Todos os capítulos do IMPRESCINDÍVEL — Rodolfo Gambino : Capítulo 31 - Capítulo 40
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CAPÍTULO 30 Rodolfo
Cheguei ao GRAN HOTEL às duas da tarde. Eu quase não venho aqui, pois meus negócios estão concentrados no galpão da máfia. Sou responsável por todo o transporte de mercadorias do submundo, e prefiro assim; lá eu faço o que gosto e não preciso me esconder. Não tenho traumas de infância; fui amado pela minha mãe, idolatrado pelo meu pai e sempre tive uma convivência boa com meus irmãos, familiares e amigos. Faço o que faço dentro da organização porque gosto. O tempo que sinto faltar é o tempo em que era o executor da Cosa Nostra. Todos, não importava quem fossem, passavam pelas minhas mãos, e eu nunca me importei. Aquela era minha missão e eu amava cumpri-la. A primeira pessoa que executei tinha 14 anos e eu, 11. A idade não importava; o que contava era a lealdade à causa e a eficácia na missão. Desde então, a vida no submundo moldou meu caráter e minhas habilidades, e cada tarefa, por mais sombria que fosse, me aproximava mais do que eu considerava como meu verdadeiro propósito. — S
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CAPÍTULO 31 Halina
— Você está incrivelmente linda. — Ouço Fabiano dizer assim que entro no escritório do restaurante. Neguei com a cabeça, sorrindo. Esse homem realmente não desiste. Estamos há um mês nesse jogo em que ele lança seu charme, e eu ignoro. — Como estão as coisas por aqui? — pergunto, observando Fabiano organizar alguns processos inacabáveis que meu pai deixou. Os únicos assuntos impecáveis são a rede imobiliária, essa ele cuidou com todo prazer. — Do mesmo jeito. Vou precisar que você e Paola assinem alguns documentos. — Tudo bem. Vou esperar Paola, e assinamos juntos. Fabiano assentiu, mas seus olhos permaneceram fixos em mim por um momento mais longo do que o necessário. Havia algo na sua expressão que misturava admiração e carinho. Ele finalmente desviou o olhar, voltando aos papéis à sua frente. — Eu realmente aprecio o fato de que você está se dedicando tanto a esse negócio. — Ele disse, com um tom mais sério. — A maioria das pessoas na sua posição deixaria isso nas mãos de a
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CAPÍTULO 32 Halina
A noite trouxe consigo um turbilhão de pensamentos sombrios. A palavra "casar" ecoava na minha mente como se fosse um bicho-papão pronto para sair debaixo da cama e me engolir. Eu estava com Rodolfo há quantos dias? Três? Minha ansiedade parecia aumentar a cada segundo, e a ideia de enfrentar todos esses problemas de uma vez me deixava paralisada. — Você ainda está pensando sobre o que eu te disse. — A voz da Paola me tira dos meus devaneios. Ela entra na cozinha enquanto eu preparo um chá de camomila, na esperança de que ele acalme meus nervos. O vapor do chá sobe lentamente, mas não consigo me concentrar no aroma calmante. Minha mente está a mil. E se ele achar ruim quando eu pronunciar que não quero me casar agora? E se ele achar que estou apenas o enrolando? Ou pior, pensar que só o usei para me livrar de Antônio? O pensamento me consome. Fecho os olhos e respiro fundo, tentando afastar a onda de medo que ameaça me engolir. — Não sei como dizer que não quero me casar com e
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CAPÍTULO 33 Halina
Por mais desequilibrada que minha mente estivesse, não pude deixar de sorrir e esquecer minhas preocupações assim que abri a porta. Uma sensação de alegria tomou conta de mim ao ver Rodolfo segurando um imenso buquê de rosas rosadas. Não consigo descrever exatamente o que senti no momento, mas sei que nunca esquecerei esse gesto de carinho. — Oi. — Ele diz, sorrindo, fazendo meu coração disparar. — Não acredito. — Consegui dizer, ao me aproximar e pegar o buquê. Uma sensação de ternura e surpresa me envolveu, fazendo com que o mundo ao redor parecesse desvanecer por um momento. Rodolfo sorriu, aproximou-se e segurou minha nuca com delicadeza. Seus lábios encontraram os meus em um beijo tão intenso e apaixonado que fez meu mundo girar. O contato era elétrico, e eu me entreguei completamente àquele momento, esquecendo todas as dúvidas e medos. — Não precisava se incomodar. — Olho novamente para as flores. Sinto o carinho dele em cada pétala, e as lágrimas começam a acumular enquanto
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CAPÍTULO 34 Halina
Quando chego ao topo, Rodolfo me segue, subindo com uma facilidade que só reforça o quanto ele está familiarizado com o lugar. Ao entrar na casa, sinto um misto de surpresa e alívio. O interior, ao contrário do exterior, é acolhedor, com móveis simples e bem cuidados, como se alguém tivesse passado tempo ali recentemente. Há um grande tapete no chão, coberto com várias cobertas e travesseiros. A atmosfera é acolhedora e intimista, um refúgio confortável longe do mundo lá fora. — É aqui que você vem para pensar? — Pergunto, virando-me para ele enquanto ele fecha a pequena porta atrás de nós. — Sim. — Ele responde, com um sorriso suave. — Aqui, estou longe de tudo e de todos. É onde posso ser eu mesmo. — É bonito... e calmo. — Comento, andando pelo espaço pequeno, tocando as paredes de madeira e os poucos objetos que decoram o lugar. Organizo alguns travesseiros e me sento, encarando o ambiente ao redor. Há três nichos. O primeiro exibe fotografias de família, o segundo contém tro
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CAPÍTULO 35 Rodolfo
Eu nunca senti nada tão intenso como sinto por ela. Eu nunca senti vontade de me entregar ou ao menos tentar fazer o que é certo como sinto por ela.Eu quero Halina de uma maneira que nunca quis ninguém, eu preciso colocar na cabeça dela o quanto nós dois somos perfeitos juntos.Ajudo ela tirar a blusa, e observo seus seios rosados. Eu amo a pele macia e cheirosa que ela tem, o cheiro de morango que exala dos seus cabelos me fascina, seu sorriso ilumina minhas noites e eu só consigo pensar, no tanto que eu preciso dela.— Rodolfo. Escutar Halina pronunciar meu nome através de gemidos, é como ouvir os acordes do paraíso.Ela não sabe o quanto minha mente fodida se derrete por ela ou como minhas tempestades internas correm somente ao ouvir sua voz.— Sim, vida minha. Qual é o teu desejo. — Tomo um de seus seios, descendo minha boca pela barriga vendo sua pele se arrepiar.Me afasto para arrancar a calça do pijama encontrando uma calcinha minúscula que faz meu amigo pulsar. A tiro sem pe
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CAPÍTULO 36 Halina
Encolhi minhas pernas na cadeira, observando o pôr do sol. Balancei levemente minha xícara de chá de amora, apreciando seu aroma maravilhoso, enquanto memórias da madrugada preenchiam minha mente. Sempre quis me sentir amada e acolhida. Sonhava com um príncipe de vestes brancas e um cavalo perfeito, mas nunca sabemos o que o amanhã nos reserva até que ele chega e transforma tudo. Será que alguém já adormeceu com vários planos na cabeça e, ao acordar, sentiu que nada do que havia planejado fazia sentido? Por exemplo, pensou em largar tudo e viver uma vida tranquila no campo, mas um dia, ao acordar, simplesmente desistiu. Eu sonhava com o dia em que sairia do orfanato, moraria sozinha em um apartamento com vista para o Central Park, abriria meu próprio restaurante, me formaria em gastronomia e passaria todas as tardes com meu cachorro, dino, para ver o pôr do sol juntos. Hoje, já não tenho mais vontade de morar sozinha. Não tenho tempo para cuidar de um cachorro, muito menos para sa
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CAPÍTULO 37 Halina
— Eu não acredito que você transou com ele. Eu sinceramente não acredito.Paola soltou essas palavras enquanto eu abaixava a cabeça, encarando meu prato de macarrão com molho. Sentia-me morrendo de vergonha, mas mal conseguia conter um riso. Definitivamente, este não era o melhor momento.Decidi contar a ela o que aconteceu e onde ocorreu. No entanto, para minha surpresa, ela teve um mini surto, dizendo que eu era louca e estava errada, sem mencionar que ela garantiu que agora estou completamente ferrada.— Meu Deus, ontem você estava dizendo que não queria se casar, e agora de manhã isso? Você definitivamente é louca.Levanto minha cabeça para observá-la.Sim, eu estava dizendo que não queria me casar; na realidade, ainda não quero. Paola precisa entender que uma coisa não tem a ver com a outra.Eu não tenho culpa de não conseguir pensar direito perto daquele homem.Suspirei frustrada, peguei meu copo de suco de morango e bebi tudo de uma vez.— Escute — comecei a dizer. — Eu gostei.
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CAPÍTULO 38 Halina
— Em uma escala de 0 a 10, o quanto esse restaurante é importante para você?Rodolfo pergunta enquanto observamos a obra. Ele não veio diretamente para cá; fez questão de ir até minha casa me buscar, o que eu quase não gostei.Já faz uns 20 minutos que estamos analisando algumas coisas juntos e conversando com os rapazes que trabalham no local.Rodolfo me deu várias ideias legais e também me ajudou a escolher as cores. Fiquei surpresa; achei que o subchefe só sabia ser subchefe.— 100. — Respondo à pergunta, abraçando-o pela cintura. Pouso minha cabeça em seu peito e consigo sentir os batimentos do seu coração.— Então quer dizer que, entre eu e o restaurante, você preferiria o restaurante? — percebo um tom de desapontamento em sua voz.Rio ao sentir suas mãos em meus cabelos. — Não me faça escolher. Eu escolheria o restaurante; é meu sonho de criança.— E eu sou o seu sonho de adulta.Não consigo segurar uma gargalhada. — Não dá para brincar de esconde-esconde com você, né?Levanto a
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CAPÍTULO 39 Halina
— Corta mais fino. — Peço, pegando uma fatia de tomate mal cortada e comendo.Rodolfo ri, negando com a cabeça. — Sim, chefe.Ele começa a cortar os tomates com tanta precisão que chega a me surpreender.— Nossa, como você consegue?Levanto uma rodela de tomate perfeita e quase transparente.— Tenho certa habilidade com a faca.Um arrepio percorre minha coluna, e um pequeno fragmento do meu sonho vem à mente.— O que foi? — Pergunta Rodolfo, deixando a faca de lado e segurando meu queixo.Olho para suas mãos e, por um momento, me lembro das mãos do jovem no sonho.— Nada. — Respondo, me afastando e virando-me para o fogão. Levanto a tampa e sinto o aroma incrível do risoto.— Halina. — Ele me abraça e fecho os olhos, encostando minha cabeça em seu peito. — O que foi, vida minha?— Lembranças do sonho.— Você precisa me contar. Como vou saber o que fazer se você não me diz nada?Viro-me e encaro seu olhar. Seu rosto perfeito está envolto em uma carranca questionadora. Eu sei que deveri
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