A voz robótica e metálica, fria e desumana, ecoa pelo aparelho, distorcida por um modulador. Cada palavra rasga o silêncio, fazendo o coração de Vivienne bater violentamente em seu peito. Seus dedos apertam o celular com força, mas não conseguem conter o tremor incessante. Ela fecha os olhos por um instante, buscando recuperar desesperadamente o controle, enquanto a apreensão rasteja por sua espinha, gritando em sua mente que encerre aquela ligação.— Mãe? — Vivienne arrisca, em um sussurro rouco, sua voz carregando anos de emoções conflitantes, medo, raiva e uma ponta de descrença que ainda ousa existir.— Seja inteligente, Vivienne. — A voz adverte, meticulosamente controlada. — Algumas verdades devem permanecer enterradas. — As palavras soam como uma ameaça velada, ecoando no silêncio do apartamento.— Sei que é você, Florence. — Afirma, com uma coragem que nem sabia possuir, pronunciando deliberadamente o nome da mãe.Do outro lado, um suspiro pesado ecoa pela linha, carregado de
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