Todos os capítulos do A REDENÇÃO DO ALFA - O LEGADO DO REI: Capítulo 51 - Capítulo 60
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TristanLogo a cena muda, e a mulher surge dando à luz uma criança a beira de um rio, perto de uma pequena aldeia. Um homem que eu nunca vi antes surge erguendo o menino para o alto, oferecendo-o para uma lua cheia, redonda e amarela em toda a sua glória, em um céu escuro e com poucas estrelas, no topo de uma montanha. Algumas lágrimas preenchem os meus olhos quando o vilarejo é atacado de surpresa e muitos são mortos pela lâmina de uma espada prateada. Mas não a criança. Essa foi salva pelo estranho da montanha e entregue para um casal da alcateia dos lobos amarelos. Os olhos firmes de Alteban encontram os meus, enquanto ele abraça protetoramente um recém-nascido chorando a todos pulmões.Engulo em seco, completamente sem ação.- O rei alfa morreu sem saber sabe da sua existência, Tristan Tybalt. - Solto uma respiração trêmula e pesada quando a tela desaparece assim como ela surgiu. E atordoado, fito os olhos perspicazes do feiticeiro. - E Dárius assumiu um lugar que não o pertence.
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Tristan— O que aconteceu, Tristan? — Ela pergunta baixinho e cuidadosa, enquanto desliza uma esponja com uma espuma densa e perfumada, lavando o meu corpo com cuidado como se eu fosse me quebrar a qualquer momento.Essa é uma pergunta que não consigo responder. Não nesse momento.— Eu estava correndo pela mata. — Começo a falar quase sem forças nas palavras. — Corri feito um louco. Queria calar os meus pensamentos. A exaustão não chegava nunca. Eu queria gritar, gritar com eles. Perguntar por que mentiram para mim, mas não tinha como.— Eu sei. — Ela sussurra outra vez.Respiro fundo.— Depois tudo parece se tornar um borrão dentro da minha cabeça.— Como pode ser isso? Você tem arranhões profundos em suas costas. O que quer que tenha feito, não foi nada fácil.Em resposta, me ajeito dentro da banheira e afundo na água até cobrir a minha cabeça. Contudo, mantenho os meus olhos na sua imagem turva e tento forçar a minha memória. Os sons do rugido preenchem os meus ouvidos bloqueados pe
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TristanImediatamente uma enxurrada de lembranças cai sobre a minha cabeça, afogando-me em cenas que considerei casuais desde que cruzamos o nosso caminho. Hazel entrando no meu quarto em um momento sombrio da minha vida, enquanto a dor rasgava o meu peito, trazendo sonhos de um dia triste para mim. As suas palavras torpes, o seu toque... ela queria me curar da minha dor e eu a menosprezei com meus preconceitos. O dia em que a resgatei do Skinwalker, a troca de poderes, a minha transformação no ser mais impiedoso e poderoso entre os lobos. Tudo foi ela. Assim como a salvação da nossa última batalha.— Você entende agora? — A voz de ALeron me desperta e eu o encaro ainda surpreso com tantas informações. — Hazel Freyr foi escolhida e predestinada a você. Ela será sua companheira para toda a sua vida e abrirá o seu caminho até a vitória. O seu poder estava adormecido por ter sido criada no meio de um povo simplório e limitado, mas eu estou aqui para ajudá-la a se libertar.— Isso tudo é
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Hazel— Sente-se, Senhorita Hazel. — Aleron pede assim que ficamos sozinhos dentro de uma ampla sala, onde tem apenas uma cadeira de madeira no seu centro.Aleron Thorne é um feiticeiro de mente afiada. Seus conhecimentos ultrapassam os limites do tempo e da compreensão e apesar de aparentar ser muito jovem, ele tem milênios de anos. Contudo, é um ser misterioso e com um olhar sagaz penetrante. A forma como anda em volta da cadeira, como analisa os meus movimentos por mais sutis eles que sejam. O modo como ele respira.Me pergunto o que ele está pensando.— Você já se perguntou por que foi abandonada naquele vilarejo? — Ele questiona parando bem atrás de mim, apoiando-se no encosto da cadeira para inclinar-se na minha direção. A sua proximidade me deixa inquieta e nervosa.— A profecia. Uma forma de me proteger, de protegê-la... eu acho. — Engulo com um pouco de dificuldade.— Crianças são sempre tão inocentes. — Sua crítica me irrita e me pergunto se isso faz parte do seu treinamento
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Hazel— Antiqua potestas, vocem meam audi. Occultae vires, ad me venite. Lux divina, sine intermissione fulge. Da mihi virtutem ut vincam.Invoco a luz e a força, e de repente um brilho intenso surge no coração da floresta, crescendo rapidamente em suas intensidades, irrompendo e ofuscando cada canto escuro, revelando lobos ferozes com suas presas sanguinárias expostas. A cólera sobressai os seus olhos reluzentes e amarelados. E quando eles se preparam para me atacar, as palavras voltam a preencher a minha boca.— Siste! — ordeno e eles param. — Inclinate! — ordeno outra vez e eles se curvam diante de mimEntretanto, um ser ainda maior surge na penumbra e o meu poder não o pode alcançar. Suas garras pontiagudas e afiadas como lâminas se estendem para mim, e antes que eu consiga erguer as minhas mãos para me defender, sou puxada bruscamente para fora daquele cenário. E percebo que estou segura dentro do grande salão outra vez.— Você hesitou. — Aleron retruca. Ele parece chateado. — He
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Tristan— Me dê boas notícias — peço para Atlas que adentra o meu escritório e me fita sério.— Encontrei.Não sei se o meu peito queimou de alívio ou de ansiedade.— Onde?— Em Drakmor.— Você está brincando?— Pior que não. Dárius não está só. Ele reuniu um exército e todos eles lidam com magia. Seus lobos estão ainda mais fortes e maiores...— E?— Demônios, muitos deles.Respiro fundo, encontrando uma bola de fogo alaranjada enfeitando um céu de fim de tarde através de uma janela larga de vidros transparentes.— Não estamos sozinhos e não estamos enfraquecidos também. Temos a santa do nosso lado e a unificação dos nossos poderes. Temos o Aleron conosco também. A profecia já se cumpriu, eu só preciso protegê-la a todo custo e assim protegerei o nosso herdeiro.— E qual é o plano?Invadir Drakmor com todas as nossas forças e fúria.— Não vamos esperá-lo dessa vez.— Uma viagem para Drakmor é uma sentença de morte, Alfa. Não sabemos o que nos espera naquele lugar. Dizem que os mortos
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TristanDivertida, ela dá de ombros e encara o céu noturno.— A lua está linda!— Ela está.— É verdade que as suas fases mexem com você lobos?— É verdade. Mas a sua fase mais majestosa é a lua cheia.— Ela está cheia agora.— Está.— E como se sente?— Quer mesmo saber, santa?— Eu quero.— Estou literalmente subindo pelas paredes e louco para tomá-la para mim.Seus olhos parecem ganhar um brilho diferente. Insinuoso e até envolvente e os seus lábios se abrem discretamente, por onde o seu ar escapa, lançando uma leve fumaça branca no ar frio da noite.— E por que você não me toma? — Essa indagação sai quase como um fio de voz, porém, tem uma força poderosa que me faz incendiar.Portanto, me levanto, lhe estendo a minha mão, ajudando-a a levantar-se do tronco e a levo para um canto mais reservado. Distante do acampamento e protegido por folhagens grandes a puxo para os meus braços e a beijo faminto, chocando-a contra o troco grosso de uma arvora. O meu corpo a prensa ali, enquanto as
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Hazel— Precisamos encontrar um rio e abastecer nossos cantis.Alguém diz enquanto descemos uma por uma ribanceira íngreme e traiçoeira.— Eu daria qualquer coisa agora um demorado banho de chuveiro. — Atlas resmunga, porém, Aleron faz um gesto com uma mão pedindo o silêncio de todos. E quando ele para de andar, paramos também.— O que ouve? — pergunto baixinho, encarando uma enorme rocha escura bem na nossa passagem.— Chegamos.Essa palavra trouxe um pouco de tensão a todos e os burburinhos foram inevitáveis.— Façam silêncio! — O feiticeiro exige exasperado, porém, baixo, quase como um sussurro. — Com mais alguns passos estaremos dentro de Drakon e qualquer ruído poderá atrai-los para a nossa direção. Portanto, não toquem em nada e olhem onde pisam — alerta.Ele estava certo. Quatro passos adiante e é como se tivéssemos atravessado um portal mágico. Em uma fração de segundos estávamos dentro de uma mata densa, rodeados pelo verde e pisando em folhagens secas, mas no outro surge um
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Hazel— Venham comigo. Temos comida, água fresca e um lugar para descansar. Podemos comer enquanto conversamos, certo?Meus ombros caem e o meu corpo inteiro se desarma. Logo sinto o toque de Tristan no meu ombro e resolvo guardar minha adaga. Zyra passa por uma das aberturas na parede rochosa e logo seguimos atrás dela. Um corredor extremamente estreito, grotesco e obscuro, que logo dá lugar a uma luz tênue. Do lado de fora, percebemos que a noite já caiu e uma vila iluminada por tochas surge no meu campo de visão. No céu escuro e poucas estrelas vejo os dragões cortarem as poucas nuvens e os seus sons quebram a ação do vento.— Pelos deuses! — Atlas sibila exacerbado de surpresa.— Nossa cidade é dividida em duas partes. A cidade inferior onde vivem os dragões e a cidade superior onde vivemos. — Zyra explica à medida que andamos pelas ruelas, onde alguns curiosos nos espiam. — Não se preocupem, os dragões não lhes farão mal algum. Vamos, sentem-se! — Ela pede quando chegamos no meio
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Tristan— Estamos quase lá, Tristan. Mas com esse dragão por perto não conseguiremos passar despercebidos. — Atlas diz assim que chegamos ao topo de uma montanha. Em silêncio, pego um binóculo e observo o movimento na cidade cercada por um vale e ladeada por troncos grossos e pontiagudos.— A cidade está fortemente armada — falo, verificando os guardas armados dentro e fora da fortaleza.— Como faremos com o dragão, Tristan? — Asterin pergunta e eu olho na direção da fera.A imagem da incompatibilidade de uma jovem sorridente ao lado de um animal grotesco é assustadoramente surpreendente. O dragão age como se fosse o seu cãozinho de estimação e me pergunto se ele é tão fiel quanto. O quanto Drakthar está disposto a proteger Hazel dos nossos inimigos?— É simples, eles não nos acompanharão — sibilo, voltando a olhá-los.— O que disse? — Atlas indaga confuso.— Drakthar é a nossa arma secreta. Hazel é o nosso amuleto. Eles atacarão na hora. Portanto, ficarão exatamente aqui, enquanto inv
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