Tristan— Estamos quase lá, Tristan. Mas com esse dragão por perto não conseguiremos passar despercebidos. — Atlas diz assim que chegamos ao topo de uma montanha. Em silêncio, pego um binóculo e observo o movimento na cidade cercada por um vale e ladeada por troncos grossos e pontiagudos.— A cidade está fortemente armada — falo, verificando os guardas armados dentro e fora da fortaleza.— Como faremos com o dragão, Tristan? — Asterin pergunta e eu olho na direção da fera.A imagem da incompatibilidade de uma jovem sorridente ao lado de um animal grotesco é assustadoramente surpreendente. O dragão age como se fosse o seu cãozinho de estimação e me pergunto se ele é tão fiel quanto. O quanto Drakthar está disposto a proteger Hazel dos nossos inimigos?— É simples, eles não nos acompanharão — sibilo, voltando a olhá-los.— O que disse? — Atlas indaga confuso.— Drakthar é a nossa arma secreta. Hazel é o nosso amuleto. Eles atacarão na hora. Portanto, ficarão exatamente aqui, enquanto inv
Tristan— Tristan, a alcateia dos lobos cinzentos já estão reunidos no pátio. — Asterin avisa e eu assinto, me afastando da janela e em silêncio saio da torre para encarar uma multidão cabisbaixa e ajoelhada no chão. Os meus olhos percorrem pela desordem do lugar. Manchas de sangue derramado e corpos caídos pelo chão.Respiro fundo.— Encontre Drakthar e Hazel e os tragam para mim. A batalha acabou, eles já podem vir.— Certo, Alfa.— Tristan, os lupinos não encontram nada em raios de dez quilômetros. — Atlas avisa. Franzo a testa.— Como pode?— Eu não faço ideia.— Cuidaremos disso em breve.— Certo, Alfa! — Ele se afasta e eu volto a fitar a multidão.— Hoje, uma nova era começa! — Começo a falar, atraindo sua atenção para mim. — O trono que conquistei essa noite não é apenas um símbolo de poder, mas o juramento de um novo destino para todos nós. Tomei este lugar com força e astúcia, como é o caminho de nossa espécie, mas minha liderança será forjada em lealdade, sabedoria, e no san
HazelNa mesma noite da batalha...O som de um uivo dolorido me faz olhar dentro da escuridão e por mais que eu me esforce, não consigo ver dentro dela.— Tristan? — sibilo baixo demais e completamente apavorada. Ao meu redor não existe nada além das sombras e da escuridão. — Onde você está? — sussurro trêmula, buscando em minha memória o que aconteceu.A baralha. As feras se enfrentando brutalmente. Os ganidos ferozes e os rangidos estrangulados. As palavras saiam da minha boca como uma correnteza de águas místicas, dando para os lobos o poder de que eles precisavam para lutar, enquanto Drakthar sobrevoava ferozmente a cidade esperando por um comando meu. Uma flecha brilhante riscou o céu escuro, seguida de um grunhido de dor e começamos a cair. Lembro dos meus gritos, de ver a morte vir ao meu encontro...Outro uivo me desperta e assustada, volto a olhar ao meu redor. A escuridão se ergue como muros colossais, impedindo-me de ver qualquer flete de luz. Ela está sufocada, não tem forç
HazelAlguns dias...— Coma, você precisa se alimentar bem. — Apsaras fala, deixando uma pequena bandeja perto da jaula— Você sabe que se ele conseguir o que quer, vai destruir a humanidade, não é? — inquiro, mas ela não me responde. Apenas continua fazendo o seu serviço. — Apsaras, eu posso libertá-la. Você precisa me tirar aqui.— Ninguém pode me ajudar.— Me ajude e eu a liberto.— Não é tão simples assim, Santa. Eu fui construída pelo Luriel.— Construída?— A partir de ossos secos e sem vida. Basta um estralar de dedos de Luriel que eu voltarei a ser o que era antes. Nada. Então, não importa o que você me diga. Você nunca irá me convencer do contrário. Eu não vou mudar de ideia... nunca. — Desanimada, me afasto das grades e me sento em um canto da jaula. Ansiosa, espero mais uma noite chegar. Porque é durante a noite quando tudo fica quieto e eu estou só. É na calada da noite que consigo ouvir o som da sua voz e sou tomada pelas lindas lembranças de nós dois. E escutar os seus so
Tristan— Não acredito que é você, bem aqui nos meus braços — declaro sofregamente, sem querer largá-la por nada. Não quero dar-me a chance de descobrir que estou sonhando e de não poder senti-la outra vez.— Sou eu. Estou aqui com você outra vez. — Hazel me garante e mesmo dolorido por dentro, forço-me a me afastar só um pouco. Só então percebo os meus olhos embaçados, enquanto as minhas mãos ainda sem acreditar, tocam avidamente no seu rosto.— É você! — Constato. Ela sorrir. — Pelos deuses, é você! — Torno a abraçá-la e a beijá-la. Céus, como é bom sentir o seu gosto outra vez! — Povo de Maldagan, essa noite celebraremos o retorno de Hazel Freyr, a rainha das alcateias! — grito, arrancando uma euforia do meu povo.— A rainha? — Ela inquire.— Se eu sou o rei, você será a minha rainha — declaro e a beijo calidamente na boca. — Agora venha. Você parece cansada. — Envolvo a sua cintura com uma mão e a levo para dentro da minha casa.Desde a tomada do trono da alcateia dos lobos cinzen
TristanÀ noite...Uma fogueira acesa no centro de Madagan e algumas tochas com seus fogos vívidos mantém todo o lugar iluminado. Alguns casais dançam alegres ao som de músicas instrumentais, enquanto alguns homens bebem vinhos em suas taças. Contudo, estou ansioso a sua espera. A minha frente tem uma mesa retangular farta, grande o bastante para alimentar essa cidade inteira e bebida a vontade para comemorar o seu retorno e uma data que logo se tornará especial.Entretanto, toda a Maldagan se curva de repente e eu percebo a sua presença.Hazel está estonteante e linda. A verdadeira visão da sensualidade feminina. Penso, enquanto os meus olhos passeiam deliberadamente pelo vestido azul escuro, com um decote V profundo, que dá ênfase ao seu colo, deixando seus seios mais fartos. O tecido abraça o seu tronco, destacando a sua silhueta, enquanto uma saia fluida dá um destaque especial a sua coxa direita, através de uma fenda. Mas é o seu sorriso que me prende e o brilhos dos seus olhos m
HazelEntão, a profecia finalmente se cumpriu. — Asterin inquire, parando bem na minha frente. — Um bebê. — Sorrio quando ela abre os seus braços para mim.— É o que acontece quando se ama, não é? Você faz coisas...— Pode parar! — Ela contesta, puxando-me para um abraço forte e confortável. — Meus parabéns, Hazel!— Obrigada, amiga! — Asterin se afasta. Ela olha nos meus olhos, demonstrando sua confusão.— Amiga?— É o que somos, não é?Um sorriso doce se abre em seis lábios.— Eu nunca... quer dizer, eu sou um soldado...— Você é minha melhor amiga. — Seguro em seus ombros e olho dentro dos seus olhos. — Esteve presente em mol situações da minha vida. Ouviu meus lamentos e minhas confissões. Isso faz de você uma amiga e confidente. — Sei sorriso se alargar.— Será um prazer ser sua amiga, majestade Alfa.— Sem majestade e sem Alfa. Apenas boas amigas. — Ela volta a me abraçar.— Ok! — Minha amiga respira fundo. Parece conter algumas lágrimas emocionadas. E eu seguro o riso. — Temos
HazelÉ impossível não repetir. É como se essas palavras estivessem enraizadas na minha boca e elas sempre querem escapar.— Eu te amo mais.— Mais?— A amo por dois agora.Meu sorriso se amplia.— E a quero... muito!Dessa vez ele cola a sua boca na minha em um beijo deliciosamente demorado, envolvente e eloquente. Alguns sons escapam da minha boca em meio ao beijo e quando ele para, estamos ofegantes e desejosos.— Quero te mostrar um lugar. — Tristan fala, afastando-se para segurar na minha mão e logo estamos adentrando ainda mais a mata.Sinto frustrada por esse pequeno afastamento e acesa com tão pouco.— Aonde estamos indo? — pergunto curiosa, quando percebo que estamos indo para um lado que eu nunca andei antes.— Você vai ver, Senhora Tybalt.— Senhora Tybalt? Hum, isso soou nem, não acha? — Em resposta ele me beija rapidamente.— Nós dois temos uma conexão perfeita, Hazel. Tudo que envolva nós dois soa bem.— Presunçoso.— Sou um lobo apaixonado. Não me recrimine.Rio.— Cheg