Todos os capítulos do Laços de Destino: Amor por Contrato: Capítulo 41 - Capítulo 49
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Volume 2 - Quatro Anos Antes
A porta do elevador parou e eu sabia que alguém tinha entrado, mas não ergui os olhos, presos ao celular nas minhas mãos.Eram oito horas de um sábado, e eu definitivamente não deveria estar respondendo mensagens de trabalho, muito menos enquanto seguia para a cobertura de um prédio extremamente luxuoso em Manhattan.Eu trabalhava como assessor de um Deputado Federal e levava meu trabalho muito a sério. Não importava a hora, mas quando algo importante aparecia, não era uma festa de aniversário, que eu nem estava interessado em ir, que iria me impedir.Nem mesmo se a festa de aniversário fosse da filha do meu patrão.A proposta de lei para educaçãoantirracista tinha sido apresentada aoComitê de Educação há um mês e foraencaminhada ao senado. Era ideia minha;um esboço que fora feito há muitos anos, emcompanhia do meu pai, que sempre foi umidealista.Nunca pensamos que sequer conseguiríamos colocá-la em prática, até que conhecemos Reginald Welsh o homem para quem eu trabalhava.Est
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WILLOW WELSH
Eu era muito novinha quando comecei a sonhar com ele.Uma garota boba, deslumbrada, encantada com o homem por quem seu pai sentia tanto orgulho.O mesmo pai que não dava a mesma atenção a mim. Cujos olhos nunca brilhavam daquele jeito quando eu tentava conversar sobre minha vocação, meus estudos e meus planos.Eu deveria sentir inveja. Deveria odiarOwen por sugar de mim a única figurapaterna que eu tinha. O problema eraque cada vez que o nome Owen Parkerera mencionado, depois que comecei ater ciência dos meus próprios desejos evontades, algo formigava dentro do meuestômago.Era diferente com Taylor. Por mais que meu pai também o admirasse, havia algo de muito honrado em Owen e em suas convicções. Na forma como ele era grato, como agarrara as oportunidades que meu pai lhe deu com unhas e dentes.O homem tinha se formado em Harvard com honrarias. Era admirado por colegas e professores. Era dedicado à família também.Mas, para o meu coração de garota jovem e tola, isso não era tão
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OWEN PARKER
Não consegui tirar meus olhos de Willow por um bom tempo depois, mesmo quando chegamos à cobertura, onde outros convidados se espalhavam, com suas taças de champanhe caro nas mãos e seus ternos de alfaiataria.Às vezes eu me sentia um forasteiro naquele tipo de evento. Por mais que tivesse sido educado para ser um cavalheiro, que tivesse estudado como um filho da puta para ser alguém na vida, o meu berço sempre foi de madeira. Não importava que um dia me tornasse rico e poderoso - que nem era o meu objetivo, na verdade -, eu nunca conseguiria um pertencimento.Minha cor e minhas origens eram uma combinação que funcionava quase como um letreiro em neon que alertava que eu não deveria estar ali.A única outra pessoa que poderia me fazer sentir um pouco menos deslocado era exatamente o homem que me olhava como se quisesse me fuzilar.E isso começou a me preocupar um pouco também.Eu não tinha nada a ver com a garota. Ela era simplesmente a filha de um amigo querido, que eu havia conhecid
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WILLOW WELSH
Enquanto me olhava no espelho, ajustava os últimos detalhes da maquiagem, com um batom vermelho, bem passado, respeitando os contornos da minha boca.Alisei o vestido em frente ao espelho, tentando avaliar se tinha escolhido bem. Ele era uma peça que servia tanto para uma saída casual quanto para algo mais elegante que eu esperava que não fosse o caso. Tinha uma cintura marcada o suficiente para realçar minhas curvas e um decote em coração, mas sem exageros. Descia em uma saia mais rodada, em uma estampa discreta. Completei o look com um par de sapatos de salto baixo, confortáveis o suficiente para uma caminhada descontraída, para que não tivéssemos nenhuma surpresa como no outro dia.Eu não deveria estar tão animada. Não era exatamente um encontro. Era uma artimanha para afastar Taylor da minha vida. Ainda assim era difícil não me sentir ansiosa levando em consideração que eu estava prestes a sair com o cara por quem era fascinada há anos.Ele tinha estabelecido as regras: seríamos a
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OWEN PARKER
A primeira coisa que pensei quando abri a porta da lanchonete da Sasha para ela era que estava estragando tudo.Não havia uma única chance de aquela burguesinha linda, nascida e criada em meio a luxo e riqueza, preferir aquela espelunca com todo o respeito ao lugar, que eu amava desde pequeno - ao restaurante caro e chique que eu tinha escolhido para levá-la. Se eu percebesse que estava mesmo gostando, eu me casaria com ela, porque concluiria que era uma espécie raríssima de mulher.E, Deus, ela estava tão linda naquele vestido que, mesmo tendo lavado o carro inteiro com todo o cuidado, ainda tive medo de que houvesse alguma sujeira no meu banco que pudesse marcá-la.O sininho da porta tocou, e eu fiz um sinal para que avançasse, tentando ler em cada uma das suas expressões o que ela estava achando.Era a primeira vez na vida que eu saía com uma garota rica, e minha tentativa de impressionar não foi assim tão bem- sucedida.Ainda assim, ela sorriu.A lanchonete da Sasha não era o pior
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OWEN PARKER
Eu realmente gostava do meu trabalho.Era extremamente grato por tê-lo, por estarvivenciando na prática o dia a dia de um de-putado, participar de audiências no congresso,em Washington, e ter acesso a informaçõesprivilegiadas. Precisar sair de casa em um sá-bado para ir ao escritório nunca foi um pro-blema, especialmente para uma reunião brevede alocação de recursos para segurança.Uma situação emergencial tinha sur- gido durante a semana, com a entrada de al- guns suspeitos no aeroporto de Nova Iorque e haveria uma conferência com alguns mem- bros do congresso. O incidente já tinha sido so- lucionado, mas era necessário tomar medidas preventivas para novos possíveis transtornos.Seria algo breve, mas pela primeira vez acordei sem nenhuma motivação para tra- balhar, porque estava extremamente ansioso para que tudo terminasse, só para ir buscar Willow, mesmo que nosso programa daquela tarde fosse o mais duvidoso possível.Acordei, tomei um banho e vesti um terno, saindo sem come
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WILLOW WELSH
Fazia quase dois meses que eu e Owen vínhamos passando nossos finais de semana juntos. Em alguns dias ele também passava para me buscar depois do expediente com o meu pai, e ter sua presença começou a se tor- nar uma deliciosa rotina.Duas ou três vezes ele foi me buscar na faculdade, que tinha finalmente começado, passando rápido só para que almoçássemos juntos, porque precisou fazer algo para o meu pai lá nas redondezas.Em nenhum dos nossos encontros se- quer chegamos perto de um restaurante caro, mas em compensação fizemos todos os pro- gramas mais legais, aos quais qualquer um dos almofadinhas que eu conhecia jamais pensa- ria em me levar.Caminhamos muito pelo Central Park, comendo cachorro-quente e tomando sorvete. Fizemos um piquenique, fomos ao Metro- graph, no Lower East Side de Manhattan - um cinema em Nova Iorque onde eram exibidos filmes clássicos, em sessões mais baratas. Eu conheci a mãe dele - que cozinhava como uma profissional e que me contou mil histórias de seu fil
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OWEN PARKER
Toquei a campainha pela terceira vez, enquanto observava a tela do celular, espe- rando pela resposta de Willow.Aquilo tudo era muito estranho. A ga- rota me convidara para passar a noite com ela, mas simplesmente não me atendia. Eu tinha demorado um pouco mais do que o previsto para retornar, porque a entrega do que Regi- nald me pediu também levou mais tempo do que imaginei. Ainda assim não explicava, a não ser que Willow tivesse pegado no sono.Já estava prestes a desistir quando a governanta da casa, Lisa, surgiu correndo, fe- chando um robe ao redor do corpo.Sr. Parker? O que está fazendo aqui a esta hora? Perdão pela demora, eu... ela co- meçou a falar sem parar, depois de abrir, pas- sando a mão pelos cabelos que estavam se sol- tando do coque.Eu que te peço perdão, Lisa. É que eu tinha combinado com a Willow que viria, mas não sei o que aconteceu.Ela chegou e subiu. Deve ter dormido. Eu estava no meu quarto vendo televisão, não ouvi muita coisa.- Então acho melhor eu volt
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OWEN PARKER
Depois de dormir com Willow nos meus braços, só esperei que amanhecesse, troquei minha roupa e deixei um bilhete para ela, em cima da almofada. Eu ainda me sentia com o cheiro dela enquanto dirigia, e era exatamente isso que me deixava mais alucinado com a missão que pretendia dar cabo. Eu não curtia violência. Fui criado em um bairro onde ela era gratuita, já tinha visto amigos meus apanharem na rua por causa de sua cor, por puro racismo, então sempre tentei me afastar ao máximo de qualquer coisa que pudesse ser mal interpretada. Ainda assim, comecei a praticar boxe desde muito cedo, porque não queria ficar indefeso, caso algo inesperado acontecesse. Nunca imaginei que fosse precisar usar os meus punhos para atacar e não me defender. Só que quando eu cheguei no aparta- mento de Taylor Bones, e tive a entrada liberada, fiquei até surpreso, mas estava disposto a ir até o fim e enfiar a porrada naquele filho da puta, mesmo que isso me rendesse compli- cações. O que ele tinha fe
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