Vivienne desliza o garfo pela comida, sem pressa, os olhos presos ao prato, como se pudesse decifrar nele respostas que nunca vieram. A mente a trai, puxando-a de volta aos últimos dias na fazenda dos pais. As lembranças chegam afiadas, uma a uma, e cada detalhe ressurge com o peso de um golpe lento. Revive o momento em que tudo ruiu, erros que não eram seus, mas que, inevitavelmente, caíram sobre ela.— Vivi? — Joana chama, a voz baixa e gentil, mas carregada de preocupação. Ela inclina-se para frente, tentando alcançar os olhos da amiga, que permanecem perdidos em outro lugar. — Você está bem?— Não. — Vivienne responde, e sua voz mal passa de um murmúrio, mas carrega uma dor devastadora, enquanto encara a amiga. — É impossível ficar bem com isso. — Declara, e seus olhos se perdem novamente, como se buscassem algo inalcançável. As palavras escorrem, quase inaudíveis, mas pesadas demais para serem ignoradas. — Quando ele disse que eu estava morta, por um instante, quis acreditar que
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