Quando voltei para casa, o peso do que havia feito ainda pressionava meus ombros. Tentei entrar de fininho, quase me esgueirando pela porta, na esperança de evitar ser vista. Mas, assim que meus pés cruzaram o limiar da sala, percebi que minha tentativa foi inútil. Bernardo estava ali, me esperando no sofá, com a postura rígida e os olhos fixos na porta, como se tivesse antecipado o exato momento em que eu chegaria. Quando nossos olhares se cruzaram, senti uma conexão silenciosa, carregada de compreensão e uma dor compartilhada. Era como se, sem precisar de palavras, ambos soubéssemos que o outro tinha saído para fazer algo que tinha nos custado algo valioso.Ele se levantou, caminhando em minha direção com passos lentos e deliberados, como se estivesse pesando cada movimento. Seu olhar não vacilou, e quando finalmente parou à minha frente, a pergunta que saiu de seus lábios foi suave, quase um sussurro, mas não conseguiu esconder a preocupação que a envolvia.— O que você fez, Alice?
Ler mais