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Todos os capítulos do Aprisionada nas Arábias : Capítulo 41 - Capítulo 50
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Surpresas estão por vir
— Está bem, eu vou ficar, mas não se sintam na obrigação de me fazer companhia. Ficarei fora do caminho de vocês o quanto eu puder.Depois que Walter saiu, Taylor virou-se para Ashilley com um sorriso conformado.— Você não sabe o quanto me custou bancar o bom anfitrião. Eu ficaria feliz em pagar pelo apartamento dele em um hotel.Ashilley fez um ar de surpresa.— Então por que insistiu para que ele ficasse?— Porque, se ele saísse daqui, Kelly iria tomar essa atitude como uma prova de que ele estava tendo um romance e não queria fazer a coisa sob nossos narizes.— Mas você me disse que esperava que eles se separassem.— Sim, eu acho que seria o melhor caminho, mas também não vou torcer para que isso aconteça. Talvez aconteça um milagre e ela se transforme em um ser humano.Ashilley aproximou-se dele e o abraçou.— Por baixo dessa aparência cínica, você é um romântico, sabia disso?As duas semanas que se seguiram foram o que se poderia chamar de uma prévia do paraíso. Desfrut
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Ashley grávida
— Eu acho que esta é a melhor parte do casamento — disse Taylor, após alguns minutos de silêncio.— Qual parte?— O fato de você compartilhar a vida com outra pessoa, de ser você mesmo sem ter que se preocupar em representar. É bom poder se comunicar sem palavras, segurá-la nos braços e...Ashilley sabia o que ele queria dizer, porque sentia o mesmo. Apenas uma coisa estava faltando: ele nunca mencionou a palavra amor.— Mesmo que pareça estranho, acho que é disto que Walter sente falta — Taylor continuou. — Ele e Kelly devem ter tido momentos como este, embora seja difícil de imaginar.— Ela já deu alguma notícia?— Que eu saiba, não. Não quero ficar perguntando, mas acho que ele teria me contado. Coitado do meu amigo. Está mesmo abatido.— Ele poderia telefonar para Kelly.— Não, eu acho que desta vez ele tem que se manter firme, se não quiser aguentar a vida toda o autoritarismo dela. Se Kelly não admitir que ele também tem direitos, não vejo como o casamento pode continuar.
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A volta de Kelly
— Você não pode saber. Talvez eu deva chamar um médico. — Não! — Ao ver a expressão de surpresa no rosto de Taylor, Ashilley baixou a voz. — Não há necessidade. Nem tenho febre. Não acha que está exagerando?— Quero ter certeza de que você está bem. Já me acostumei com você por perto.— Sentiria falta de mim se eu não estivesse? — ela murmurou.Taylor acariciou-lhe o rosto.— Nem diga isso!Ashilley baixou os olhos. Aquela seria uma boa hora para lembrá-lo de que pretendia voltar para Ravier, mas era tão difícil quando ele a tocava! Tudo que desejava era atirar-se nos braços dele e viver apenas o momento presente. Restava tão pouco...Mesmo assim, ela se forçou a ser realista.— Nada é para sempre, Taylor.— O que você está tentando dizer, Ashilley?— Tantas coisas podem acontecer — ela respondeu de modo vago, incapaz de continuar.— Não para você, meu anjo. Eu já lhe disse que cuidarei de você.Enquanto Taylor a abraçava com força, acariciando-lhe os cabelos, o coração de
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vozes da razão
Foi no fim da tarde que ela descobriu em que paraíso de ilusões viveu todos aqueles dias. Walter e Kelly iam embora na manhã seguinte, e haviam combinado um jantar de despedida. Ashilley foi tomar banho, deixando os três na varanda. Quando retornou, apenas Taylor e Kelly permaneciam ali. Já ia juntar-se a eles quando algo que Kellu dizia a fez parar.— Devo dizer que você está fazendo uma representação muito convincente, Taylor.— O que quer dizer com isso?— Todos esses beijos e mãos dadas.— Eu sou muito afetuoso. —Ela o olhou com ar cínico.— É, eu já o vi em ação antes. — Mas não voltará a ver.— Espera que eu acredite nisso?— Não me importo com o que você pensa. Kelly o observava com ar aborrecido.— Você não merece essa menina.— Poderia dizer o mesmo para você em relação a seu marido. — Taylor mantinha a voz calma, recusando-se a ficar nervoso.— Quando Walter me contou que você tinha casado, fiquei pasma — ela continuou, após um momento de silêncio. — Mal podia
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negação
Ashilley percebia vagamente os olhares disfarçados que lhe dirigiam quando ela entrou na região mais pobre da cidade. Sabia que sua pele bronzeada ainda era pálida em comparação com a dos nativos e seu vestido fino de linho a marcava como estrangeira. Era inevitável e Will também devia enfrentar o mesmo problema. Foi contando com isso que se embrenhou pelas ruas estreitas.Caminhou vários quilômetros pelas vielas abarrotadas de gente e sujeira. O sol batia com força em sua cabeça, mas ela nem notava. Só lhe importava encontrar Will.Ignorou a passagem do tempo até que as sombras que se alargavam sobre as calçadas lhe avisaram que a noite se aproximava. Com relutância, achou melhor voltar para casa antes que Taylor telefonasse para Mônica para saber o que havia acontecido.Teve que andar de volta até o centro para encontrar um táxi. Ao sentar-se no carro, percebeu como estava cansada. As pernas doíam, a cabeça pesava e a caminhada não adiantara nada. Porém, Ashilley recusava-se a de
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mentiras e verdades
Ia ser difícil sair sozinha outra vez sem que ele desconfiasse.Já tinha uma desculpa pronta, mas Taylor não a aceitaria sem discussão. "Por quanto tempo poderia enganá-lo?", pensou, angustiada.Taylor reagiu de maneira previsível quando Ashilley lhe deu a notícia no escritório.— Você vai poder trabalhar bastante hoje sem ninguém para perturbá-lo — ela comentou, casual.— Por quê? Onde você vai estar?— Não lhe falei? Prometi a Margô que a ajudaria a encontrar uma urna antiga para sua sala. Só espero que possa fazê-la desistir de enchê-la com flores secas — ela acrescentou, rindo.— Por mim ela pode encher até de canja de galinha! Ashilley, quero que você fique aqui comigo.— Pare de agir como criança, Taylor! Tente compreender, é um daqueles compromissos inevitáveis.— Não penso assim. Você poderia ter recusado o convite.— Taylor, você sabe quanta rivalidade existe entre Mônica e Margô. Eu aconselhei Mônica a respeito de suas antiguidades. Como poderia agora recusar-me a f
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verdade seja dita
Teddy logo bateu os olhos nos copos sobre a mesa.— Ótimo, chegamos bem na hora dos aperitivos. Que acha dessa cronometragem perfeita?— Eu diria que não foi tão perfeita assim — disse Taylor, sério. Quando Tedy levantou uma sobrancelha, sem entender, ele fez um esforço para esconder o aborrecimento. — Quis dizer que estamos com um drinque de vantagem.— Não se preocupe. Eu bebo rápido.Enquanto Taylor foi até o bar para servir os visitantes, a mente de Ashiley se debatia desesperada. Como poderia fazer para que eles fossem embora antes que Taylor descobrisse que ela mentiu sobre os encontros com Mônica e Margô? Tinha o corpo rígido de tensão.— Para onde vão hoje? — perguntou a Mônica, tentando avaliar quanto tempo duraria a visita.— Ouvi falar de um novo restaurante. Pensamos que talvez você e Taylor quisessem vir conosco.— Hoje, não — ele respondeu, depressa.— Nós ainda nem falamos sobre o lugar — protestou Jefferson. — Servem carne feita em fogão de lenha e batatas frit
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a primeira discussão
— Até agora não trouxeram nada.— Você acha que eles não estão se empenhando?— Não disse isso... Eu... eu só pensei que poderia ajudar se houvesse mais pessoas na trilha de Will.— Mesmo assim você não me pediu para ir com você. Por quê?— Pensei que você ia querer me dissuadir. É o que sempre fez em outras oportunidades.— E você compreendeu a razão. O que aconteceu para que, de repente, não confiasse mais em mim? E por que a súbita urgência em sair de Yahren?O coração de Ashilley se acelerou. Precisava evitar a qualquer custo que Taylor seguisse aquela linha de raciocínio. Era melhor dar a impressão de que havia se cansado ou que estava ansiosa para voltar para Ravier. Tudo, menos a verdade! Já bastava de humilhação.— Eu já expliquei. Não é muito agradável saber que, de uma hora para outra, posso ser arrastada para a prisão.— Não há nenhum perigo imediato.— Mas também não estamos mais perto de resolver o problema. Não podemos continuar assim para sempre, Taylor. Você
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passaporte para a liberdade
Os dias foram se passando, cada um mais tenso e sem esperanças do que o anterior. Ashilley não sabia o que era pior: a dificuldade para encontrar Will ou o sarcasmo de Taylor. Evitava o marido tanto quanto possível, saindo cedo e voltando tarde. Uma noite, chegou depois de haver escurecido e encontrou Taylor zangado, andando pela sala. Foi o único momento em que ele perdeu o ar de indiferença.— Por onde andou até esta hora?— Foi difícil encontrar um táxi.— Não tem ideia de como é perigoso ficar perambulando sozinha nesta cidade?— Que diferença faz, afinal?— Pare com isso, Ashilley! Não quero mais que você chegue depois de escurecer. Se me desobedecer, não sairá mais desta casa, entendeu?Quando se viu sozinha no quarto, Ashilley tentou encontrar algum sentido no comportamento de Taylor. "Por que ele se preocupava tanto? Será que restava algum afeto?", Ashilley suspirou, ao pensar que a resposta era bem mais simples: ele apenas não queria tê-la como um peso na consciência.
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a espera acabou
Após a empregada se retirar, preparou um almoço substancial para Will: sopa, carne assada, salada, pão, manteiga e sobremesa. Embora não tivesse nem um pouco de pena, tinha que admitir que parecia fazer tempo que ele não comia direito. Depois de pôr a comida na mesa, voltou ao quarto para chamá-lo.A desordem com que se deparou fez os olhos de Ashilley faiscarem de raiva. As roupas de Ralph estavam empilhadas no chão e havia toalhas molhadas por toda parte. O espelho estava borrifado de água e o vidro de xampu sem tampa. Naquele instante, Will apareceu vestindo um robe de Taylor.— Você está bem aqui, não é? — ele observou. — O sujeito do quarto ao lado deve ser bem rico, a julgar pelo guarda-roupa.— Eu lhe disse para ficar neste quarto!— Você queria que eu voltasse a pôr aquelas roupas imundas? Ou talvez preferisse me emprestar uma de suas lindas camisolas? Não, garota, gosto mais disto aqui — ele disse, alisando a manga do robe de seda.— Você não tem o direito de mexer nas c
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