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Chega Murat! Estou resolvida a sair de sua vida. Não há nada que diga que me faça ficar ao seu lado.
—Richard? Desculpe-me por ter faltado e nem ter te avisado. Tive alguns problemas.—Você pode vir aqui? Agora? Depois de amanhã é seu teste, você precisa estar aqui. Você precisa estar concentrada. Você tocará para Paul Guy Cole. Já pensou nisso?Minhas mãos tremem. Mais do que nunca agora preciso passar nesse teste. Ele será realizado no Complexo Cultural de Londres, o Barbican.—Tudo bem. Eu estou saindo agora daqui.—Ótimo! Lembre-se que você tem um dom nato, um talento musical que poucos tem. Só precisa aprimorar mais isso. Tenho certeza que passará e as portas se abrirão para você.Eu dou um sorriso nervoso e digo:—Obrigada! Hoje realmente eu precisava ouvir isso.—Não é um elogio, é uma constatação. A realidade.—Estou saindo daqui! —Digo com firmeza.Volta para casa.Murat—Tudo bem de viagem? —Meu pai me pergunta entrando no meu quarto enquanto me arrumo para sair. —Sim, deu tudo certo. Chegamos em um acordo com relação aos preços. Reprimo um bocejo e passo a mão nos olhos
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Será melhor para ele, mas eu não tenho tanta certeza que será melhor para mim...
Não posso mais ficar mais um minuto aqui! Tenho medo que ele me confunda e não quero pensar em nada nesse momento.Eu me viro e abro o closet onde puxo minha mala e a coloco em cima da cama, puxo o zíper e a abro. Os olhos de Murat estão pousados em mim, observando todo os meus movimentos.—Todo esse tempo juntos e eu me pergunto agora se algum dia me amou?Com o coração apertado no peito não olho para ele, não posso me perder em seus olhos.—Murat! Essa conversa não convém nesse momento. Acho que isso não importa mais—digo entrando no closet onde retiro uma porção de roupas e jogo na mala.Sinto seus dedos se fechando no meu braço e ele me puxa para ele.—Como não importa? Depois de tudo, tenho direito de saber. —Seu hálito no meu rosto é um afrodisíaco, mas o encaro enigmática, como uma boneca de pano, domando meus sentimentos. —Preciso entender a mulher que apostei todas as minhas fichas. A mulher que acolhi.Eu abaixo a cabeça com pensamentos:Apostou todas suas fichas? Adianta a
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Ainda nas lembranças...
—Piano—eu digo animada. —Eu tive aulas de piano quando pequena e isso se estendeu até a minha adolescência e eu me dei muito bem.Mal sabe ele que minha mãe investiu nisso para eu arrumar homem rico.Murat me avalia com os olhos.—Por que não continuou?—Meu pai morreu e as coisas mudaram.Vejo a luta em seus olhos. É como se algo o instigasse a me fazer falar mais de minha vida e, ao mesmo tempo ele tem receio em saber. Esse outro lado sempre ganha e ele não me pergunta nada.—Então será piano.Eu sorrio de leve para ele.—Ótimo! Só de pensar em sair um pouco daqui...—Essa semana mesmo verei isso para você. —Que bom —digo me sentindo menos claustrofóbica.Murat pega meu rosto e me beija e olha para mim.—E mais! Podemos criar ambientes no apartamento, jantar à luz de velas, podemos colocar música...—Dançarmos juntos?Murat sorri. —Exatamente.Eu o abraço apertado. Murat esfrega seu nariz no meu pescoço e o beija, então me olha:—Amanhã mesmo você pode preparar tudo. O jantar e a
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E a vida prossegue....
Arrogantemente ele me encara. Ele quer realmente que eu lide com isso. Com o fato que amanhã ele verá outra mulher. Ele me puxa para os seus braços novamente. Eu não digo nada. Não há nada a dizer.Eu aceitei essa situação.Deito-me quieta ao seu lado. Aquele prazer gostoso se foi e apesar da minha exaustão, não consigo dormir. Sinto um grande pesar no meu coração me fazendo questionar se um dia ele vai enfrentar o pai dele e impor sua vontade. Limpo as lágrimas afastando as lembranças.Deus! Tão ingênua! Ele usou de grande habilidade para me manter cativa usando meus próprios sentimentos enquanto ele me enchia de promessas que resolveria a nossa situação.Bem, agora acabou...Eu tomei uma decisão, eu me escolhi, já que ele não me escolheu.MuratQuem disse que homem não chora? Penso limpando minhas lágrimas quem caem sem que eu consiga contê-las. Meu pai diz que não.Allah! Quando criança engolia meu choro quando ele me repreendia, não chorava na frente dele. Aos poucos fui me to
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Você precisa superar isso. Ou atrapalhará sua interpretação musical.
Não sei se serei feliz, viajando, vivendo em hotéis...Entendo que tocar bem piano não passou de um plano para Murat se orgulhar de mim, eu me sentir útil. Aos poucos resolvi me empenhar como uma forma de ter uma profissão e de pressioná-lo. Sim, muito antes do pai dele falar comigo eu tinha esse objetivo no meu coração. Entrar para a orquestra caso ele não reagisse, não resolvesse nossa situação, mas claro que não era isso que eu queria. Lá no fundo, eu queria que ele optasse por mim...Bem, isso não aconteceu...Ouço então três batidas da batuta e isso me faz afastar meus pensamentos.Concentre-se!Minutos depois me deixo levar pela música, tentando me concentrar ao máximo e demonstro porque entrei na orquestra universitária de Londres, porque sou a nova pupila do maestro Paul Guy Cole. Concentrada nas complicadas notas musicais entrei na linda melodia tentando alcançar a perfeição sonora e acho que consigo, pois ao final o maestro sorri satisfeito para todos.Fomos então obrigado
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Sim, pai. Eu me cerquei de direitos, me apropriei do esforço do meu trabalho.
MuratConsegui!Consegui finalmente agendar com o CEO da grande rede de Hipermercados que vendem os nossos televisores. Mas nem isso consegue alegrar meu dia, ainda exibo uma carranca de amargura em meu rosto.Meu pai anda estranho, parece mais animado, como se minhas frustrações lhe enviassem sinais que andarei nos eixos e entrarei no jogo dele. Mal sabe ele que depois desse cliente ele verá um novo Murat. Um que tomará as rédeas de sua vida.Faz uma semana que Ester saiu da minha vida e ainda sinto como se um elefante estivesse sentado no meu peito. Essa dor, esse aperto de angústia não me deixam. Revivo o tempo todo os momentos que tivemos juntos, cenas no apartamento criados por ela, que eu mesmo incentivei.Lembro do dia que dispensamos Tereza e depois de tomarmos uma taça de vinho em frente a lareira da sala, tiramos nossas roupas, aquela ansiedade de sentir um o corpo do outro. Aquela urgência que nos deixavam O crepitar do fogo, as nossas respirações ofegantes, nossos gemid
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Só falta o velho enfartar agora. Penso ofegante, angustiado, preocupado.
Os olhos de Ahmed correm o contrato e a cor vai fugindo do seu rosto conforme ele vai lendo. Ele se segura no sofá para não cair e eu fico firme para não ir até lá e ajudá-lo a se sentar.Só falta o velho enfartar agora. Penso ofegante, angustiado, preocupado.Meu pai se senta e rasga o contrato. Eu tenho a frieza de rir.—Você não acha que te dei original, acha? Isso é a cópia. E isso é um dos clientes. Eu tenho trinta deles.—Você tramou nas minhas costas e me apunhalou sem dó.—E você? Estava pronto a me puxar o tapete. Eu só me antecipei a situação.Meu pai se levanta do sofá, suas forças parecem renovadas. Ele pega um vaso que voa na minha direção. Eu me esquivo na última hora, o vaso se arrebenta no chão.—Saia agora da minha casa! Da minha vida! Da nossa família! Eu não tenho mais filho.—Ahmed! Você está louco! —Minha mãe diz se levantando do sofá. —Sua obstinação por fazer Murat seguir os costumes só tem destruído nossa família! Não percebe?—O quê? Você está a favor desse...
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Então...ele veio aqui. Naletli! (Maldito) Allah! Mas como ele descobriu esse lugar?
No dia seguinte levanto-me cedo.Minha rotina consiste em tomar o café da manhã no restaurante com os concertistas e geralmente com Paul e então saíamos todos para o ensaio. Fazemos esse percurso a pé, Paul de carro.Foi um alívio hoje quando Paul não participou do café da manhã, pude relaxar. Karen se sentou ao meu lado, ela toca flauta. Ela é bem alta, com vários centímetros acima dos meus 1,70m. O cabelo loiro é liso, seus olhos azuis. Ela começa a falar com uma empolgação tão grande sobre a estreia que eu começo a me sentir nervosa.Geralmente não penso muito no assunto para não acontecer isso. Prefiro me preocupar perto das coisas acontecerem.Uma garota se aproxima de nós, e ocupa a cadeira do meu outro lado. Eu não me lembro o nome dela. Ela é violinista.Calada, só ouvi elas conversarem e não tentei acompanhar a conversa.Deus! Tantos ensaios e ainda sim o que mais se ouve entre os concertistas é que eles não se sentem prontos. Todos estão muito nervosos. Não sei se é por Mur
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Ele veio! Por que ele está aqui? Para me atormentar?
—Isso eu não sei. Perdoe-me por ter aceitado o dinheiro em troca de silêncio, mas quando vi que Ester não queria que você soubesse da vinda de seu pai aqui, eu aceitei. Ela queria que você tomasse uma decisão por você mesmo... não por se sentir pressionado a isso.Eu balanço a minha cabeça e a encaro.—Você tem assistido meu sofrimento todo esse tempo que estou aqui e só me conta agora? Por que esperou todos esses dias para me contar?Ela me olha angustiada:—Por medo de perder o emprego. Eu gosto muito de trabalhar aqui, mas não posso mais ver o senhor nesse estado. O senhor precisava saber. —Ela limpa as lágrimas. —Sinto muito. Vou fazer minhas malas.Eu me levanto do sofá.—Você ficará.Ela me olha em choque.—Oh, senhor Çelik. Obrigado! —Ela estende o dinheiro. —Tome o dinheiro.Eu aperto os lábios e balanço a cabeça.—Não quero, fique com ele.—E agora? O que o senhor fará?—Parar de me sentir vítima e tomar uma atitude. Vou atrás de Ester. Vou atrás da minha mulher.Tereza se em
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Ele não está gostando nada do jeito que Paul está tocando minhas costas.
Assinto para ele e faço conforme ele disse sem nem mesmo pensar sobre o assunto. Na minha mente só fica piscando a imagem de Murat me aplaudindo, o semblante sério.Paul me dá seu braço e o seguro sob os olhares femininos atentos de cobiça sou conduzida por ele. Atravessamos os camarins até alcançar o lado de fora. Uma limusine nos espera com a porta aberta. Gentilmente ele me faz entrar primeiro e então ocupa o grande assento ao meu lado. Pega a minha mão e a beija.—Você foi divina...Eu forço um sorriso. —Obrigada.Viro a cara para o vidro. Fico quietinha no banco enquanto sinto a mão de Paul alisando a minha, meus pensamentos em Murat, cheia de questões não resolvidas.Que novidade há nisso? Com Murat sempre foi assim, nada é normal, tudo é complicado.Então me lembro do tal investidor.Será?Não pode ser!Viro a minha cabeça para Paul que sorri para mim, pois eu o peguei em fragrante me observando.—Você sabe quem é esse CEO?—Sim, claro que sei.Um pico de adrenalina por causa
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