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AliceEscuto o som da sua risada alta do meu lado. É um som lindo e contagiante, que reverbera dentro do meu corpo. Estamos na sala de visitas agora. Sentados no tapete felpudo e debaixo das cobertas, comendo pipoca, enquanto assistimos uma comédia romântica. "Ele não está tão a fim de você." Não foi fácil convencê-lo a assistir, mas a verdade, é que ele acabou se divertindo mais do que eu com esse filme.Em algum momento, Lucca me encarou cheio de desejo e quando se preparou para me beijar joguei pequeno punhado de pipocas no seu rosto. Seus olhos arregalam divertidos para mim, arrancando-me mais gargalhadas.— O que você vai fazer? — indago quando os seus olhos revelam algum tipo de travessura. Em minha defesa, afasto-me sutilmente dele. Mas Lucca assemelha-se a um leão forte e feroz. Solto alguns gritos agudos e antecipados, e saio correndo para fora da sala. Lucca não perde tempo. Ele se levanta abruptamente e corre atrás de mim. — Lucca, não! — Volto a gritar, mas ele é rápido e
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AliceAcho que já está mais do que na hora de conhecer os seus amigos e de ele conhecer os meus também. A verdade, é que estamos cada vez mais ligados um no outro. E mais apaixonados também. E de verdade? Que o Lucca não saiba, mas estou amando essa estadia aqui na sua casa. Estou até começando a conhecer as suas manias.Tipo, ele balança o pé enquanto espera o sono chegar. Toma banho cantando debaixo do chuveiro. Faz corridas matinais e malha todas as noites. Sem falar nos sons que faz enquanto dorme. E o melhor! Acordo todas as manhãs com seus beijos e quando chego na cozinha, encontro sempre uma mesa farta de café da manhã. E ainda tem sexo quente e selvagem, seja ele matinal ou noturno.— Querida, você já… — Lucca para de falar quando entra no quarto e seus olhos ávidos passeiam pelo meu corpo como se estivessem famintos. — Porra Alice, não vou desgrudar de você lá no bar um só minuto — resmunga, puxando o ar com força.Simplesmente sorrio para esse elogio exacerbado.— Essa é a i
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Lucca... Você beijou a Samantha e agora paga de bom namorado com a Loirinha?As palavras do Dilan ainda ecoam pesadas dentro da minha cabeça. Eu devia ter esmurrado a cara daquele desgraçado. Mas, olhar nos olhos de Alice e ver a decepção estampadas neles me oprimiu demasiado.O que eu esperava? Eu devia ter falado sobre a porra do beijo. Quantas oportunidades ela me deu? Quantas?— Sente-se aqui, Lucca. — Joe pede, segurando no meu braço e guiando-me para a mesa. — Deixa-a pensar um pouco. Se acalmar e depois vocês conversam. — Ele diz calmamente sentando-se na cadeira de frente para mim. Sentindo-me estranho com tudo isso, pego a longnect que está pela metade e esvazio, tomando o conteúdo de uma só vez. Estou de costas para o balcão do bar, mas ainda assim, é possível ouvir daqui a voz de Samantha conversando animada com Rafael. Ela age naturalmente, como se nada tivesse acontecido.Bufo de modo audível.— Eu vou para casa — falo frustrado. Contudo, rio, mesmo sem vontade. — E
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Lucca— Você é maluca, sabia? — retruco, puxando-a para perto de mim.— E você gosta das minhas maluquices. — Ela rebate.— Na verdade, eu amo!E logo que alcançamos a porta de casa, destravo o controle do painel de segurança e a abro em seguida. Alice passa por ela em silêncio e eu fecho a porta atrás de mim. A observo largar os saltos altos de qualquer jeito e em qualquer lugar. Depois ela faz o mesmo com a bolsa, lançando-me um olhar indecifrável. Na sequência, a maluca me choca contra uma parede. E os seus olhos encontram os meus, expressando… raiva?Engulo em seco.Então eu espero pelos seus gritos e tapas. Mas inesperadamente ela puxa a minha camisa com força e os botões pulam para todos os lados. A peça é retirada do meu corpo de uma forma brusca e violenta. E eu não sei o que fazer.Isso é tesão ou raiva?— Não pense que uma simples transa no banco de trás de um táxi aplacou a minha raiva, Lucca Fassini.Eis a minha resposta.Penso em falar qualquer coisa para amenizar essa su
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Lucca— O que? — inquiro receoso.Ela dá de ombros.— Eu não sei. Alguma coisa que esteja me escondendo, além de um maldito beijo? — meneio a cabeça em um não.— Depois disso, tirei a Samantha da minha equipe.— Oh! — Ela arqueia as sobrancelhas.— Estamos trabalhando em horários diferentes agora. — Ela permanece séria.— Por causa do beijo? — indaga. Faço menção de sair de debaixo dela, mas Alice não me permite e procura os meus olhos.— Fala, Lucca! — exige.— Não. Não foi por causa do beijo. — Um pouco mais de silêncio. Um olhar especulativo.Estou fodido, já estou vendo.— Por que então?— Alice essa é uma conversa que eu…— Fala logo! O que aquele embute fez para você tirá-la da sua equipe?Bufo.— Ela te deixou para morrer no incêndio — digo de vez. Seus olhos se apertam. Suas mãos apertam com força os meus ombros.— O que quer dizer com, me deixou para morrer? — questiona com um tom baixo e assustador.— No incêndio. No apartamento de Camila. Cada bombeiro tinha a finalidade de
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Lucca— Lucca? — Escuto Alice me chamar quase vinte minutos depois ligação— Estou aqui! — grito de onde estou e em segundos ela aparece no meu campo de visão.Então mostro-lhe tudo que vi e observei. Explico a minha visão do que aconteceu e ela assente séria. Enquanto ela caminha pelo cômodo, não consigo evitar de observá-la. O seu corpo, o rosto, seus cabelos.Deus, ela é tão linda!E é a minha vida. Constato.— Pode fazer um novo laudo sobre o incêndio? — Desperto com a sua pergunta.— Infelizmente não.— Por que não?— Porque não sou investigador. Mas, eu posso tirar algumas fotos e enviar para um amigo.— E, você confia nele?— Completamente.— Ótimo! — Ela faz menção de sair, mas seguro no seu braço e os nossos olhos se conectam.— Vamos conversar, Alice.— Tenho que ir trabalhar, Lucca. Nos falamos a noite. — Ela tenta se livrar do meu agarre, mas a puxo para mais perto de mim.Deus, eu preciso senti-la. Preciso beijá-la e saber que ficaremos bem. Portanto, levo as minhas mãos
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AliceMomentos antes do incêndio no jornal…— Mandou me chamar, Henrico? — pergunto, adentrando a sua sala. Ele tira os óculos de descanso e abandona a tela do computador para me olhar.— Feche a porta Ávila — pede e faz um gesto para eu me sentar em uma cadeira que fica de frente para a sua mesa.— Chamei para avisar que você está fora da matéria sobre as eleições. — Ele diz diretamente e eu uno as sobrancelhas.—Como assim? — questiono completamente extasiada. — Por que está me tirando dessa matéria? Achei que estava gostando do meu trabalho — resmungo irritada.Ele suspira.— E estou. Você é realmente maravilhosa no que faz. Essa sua garra e persistência. Tudo o que conseguiu em tão pouco tempo…— Então por quê? — O corto. Em resposta, Henrico solta um suspiro desanimado, encostando-se no encosto de sua cadeira.— Eu recebo ordens, Alice — sibila com ar cansado. —O chefe quer você em outra matéria.Bufo.— Em qual matéria?— Moda.— O que? — grito a pergunta.— Haverá um megaevento
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Alice— Completamente.— Ótimo!Faço menção de sair, mas Lucca segura repentino no meu braço e automaticamente a lateral do meu corpo fica colado no seu. Logo sinto o calor da sua respiração levemente ofegante bater no meu rosto e os nossos olhos voltam a se conectar.— Vamos conversar, Alice. — Um pedido fraco e sussurrante preenche os meus ouvidos, causando-me arrepios pelo corpo todo.Céus, eu queria. Mas estou com tanta raiva dele ainda. Como Lucca pode esconder algo tão importante assim de mim? Como pode proteger a mulher que tentou me matar? Definitivamente ainda não estou preparada para ter essa conversa. Se iniciarmos isso agora irei machucá-lo de uma forma irreversível e eu não posso. Não quero machucá-lo.— Eu tenho que trabalhar Lucca — sibilo fria e sem vida. — Nos falamos a noite. — Livro-me do seu agarre, mas ele torna a me puxar para mais perto dele. No ato, Lucca segura em cada lado do meu rosto e uma simples carícia quase me derrete inteira.Fecho os meus olhos e apre
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Alice— Como ele está? — A voz de Ana soa preocupada do outro lado da linha telefônica. De dentro do seu escritório, o olho adormecido em um sofá da sala, constatando que tudo está tranquilo agora.— Ele está bem. Está dormindo agora.— Céus, o Joe era um dos seus melhores amigos. — Ela lamenta.— Eu sei — digo com um suspiro baixo.— Mamãe queria ir vê-lo, mas acho melhor deixá-lo descansar um pouco.— Sim. Ele precisa de forças nesse momento. — Concordo, sentando-me na cadeira por trás da mesa retangular, onde deixei alguns documentos espalhados pelo tampo envernizado. — Eu ligo quando ele acordar. Ter vocês por perto fará bem para ele.— Obrigada, Alice!— Não por isso.— Adoro você, cunhadinha!Me pego sorrindo.— Também te adoro!E quando a ligação é encerrada, fito os papéis mergulhando fundo em cada linha digitada, esquecendo-me de tudo ao meu redor. Dentro da pasta também guardo a cópia do CD das entrevistas que fiz no evento. E se Lucca conseguir provar que o incêndio no apar
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Lucca— Como você está? — O sargento pergunta assim que entro na sua sala.— Estou bem! — Ele me lança um olhar sério e destemido.— Sabe que o Joe errou durante a missão, não é? — inquire. Provavelmente ele quer me fazer sentir melhor. Mas não está ajudando muito. —Lucca, tanto você quanto qualquer um aqui sabe que precisa questionar, vasculhar, antes de tomar qualquer decisão. Joe não sabia o que encontraria dentro daquela sala e mesmo assim ele abriu aquela porta. Foi imprudente…— Eu sei. —O interrompo baixo, porém, impaciente. — Mas não foi fácil ver o meu amigo ser engolido pelo fogo daquele jeito.Respiro profundamente.— Eu tentei avisá-lo, mas… Meu Deus! — As palavras saem agoniadas da minha boca e eu solto o ar com força.&md
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