— E olha só, é de morango, o seu preferido! — comentei, animada, enquanto pegava a velinha do número 12 e a colocava bem no centro do bolo. Ele continuava com aquele sorriso bobo, quase que incrédulo. Puxei o isqueiro da mochila, acendi a velinha, e ele ficou segurando o bolo enquanto eu começava a bater palmas, cantando "Parabéns pra Você" com uma empolgação que fez ele rir, meio sem graça, mas feliz. Ele olhava para o bolo pequeno, mas eu sabia que pra ele aquilo era enorme. Quando terminei de cantar, dei um leve empurrão no ombro dele. — Agora faz um pedido, vai! — falei, toda ansiosa, observando enquanto ele fechava os olhos e ficava em silêncio por uns segundos. Ele abriu os olhos devagar, com aquele olhar sério, mas doce, e soprava a velinha. A chama se apagou, e eu bati palmas de novo, rindo. — E aí? O que você pediu? — perguntei, inclinando a cabeça com curiosidade. Hector deu um sorriso meio tímido e desviou o olhar por um segundo antes de voltar a me encarar. — Pedi
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