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Todos os capítulos do Nas Sombras do Crepúsculo: Capítulo 31 - Capítulo 37
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Capítulo 29 — O Sombrio Espreitador
O ar ali dentro era quente e gracioso. Não pelo calor da terra ou das tochas fracas presas às paredes rochosas, mas pelo desejo que pairava no espaço estreito entre Hei e Kaena.Lá fora, o inimigo se movia como uma serpente na noite. Mas ali, nas profundezas do refúgio subterrâneo, Hei e Kaena não eram guerreiros, apenas dois corpos que se reconheciam pelo toque, pelo gosto, pela ânsia de se entregarem um ao outro.Kaena deslizou os dedos pelo peito nu de Hei, sentindo a firmeza de seus músculos, cada cicatriz uma história sussurrada no escuro. Seu coração pulsava acelerado, mas não por medo – havia algo em Hei que a fazia querer esquecer o mundo lá fora, nem que fosse por um instante fugaz.Hei segurou o rosto dela entre as mãos, os olhos ardendo como brasas na penumbra.— Você tem certeza? — a voz dele veio rouca, carregada de desejo, mas também de respeito.Kaena não respondeu com palavras. Seus lábios encontraram os dele em um beijo voraz, e foi o bastante.A respiração entrecorta
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Capítulo 30 — Sussurros na Calada da Noite
A tenda de Donaldo era um santuário de excessos. O aroma doce do incenso misturava-se ao cheiro de vinho derramado e suor, formando uma atmosfera sufocante de prazer e embriaguez. Almofadas de veludo estavam espalhadas pelo chão, cortinas pesadas ondulavam sob a brisa noturna e os corpos das concubinas enroscavam-se em volta do explorador como serpentes preguiçosas, satisfeitas após um banquete.Donaldo, largado sobre um leito de peles macias, sorria preguiçosamente conforme deslizava os dedos pela pele morena e sedosa de uma das mulheres, seu corpo ainda vibrando com o frenesi do prazer, sua mente embotada pelo álcool e pela luxúria.— Hmmm… essa foi uma noite digna de um rei. — murmurou, sua voz carregada de satisfação.A concubina de cabelos dourados ao seu lado riu baixinho, brincando com uma mecha de seus próprios cabelos.— E um rei merece ainda mais, senhor. — Ela se inclinou, deslizando os lábios pelo peito dele.Donaldo riu, segurando seu queixo com firmeza.— Ah, minha bela
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Capítulo 31 — O Beijo da Noite Eterna
A escuridão em volta era viva.As sombras sussurravam, deslizando e ondulando pelas paredes como serpentes etéreas. O espaço onde Yara se encontrava não era físico — era algo entre um sonho e um delírio, um cárcere construído com as fibras da noite e o sopro do medo.Ela estava deitada sobre uma superfície que não conseguia ver, mas sentia o peso das trevas sobre seu corpo. Frio. Suave. Quase um amante.Um som longínquo percorreu o ambiente. Passos.Lentos. Contidos. Calculados.A escuridão pareceu encolher em volta de Yara, como se tivesse medo do que se aproximava.Então, ele surgiu.Tupã.Os olhos dela se arregalaram, ao que um soluço escapou de seus lábios secos.— Tupã!Ele estava ali, em pé à sua frente, seu corpo forte e ágil como ela se lembrava. A pele morena reluzia sob a tênue luz azulada que emergia de lugar algum, e seus olhos — oh, seus olhos! — eram profundos como o oceano antes da tempestade.Ela quis se levantar, correr para ele, mas seu corpo não respondeu. O que era
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Capítulo 32 — Presságios na Noite
A floresta tremia com uma presença sutil, mas inegável.Duncan se mantinha afastado da aldeia, seu olhar perdido na escuridão, sentindo um sussurro invisível. Os exorcistas da Irmandade da Aurora eram treinados para perceber distorções no fluxo natural das energias, e algo estava errado.O vento sibilava entre as árvores, assobiando melodias que soavam antigas demais para serem apenas obra do acaso. Pequenas folhas e poeira dançavam em espirais pelo ar. Duncan soube, antes mesmo de ver, que alguém se aproximava.Foi então que o redemoinho tomou forma.Uma risada travessa, um giro ágil no vento, e ali estava ele:Os olhos do garoto brilhavam como um par de estrelas infantis, o sorriso tão travesso quanto sempre fora – mas havia algo diferente nele agora. Ele não era apenas um menino fugindo dos horrores do mundo. Ele era algo além.Duncan estreitou os olhos.— Andou aprendendo novos truques, garoto?Saci Tumbleweed riu, sua voz se misturando ao vento que o trouxera.— Ou talvez sempre
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Capítulo 33 — Presságios na Noite II
Hei esboçou um sorriso surpreso, seus olhos encontrando um pitinho na boca do garoto.— Então… você se tornou um saci!Kaena piscou, o coração aliviando-se por vê-lo de pé e bem. — Mas como? Como...?Tumbleweed deu de ombros, puxando a carapuça sobre a cabeça, seus olhos brilhando travessos.— Digamos que a mata viu potencial em mim.Kaena se aproximou um passo, tocando o ombro do menino como se para se certificar de que era real. Mas algo na postura de Duncan e na espectral presença de Nagato a fez lembrar que aquele momento de surpresa e alívio não duraria muito.— Duncan. Nagato. O que está acontecendo? — a voz dela saiu grave, já preparando-se para o pior.Duncan lançou um olhar para a figura do xamã. Nagato, com seus olhos sempre enigmáticos, respirou fundo antes de falar.— A guerra se aproxima.Hei e Kaena trocaram olhares.Nagato continuou, sua voz ecoando como um trovão distante:— Donaldo... Seu exército marchará contra as tribos ao amanhecer. Uma de nossas agentes consegui
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Capítulo 34 — O Eco de um Nome Esquecido
O vento rugia como um espírito inquieto, chicoteando as folhas das árvores retorcidas que moldavam a trilha estreita. A lua, tímida e semicoberta por nuvens, lançava sua pálida luz sobre a mata cerrada, onde Duncan Callahan avançava com passos calculados, o capuz baixo ocultando o brilho afiado em seu olhar.O batedor sombrio ainda estava lá, deslizando entre as sombras como um predador paciente. Caçando. Espreitando. Assombrando.Mas Duncan não corria apenas para confrontá-lo.Ele corria para confrontar uma dúvida que o assombrava.Nagato sempre lhe dissera que a escuridão não nasce do nada — ela precisa de uma semente. Um coração para enraizar. Uma alma para corromper.E segundo antigos manuscritos que Duncan estudara, Naaldlooyee nem sempre fora um mestre das sombras.Havia um tempo — um tempo perdido entre os véus da história e do mito — em que ele era um guerreiro de honra, um protetor de um reino distante, talvez até de outro plano de existência.E um dia, ele tombou.Ferido. Ce
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Capítulo 35 — O Sombrio Ritual
A escuridão sussurrava.Seu toque frio, sedento, ansioso.A jovem não sabia há quanto tempo caía pelo abismo, nem tinha certeza de quando exatamente se flagrara ali, naquele altar de pedra e sombras.Yara olhou em volta.Ainda estava caindo?Não sabia dizer.Estava deitada sobre a pedra, tomada pela vertigem, seu corpo exposto às sencientes sombras que serpenteavam sobre sua pele como línguas vivas, deixando rastros de gelo e agonia. Seus grilhões, feitos da mais pura escuridão, pareciam mais do que simples prisões — correntes vivas, pulsantes, que sugavam sua força a cada segundo que passava.Ela tentou se mover, mas a dor a puxou de volta.Os símbolos esculpidos em sua carne ardiam, cada traço deixando um caminho de sangue fresco e magia profana.Era um ritual.E ela era... o sacrifício?As sombras a seu redor se contorciam, assumindo formas grotescas, espectros sem rostos que murmuravam em línguas esquecidas, suas vozes se entrelaçando num cântico sufocante.Yara fechou os olhos, t
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