque eu sabia que por mais que ela estivesse destruída, ela ainda tinha forças pra decidir como queria se despedir.— Tudo resolvido, senhor Guilherme — disse a moça da recepção, me entregando a última folha. — O enterro será amanhã de manhã, conforme solicitado.— Obrigado.Guardei os papéis na pasta e saí da sala. Andei pelo corredor até a recepção e, assim que virei o corredor, vi Camila sentada num canto, falando no telefone. O rosto vermelho, os olhos inchados, a expres
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134- 3 dias depois
Camila narrando :Já fazia três dias desde o enterro. E ainda parecia que tudo tinha acontecido ontem.O enterro foi simples, do jeito que eu pedi. Sem discursos, sem flores caras, sem gente que nunca se importou querendo aparecer. Só o necessário. O silêncio cortava mais do que qualquer palavra. Eu não chorei muito ali. As lágrimas tinham ficado todas na noite anterior, no colo da Dona Maria, no abraço do Guilherme. No cansaço de uma verdade que ainda queimava dentro de mim.Desde então, eu não fui mais trabalhar. Não consegui. Ficar em casa, no silêncio do meu quarto, virou meu refúgio, e ao mesmo tempo, meu castigo. Eu passava horas olhando pro teto, tentando entender como minha vida tinha virado tudo isso. Meu corpo parecia pesado, minha cabeça cansada, e o mundo lá fora simplesmente... não fazia mais sentido.Era hora do almoço, eu sabia, porque Dona Maria já tinha batido na porta duas vezes. Ela sempre dizia com carinho:— Filha, vem comer um pouquinho…Mas eu não tinha fome. Na
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135- Guilherme
Guilherme narrandoEsses últimos dias foram pesados. Ver a Camila daquele jeito… deitada, sem força, sem brilho… foi uma das coisas mais difíceis que já enfrentei. Eu conheço aquela mulher, sei o quanto ela é guerreira, como segura o mundo com um sorriso mesmo quando tudo tá desabando por dentro. Mas ali… ela tinha apagado. E eu jurei pra mim mesmo que não ia deixar ela se perder naquele luto.Ela perdeu o pai. Descobriu uma verdade que destruiu tudo o que ela acreditava sobre a própria história. E ainda teve que lidar com a possibilidade de ser irmã da mulher que mais a odeia. Era dor demais pra uma pessoa só.Eu tentei ser tudo pra ela nesses dias: força, abrigo, silêncio, palavra. O que ela precisasse. Me virei com a Gabi, ajeitei as coisas do curso dela, levei e busquei, almocei com ela todos os dias, fiz o máximo pra ela não perceber que a mãe tava mal. Camila é uma ótima mãe, e eu sabia que ela não ia suportar ver a filha preocupada. Então, protegi as duas do jeito que pude.Don
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136- DNA
Guilherme narrando :Fiquei ali por alguns minutos, encarando a papelada, mas minha mente tava longe. Nada daquilo fazia sentido agora. Nem contratos, nem números, nem metas. Tudo parecia pequeno perto do que tava prestes a acontecer.Olhei o relógio: faltavam poucos minutos pras três. Me levantei, caminhei até o frigobar, peguei um copo d’água e bebi devagar. Era como se eu estivesse me preparando pra uma batalha que eu nem sabia como ia começar.Às três em ponto, ouvi duas batidas secas na porta.— Pode entrar! — falei, com a voz firme, mas por dentro o estômago já tinha virado.A porta se abriu e lá estava ele. Seu Jorge.Mesmo com a idade, ainda mantinha aquela postura arrogante, aquele olhar de quem tá sempre no controle. Mas quando me viu ali, sozinho, sentado à frente da mesa, ele pareceu mais cauteloso. Entrou devagar, sem o tom agressivo de sempre.— Boa tarde — disse.— Boa tarde. Senta aí, por favor. — apontei pra cadeira em frente à minha mesa.Ele se sentou, me encarando
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137- Jamile
Jamile narrandoO que eu tô sentindo? Ódio.Ódio do Guilherme.Ódio daquela Camila.Ódio de todo esse circo que virou minha vida.Passei os últimos dias longe de tudo, num chalé isolado no meio do mato, cercada de silêncio e frio. Precisava respirar, esfriar a cabeça, pensar no próximo passo. Porque não adianta, quando eu quero, eu faço. E agora... eu quero acabar com eles dois.O Eduardo tava comigo. Veio um dia depois que eu vim pra cá, confesso que eu até gosto dele, mas ele não chega aos pés do Guilherme em tudo.— A gente perdeu espaço, Jamile. — ele disse, sentado na varanda do chalé, com uma taça de vinho na mão. — Eles estão até falando em casamento que eu já fiquei sabendo.Eu, deitada na espreguiçadeira, acariciava minha barriga.— Você não entende, Eduardo. O Guilherme era meu. Essa vaca roubou tudo de mim. Ele chamou ela de mulher dele na frente da empresa! Humilhou minha história… e agora quer que eu suma.— E ela também. — ele completou. — Ela me dispensou por causa dele
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138- Grávida
Camila narrando :Eu tava me sentindo um pouco melhor hoje. Nada demais, mas o suficiente pra sair do quarto, tomar um banho decente e até colocar uma roupa mais arrumadinha. Dona Maria tinha feito um almoço leve, e até consegui comer um pouco.Minha sogra tinha ido buscar a Gabi no curso, como sempre, e logo que chegaram, as duas foram direto pra sala. Gabi tava animada, espalhou os lápis de cor no tapete e começou a desenhar uma casa com um jardim enorme, igual à nossa.Eu me sentei no sofá, observando ela com aquele jeitinho concentrado, a língua levemente pra fora enquanto pintava. Ela era meu refúgio, minha força.— Mamãe? — ela perguntou, sem tirar os olhos do papel.— Oi, filha.— Por que você não tá indo trabalhar? Já faz vários dias…Respirei fundo e sorri de leve.— É que a mamãe pegou uma gripe chata, meu amor. Mas já tô melhorando.Ela assentiu, voltando a colorir.Mas antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa… senti aquela sensação estranha subir do estômago de
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139- Jantar
Camila narrando :Dona Maria saiu do quarto e foi esperar um caixinha com sapatinho que eu pedi pela internet. Eu entrei no banheiro ainda com o coração acelerado. A água quente caía nas minhas costas e eu tentava me concentrar, mas os pensamentos não paravam. Era hoje. Eu ia contar pro Guilherme que a nossa família ia crescer. E por mais que eu estivesse nervosa, no fundo… eu sentia uma alegria que há dias não sentia.Fechei os olhos e respirei fundo. A sensação da água lavando meu corpo parecia também levar embora um pouco do medo, da insegurança. No lugar disso tudo, começava a brotar um sentimento bom. Um novo começo.Depois do banho, me enrolei na toalha e fui direto pro quarto. Dona Maria já tinha deixado minha roupa separada, e a carinha já estava ali em cima da cama. Vesti o vestido que ela escolheu que ficou perfeito no meu corpo. Me arrumei com calma, passei um pouco de maquiagem, só pra tirar o ar de cansaço dos últimos dias, e deixei o cabelo solto, com leves ondas. Calcei
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130- Revelação
Guilherme narrando :Desde que Camila entrou no carro, eu já sabia que tinha alguma coisa diferente no ar. Ela tava mais quieta, com aquele brilho no olhar que me deixava curioso, e um sorrisinho no canto da boca que só aparecia quando ela tava escondendo algo.Eu tava dirigindo, mas meu foco tava meio dividido entre a estrada e ela. De vez em quando, eu virava pra olhar e ela disfarçava, como se nada estivesse acontecendo. Mas eu conheço cada detalhe daquela mulher. Cada silêncio. Cada olhar.— Você tá muito misteriosa hoje, — falei, rindo. — Tô começando a ficar nervoso.Ela olhou pela janela, fingindo que não era com ela.— Eu? Tá viajando, Guilherme.— Tô nada. Desde que eu cheguei em casa, você tava diferente. Sorrindo de um jeito que eu não via há dias. Até sua pele parece mais iluminada, sei lá… — falei, olhando de novo pra ela rapidamente.Ela só riu, e aquilo só aumentou meu interesse.A gente seguia pelas ruas da cidade, já chegando perto do restaurante que eu escolhi. Um lu
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