João avistou uma figura familiar.Túnica azul, cabelos negros...Os distintivos sinais daquele homem.Passados cinco anos, João não esperava encontrar a figura daquele homem.Ele seguiu ele para fora do hospital, perseguindo ele até o estacionamento, onde o homem finalmente parou. O homem parecia saber que João o estava seguindo, deliberadamente conduzindo ele até o estacionamento.- Por que diabos você está me seguindo? - O homem se virou, usando uma máscara que cobria metade do rosto.Com cerca de cinquenta anos, mãos cruzadas atrás das costas, vestindo uma túnica que dava a ele um toque de antiguidade.João o encarou, os olhos estreitados perigosamente. Se antes era apenas suspeita, agora ele tinha certeza.- Há cinco anos, nos encontramos na África do Sul.O homem diante dos olhos era aquele mesmo que ele conheceu durante o resgate de Inês, na África do Sul, há cinco anos.- É mesmo? - O homem franziu a testa, como se estivesse ponderando. No final, ele respondeu de forma indiferen

Na filial do Grupo X, as luzes brilhavam intensamente.Emanuel passou o dia inteiro em uma sala de reuniões. Bryan colocou os relatórios recentes da empresa na frente dele, com uma atitude firme. Era imperativo começar a contra-atacar a Seita Invisível.Em apenas uma semana, o Grupo X perdeu quase um ano de receita, se continuasse assim, estaria à beira de uma crise irreversível.Emanuel estava sentado em frente ao computador, com os olhos profundos fixos nos dados na tela, com uma expressão facial fria e concentrada.- Emanuel, se você insistir nisso, então eu só tenho a opção de sair. Afinal, tenho toda a família Rosário nas minhas costas. Não posso arriscar tudo para seguir você rumo à destruição!Bryan, com as pernas cruzadas na cadeira, acendeu um cigarro entre os dedos, seus traços ficaram cobertos por uma leve nuvem de fumaça.- Você está falando sério? - Perguntou Matheus em voz baixa.Bryan respondeu com indiferença: - Nunca brinco com esse tipo de coisa.Emanuel olhou para B

Inês desapareceu, João imediatamente pensou em Emanuel. Além dele, quem mais poderia ter escondido Inês? Então, ele ligou para Thiago, reuniu algumas pessoas e cercou a Mansão em Monte Vista. Pouco depois, Emanuel, ao receber a notícia, chegou apressado.João estava sentado no carro, envolto em uma aura sombria. Ao ver Emanuel chegar, João desceu do carro. Antes que pudesse dizer algo, ouviu Emanuel questionar: - João, foi você quem pegou a Dora?Dora não tinha inimigos na Cidade J e desaparecer sem motivo aparente fez Emanuel pensar que João poderia estar envolvido. Um brilho sombrio passou pelos olhos de João. - Dora o quê, Emanuel? Onde está a Inês?Emanuel franziu a testa, com olhar frio. - O que você quer dizer com isso? O que aconteceu com Inês?João avançou e agarrou a gola da camisa de Emanuel. - O que aconteceu? Você tem coragem de me perguntar? Não foi você quem sequestrou a Inês?Matheus interveio rapidamente, dizendo: - João, calma aí. O Sr. Emanuel esteve o dia todo

Inês encarava Dedé, seu olhar causava desconforto a ela, como se ele estivesse a observar uma presa.- Se você acha que me pegar vai te dar poder para ameaçar o Emanuel, está completamente enganado. Eu não tenho nenhum espaço no coração dele, me pegar não vai adiantar em nada! - Inês afirmou com firmeza.Dedé aplaudiu sarcasticamente. - Srta. Inês é realmente esperta. Descobriu rapidinho por que te capturei. Mas, se isso vai funcionar ou não, ainda não é hora de concluir.Dedé levantou a mão e seus seguranças o conduziram para fora do quarto.- E a outra mulher? - Dedé perguntou.- Acordou chorando e gritando, estava fazendo muito barulho. Levou um soco e ainda não se recuperou. - O segurança respondeu.Dedé assentiu, olhando pela janela. - Quanto tempo até sairmos do país? - Ele perguntou.- Poderemos sair antes do amanhecer....Uma noite sem dormir.Emanuel, ansioso e inquieto, viu a noite passar sem obter notícias de Inês e Dora.O desaparecimento simultâneo de Dora e Inês estav

Região marítima da Cidade J.Um enorme navio de cruzeiro navegava sobre o mar calmo e sereno. No convés superior da cabine, Dedé estava sentado em sua cadeira de rodas, segurando um celular.- Calvin, o que foi?Logo depois, veio a pergunta acusadora de Pedro pelo telefone: - Sr. Dedé, além da Inês, você capturou mais alguém?Dedé não ficou surpreso que Pedro soubesse disso e admitiu francamente: - Sim, eu também capturei uma mulher chamada Noemia. Dizem que Emanuel a procurou por muitos anos, então, com certeza, ela é muito importante para ele.Capturar alguém importante para Emanuel significava ter mais uma carta na manga.- Sr. Dedé, você deveria discutir comigo antes de agir.Dedé riu friamente, com um olhar de desprezo. - Parece que nossa cooperação não envolve esse tipo de coisa.Do outro lado da linha, Pedro respirou fundo, controlando sua raiva. - Noemia é minha informante.- Sua informante?- Sim, eu a coloquei ao lado de Emanuel.Ele havia planejado muito essa jogada e ai

Inês dizia a si mesma para aguentar firme, pois João logo a encontraria.O anoitecer no mar chegava extraordinariamente cedo.Inês estava relaxando com os olhos fechados, cuidando de sua energia, quando de repente a porta foi aberta por alguém.Um homem entrou, com uma expressão séria.Inês ficou alerta, se levantando. - O que vocês estão fazendo? - Perguntou ela.O homem, sem muita conversa, a levou para fora.Inês, preocupada com o bebê em sua barriga, sabia que a resistência era inútil, então parou de lutar. O homem a levou para o convés, a forçou a se sentar em uma cadeira e amarrou seus membros.- O que vocês estão... - Antes que pudesse terminar, Inês teve a boca tapada com fita adesiva.No próximo momento, dois homens trouxeram outra mulher.Ao se aproximarem, Inês percebeu que era a Noemia.Eles a tinham capturado também!Noemia foi amarrada em outra cadeira, a poucos metros de Inês.O vento noturno no mar estava forte, uivando sem parar, e Noemia tremia de frio.Inês apertou

Inês foi jogada dentro de uma pequena cabine com pouca luz no convés do navio. Quatro ou cinco homens entraram apressados, tirando as roupas e avançando em sua direção com risadas maliciosas.- Não cheguem perto!Inês continuou recuando, mas suas mãos e pés estavam amarrados, impossibilitando ela de escapar dos toques invasivos.Essa cena era como uma repetição daquela noite infernal de cinco anos atrás, onde o sentimento avassalador de medo a envolvia...Inês encolhia desesperadamente seu corpo, enquanto o medo interminável se espalhava por seus olhos. Ela mordia os lábios com força, um filete de sangue vermelho escorria, acompanhado por lágrimas de desespero nos cantos dos olhos.No entanto, nesse momento, um estrondo ecoou e um homem irrompeu pela porta, chutando os homens que se aproximavam de Inês.- Túlio... Dr. Túlio, você...Os outros homens, surpresos, recuaram. Túlio, com uma expressão sombria, olhou fixamente para eles.- Quem não quer morrer, saia daqui!Os homens se entreo

Dora piscou os olhos, surpresa ao perceber que ele não disse uma palavra para acalmar ela. Ao ela acordar, a primeira coisa que ele fez foi perguntar sobre a Inês.Dora, com lágrimas nos olhos, olhou para Emanuel. - Sr. Emanuel, a pessoa que me sequestrou foi a Inês.Emanuel ficou tenso. - Isso é impossível!Inês não faria algo assim sem motivo! Se ela quisesse lidar com a Dora, com suas habilidades, não precisaria se dar ao trabalho desse sequestro todo.Dora chorou, com a respiração entrecortada. - É verdade, foi ela quem me sequestrou. Ela me deixou à deriva no mar, dizendo que era para eu me virar sozinha... Sr. Emanuel, acredite em mim, eu não estou mentindo...Emanuel interrompeu Dora e falou com firmeza. - Para onde eles foram?- Eu, eu não sei...- Ampliem a área de busca! - Emanuel ordenou imediatamente a seus subordinados.Noemia observou Emanuel se afastar, com as mãos cerradas. O vento no mar era forte e, antes das cinco horas, o céu já estava escuro.Noemia se lembro

Inês foi levada de olhos vendados para um porão. Os capangas de Dedé a fizeram sentar em uma cadeira, amarrando firmemente a parte superior do corpo com cordas no encosto. Em seguida, pegaram algemas e prenderam todos os dedos de suas mãos.A venda nos olhos foi arrancada e a intensa luz fez com que Inês instintivamente fechasse os olhos. - Hahahaha... - A risada sombria de Dedé ecoou. Inês se acostumou à luz e olhou na direção da voz.Dedé se aproximou em uma cadeira de rodas, com um sorriso de satisfação no rosto. - Eu sabia que você me parecia familiar. Acontece que realmente nos conhecemos antes.Inês semicerrou os olhos e respondeu friamente: - É mesmo?- Não se lembra? Sem problemas, me deixe refrescar sua memória. - Dedé pausou, revelando um sorriso maligno. - Há cinco anos, na África do Sul...As pupilas de Inês se contraíram, seu rosto ficou pálido como papel. - O que, lembrou agora? - Você... Foi você... - Inês disse com dificuldade.Dedé ergueu o queixo e continuou:-

Inês não conseguia se controlar, seu corpo tremia incessantemente, a dor intensa atacava cada célula de seu corpo.- Ah...Menos de um minuto depois, Inês parecia ter sido retirada da água, completamente suada, com o rosto corado pela dor, parecendo um trapo.Que dor...O homem que havia injetado algo em Inês abriu outra caixa, tirando uma pequena garrafa de líquido azul.Túlio viu claramente o que o homem segurava e gritou desesperadamente:- Pare! Pare agora! Dedé!Aquilo era uma droga proibida que se fosse injetada no corpo, amplificava a dor dez vezes. Até as velhas feridas do corpo seriam despertadas e qualquer ferida aberta ficaria com uma cicatriz permanente. Nem mesmo um homem de ferro suportaria tal sofrimento.Além disso, Inês estava grávida.- Dedé, faça seus homens pararem! Você vai matar ela assim. Se ela morrer, a serpente também morrerá. Pense bem! - Túlio gritou.Esse lunático!Se soubesse que Dedé faria isso com Inês, Túlio nunca teria revelado sobre o Rei das Serpente