Paulo inicialmente não queria contar a verdade para Lúcia. Só depois de muita insistência, de seus gritos e até de vê-la ajoelhar-se em súplica, ele finalmente cedeu. Tremendo, ele a levantou e, chorando, disse:— Srta. Lúcia, fui eu. Tudo foi obra minha, seu pai, o Sr. Abelardo, não tem nada a ver com isso. O Sr. Sílvio não me processou até agora porque destruí todas as provas. Ele não tem como atingir o Sr. Abelardo. Fique tranquila, eu nunca colocaria você ou seu pai em apuros. Se eu tiver que morrer por isso, assim será. — Srta. Lúcia, sinceramente, eu só desejo que você tenha paz e felicidade. Não se envolva mais nisso.Ao lembrar dessas palavras, Lúcia não conseguia conter as lágrimas. Em seus ouvidos, ressoava a voz rouca e cheia de ódio de Sílvio:— Há mais de dez anos, meu pai tinha um pequeno restaurante. Apesar de ser um negócio modesto, vivíamos bem. Naquela noite, como hoje, começou a nevar de repente. Meu pai saiu para fazer compras e foi atropelado. Quando o encontramo
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