A chuva castigava o telhado do convento naquela madrugada. Valentina revirava-se na cama, incapaz de encontrar paz. As palavras de Gabriel ecoavam em sua mente, a sombra de seu toque ainda queimando sua pele.Ela tentou rezar, tentou sufocar o desejo que a consumia, mas nada adiantava.Então, ouviu um ruído.Seu corpo congelou.A porta de seu quarto estava entreaberta. O vento não era forte o suficiente para tê-la empurrado daquela maneira.Levantou-se, os pés descalços no chão frio, e foi até a porta. Olhou pelo corredor vazio e, por um instante, sentiu que estava sendo observada.Seu coração acelerou.Respirando fundo, fechou a porta e voltou para a cama, mas o desconforto permaneceu.•••Na manhã seguinte, Valentina encontrou Gabriel do lado de fora do convento, perto das obras do orfanato. Ele parecia diferente — mais sério, mais sombrio.— O que houve? — ela perguntou, notando as olheiras
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