Acordei no dia seguinte sentindo mais dores que o normal. Faltava exatamente dois dias para receber o meu salário, eu sabia bem o que devia fazer com ele. As cartas de cobranças costumavam chegar sempre as sete e meia. Pontuais... Olhei para o relógio e percebi que estava atrasada. Agarrei a minha bolsa e sai correndo como uma maluca. O ônibus me deixou em frente a empresa, e eu podia notar os olhares das pessoas rindo de mim. Todos eles tinham carros, suas casas, e suas roupas caras, e tudo que eu tinha era um bebê que não parava de chutar. Peguei o elevador e eu já estava suada. O senhor Hardin pigarreou no fundo do elevador, delatando que estava ali, ao lado do senhor Eliot. Grandes olheiras faziam parte do visual do seu dia. Não era comum que o senhor Hardin parecesse menos que um deus grego, e no entanto, naquele momento, parecia não ter dormido muito. – Bom dia, senhor. Uma pausa se prolongou até que estivesse constrangedora. – Bom dia, Livy Clarke! – Eliot respondeu. Ele, a
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